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Mostrando postagens de março, 2017

Passando a limpo

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O jornal Valor, edição de ontem (30) reporta que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) resolveu jogar todo o excremento estocado no ventilador e negocia com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada. No menu oferecido por Cabral ao MPF estão “pelo menos 97 casos de corrupção e outros crimes no governo local, na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Justiça, no Ministério Público e até mesmo no Superior Tribunal Justiça (STJ)”.

A crônica do cheque moradia anunciado

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Por mais de uma vez escrevi sobre a exagerada distribuição de cheque moradia que o governo de Simão Jatene cometia durante o ano da sua campanha de reeleição. O mero passeio pelos dados do programa continua sendo a prova irrefutável do seu uso eleitoral. Até janeiro de 2014 o mês com maior desembolso do cheque moradia foi o próprio janeiro, com pagamentos que somaram R$ 9,2 milhões. A partir dali o desembolso se avolumou até quase dobrar em agosto, passando para R$ 15,1 milhões, e dobrar em setembro, quando chegou a R$ 31 milhões, culminando o ano de 2014 com desembolso de R$ 145,2 milhões. Diante da investida do MPF sobre o temerário uso do Cheque Moradia em ano eleitoral, Simão Jatene, já reeleito, continuou turbinando o programa em 2015, desta feita não mais como carenagem eleitoral, mas como uma espécie de álibi a posteriori. O desembolso em 2015 foi de R$142,7 milhões, quantia praticamente similar a 2014. Agiu assim para sinalizar que o programa não fora turbinado no ano eleitor

Mudança de vento

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O adesivo circula em carros do estado de Goiás, indicando que a inimputabilidade tucana não é privilégio do Pará. Mas eis que, com a decisão de hoje do TRE-PA, que cassou o mandato do governador Simão Jatene e seu vice, Zequinha Marinho, deixando ambos inelegíveis por 8 anos, significa uma mudança de vento nas velas do tucanato paraense, pois que, até meses atrás, era inimaginável tal tipo de decisão. As repercussões da decisão de hoje, todavia, não retiram o governador Jatene do Palácio dos Despachos e, provavelmente, com os recursos judiciais cabíveis, ele conclua o mandato, mas os sinos, finalmente, dobraram em desfavor do abuso de poder político e econômico escancarado de que a campanha de reeleição tucana local lançou mão.

De frente pro crime

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Comandando um império político auferido durante seis mandatos como presidente da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro, o deputado Jorge Picciani (PMDB) também construiu um império financeiro ao longo do mesmo período, no qual tornou impraticável para qualquer instituição que, mesmo de forma mínima, dependa do Poder Legislativo estadual, não lhe beije a mão vez em outra. Também no Rio de Janeiro todas as esquinas do ramo são contumazes em comentar o duvidoso caráter de alguns conselheiros da Corte de Contas do Estado, o TCE-RJ. Ontem (29), todavia, a Operação "O Quinto do Ouro", deflagrada pela PF, golpeou de forma capital “um esquema de pagamentos de propina oriunda de dinheiro desviado de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado ”, fazendo forte banzeiro no remanso tranquilo que os alvos da operação viveram por mais de duas décadas. Jorge Piccini, o presidente da ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), além de ter sofrido mandado de busca e apreens

Governadores na linha de tiro

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Mônica Bergamo é jornalista da Folha de S. Paulo e assina coluna com o seu nome no referido jornal.

Senador Aécio Neves foi quem escolheu o novo presidente da Vale

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Reza a lenda que o novo presidente da Vale , a multinacional brasileira que é a terceira maior mineradora do mundo, Fábio Schvartsman, foi escolhido por meio de um ilibado processo profissional conduzido pela norte-americana Spencer Stuart, uma das líderes globais especializada em consultoria e head hunting , termo usado pelas empresas globais para procurar e contratar executivos. É verdade que os acionistas da Vale, quando foram comunicados pelo board da empresa que o contrato de Murilo Ferreira não seria renovado, autorizaram a contratação da Spencer Stuart para procurar o sucessor dele. Mas enquanto a Spencer Stuart se virava de um modo, o presidente Michel Temer agia do modo tradicional e convidou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente do Bradesco, um dos maiores acionistas da Vale, para uma conversa. A primeira conversa do triunvirato, em local incerto e não contado, deu-se três meses antes do dia D da sucessão e os três acordaram que o senador Aécio Neves seria o en

Essas coisas só têm na China

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Na foto acima, mulheres chinesas da província de Chongqing, são fotografadas enquanto desfilam em uma passarelas encravada em um penhasco a 600 metros de altura, em um evento anual que comemora a construção da passagem.

Ternos, para que os quero?

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Há alguns dias, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 por participação na Lava Jato, desabafou com um companheiro de cela que “ teria exagerado ”, e os exageros borbulham a cada notícia. Reportou a imprensa ontem (27) que a famosa grife italiana Ermenegildo Zegna confirmou ao juiz Sérgio Moro que, com a marca, Sérgio Cabral comprou e pagou, em dinheiro, “pelo menos 20 ternos, cujos preços unitários variam de R$ 18 mil até R$ 150 mil”. Alguns desses ternos, apreendidos pela PF na operação que prendeu Cabral, têm o nome dele bordado nos bolsos dos paletós, um mimo da grife para os VIPs. Eu sou exageradamente espartano com roupas: 4 calças, 4 camisas, dois ternos. Só compro calças de dois em dois anos e camisas quando começam a puir nos colarinhos. Ternos, os dois que tenho, fazem em 2017 8 anos. Quando ganho uma calça ou uma camisa, substituo pela que está no cabide e doo imediatamente a substituída. Tenho uma queda por sapatos. Tenho três

Brasil já tem frequência diária do A380, a maior aeronave de passageiros do mundo

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Depois de um alargamento na pista e modificação em uma das pontes de embarque e desembarque, que durou um ano para ser concluída, ontem (26) o aeroporto de Guarulhos entrou na seleta lista dos aeroportos internacionais capazes de receber a maior aeronave de passageiros do mundo, o A380, da Airbus. Quem estreou o jato no Brasil foi a Emirates, que, segundo o World Airline Awards 2016, uma espécie de Oscar da aviação comercial, foi a melhor aérea do mundo em 2016. O aeroporto de Guarulhos fez festa, com direito ao tradicional jato de água sobre a aeronave, para receber o Airbus A380 da Emirates Airline, que pousou às 17h15, proveniente de Dubai, uma das 7 monarquias que compõem os Emirados Árabes Unidos. Doravante, a Emirates terá uma frequência diária São Paulo/Dubai/São Paulo, com o A380, que substitui o equipamento que era até ontem (26) usado para essa frequência, uma das joias da Boeing, o 777-300ER. Abaixo o vídeo da chegada do A380. Para ter uma noção do tamanho da aeronave obse

Um semana depois

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O juiz federal Marcos da Silva mandou soltar ontem (26), os últimos três alvos dos 37 que foram presos por conta da Operação Carne Fraca. Mas isso não significa que a operação se transformou em churrasco, pois, segundo as paredes, três dos alvos estariam em negociação para assinar um acordo de delação premiada. Daniel Gonçalves Filho, ex-Superintendente Regional do Ministério da Agricultura no Paraná, o principal alvo do esquema, e seu filho Rafael Nojiris Gonçalves, seriam dois dos três prováveis delatores. As baixas policiais que a Carne Fraca deflagrou e as repercuções judiciais e políticas que poderão advir são pontuais. O estrago maior continua sendo na área econômica. Segundo Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o prejuízo do setor uma semana após a operação é de aproximadamente US$ 130 milhões (R$ 442 milhões) por conta do fechamento da maioria dos mercados importadores. Os únicos países que suspenderam as restrições foram, até agora, a China, o Chile e o Egito. No

Câmara aprova Lei da Terceirização, que vai à sanção presidencial

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Em um movimento do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Câmara aprovou ontem (22) um projeto que dormia há 17 anos: a Lei da Terceirização. Enviado à Câmara em 1998, pelo presidente FHC, votado e aprovado em 2000 na Câmara e em 2002 no Senado, a Lei da Terceirização entrou em coma e não foi votada, até ontem, a redação final do projeto, para então ser enviada para a sanção presidencial. A aprovação se deu por 231 votos a favor e 188 contrários e entrará em vigor assim que sancionada pelo presidente da República, a quem, segundo Rodrigo Maia, o texto será enviado imediatamente. A lei aprovada libera a terceirização de forma ampla e quase irrestrita e tem império tanto nas empresas privadas quanto no serviço público. No texto também se embarcou o alongamento do tempo em que podem ser contratados trabalhadores temporários: a legislação atual autoriza até três meses. A lei aprovada autoriza até nove meses. O principal torque da lei é, na prática, extinguir o conceito de atividade-fim par

Mas o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo…

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A colagem acima, cortada de artigo publicado hoje (22) pelo jornalista Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo, traduz absolutamente tudo que se poderia escrever sobre as tais elites nacionais: posam de arautos da contemporaneidade ao capital internacional, ao qual se adaptam por imposição de uma economia globalizada, mas domesticamente exatamente, nos seus respectivos ramos, a postura no artigo elencada. Abaixo, o artigo de Elio, que eu assino embaixo, e fala por si mesmo, sem necessitar de maiores explicações:

É que dinheiro nunca é demais

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A Confederal, entre 2010 e 2014, faturou dos Ministérios da Saúde, da fazenda e dos Transportes, R$ 164 milhões. A Confederal pertence à Remmo Participações, que por sua vez pertence ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), atual presidente do Senado Federal. Segundo declarou Eunício à Justiça Eleitoral em 2014, ele detém 99,99% da Remmo Participações, que além de controlar a Confederal controla a CORPVS, uma empresa de vigilância que, idem, obtém toda a sua receita do erário. A CORPVS é quem presta os serviços de vigilância e transportes de valores às agências do Banco do Brasil no Ceará, estado natal do presidente do Senado e paga por ano R$ 78,9 milhões pelos serviços. Em 2015, o Banco do Brasil nos estados de Goiás, Tocantins e São Paulo, pagou à Confederal R$ 52,6 milhões. A CEF e o Banco Central têm contratos com a dita cuja que somam R$ 147 milhões. Até 2011, Eunício Oliveira, que antes de ser presidente do Senado foi três vezes deputado federal e ministro das Comunicações, era t

Startup norte-americana anuncia que desenvolveu carne em laboratório, com mesma textura e sabor

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Enquanto por aqui nos batemos com a cor da carne, a startup americana Memphis Meats anunciou que finalmente encontrou a pedra filosofal da proteína animal, ao produzir os primeiros filés de frango e de pato do mundo "sem sacrifício do animal" e com a mesma textura e sabor dos que Deus criou. Os filés foram produzidos em laboratório, usando como matéria prima células dos respectivos animais, no que seria um uso industrial das células tronco. Na apresentação da proeza, a Memphis Meats diz em seu sítio : "Esperamos que nossos produtos sejam melhores para o meio ambiente (demandando até 90% menos das emissões de gases de efeito estufa, terra e água do que a produção convencional de carne), para os animais e para a saúde pública. E o mais importante, eles são deliciosos". A startup planeja povoar os refrigeradores dos supermercados norte-americanos com a “carne limpa” em 2021, mas ainda não disse o preço que o distinto público deverá pagar por ela.

A carne não é fraca

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Finalmente a imprensa está mostrando os equívocos que são embarcados nas grandes operações da PF, que cumpre o seu papel, mas encapa o caderno com muito estardalhaço, coisa que venho dedilhando aqui desde há muito. A mudança de tom que a imprensa adotou nas reportagens da Carne Fraca é prova da força do poder econômico, que reagiu com competência na mitigação do estrago no seu ecossistema. O tom agora adotado é, idem, o mais perfeito índice de que em outras operações da PF as mesmas precipitações podem ter ocorrido, pois se tornou praxe na instituição passar cinzel em diálogos telefônicos para que eles caibam no encaixe que o processo investigatório não preenche. Isso não significa que a talhadeira não tenha dado a forma que o fato investigado teria, mas quando a ponta do ferro é nos quartos dos políticos a repercussão segue a procissão sem nenhum cuidado com o andor. Ao contrário, quando a incandescência pousa na venta do poder econômico, e esse faz observar que é anunciante de escol

Odebrecht diz ter feito vaquinha de R$ 50 milhões para pagar Aécio Neves

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A grande imprensa, ao que se lê, desistiu do senador Aécio Neves e deve procurar outro tucano para chamar de seu. As doses reveladas da participação de Aécio em apoquentações ao erário se têm tornado cada vez menos homeopáticas e a última delas, ministrada pela Folha de S. Paulo, coloca o senador tucano no telhado. Reporta a Folha que o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht “ e outros executivos do grupo ” delataram que a Odebrecht e a Andrade Gutierrez fizeram uma vaquinha para pagar R$ 50 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) “ após vencerem o leilão para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, em dezembro de 2007 ”. Segundo os delatores a Odebrecht “ se comprometeu a pagar R$ 30 milhões, enquanto a Andrade Gutierrez se encarregou dos R$ 20 milhões restantes ”. Diante da espécie causada nos procuradores que colheram as delações, do interesse das empresas em pagar Aécio Neves, à época do leilão de Santo Antônio (2007) um dos principais nomes da oposi

Doria presidente?

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Como os nomes de Aécio Neves e Geraldo Alckmin, os dois presidenciáveis do PSDB, povoando as páginas policiais da Lava Jato, os ranfastídeos, afoitos por apresentar ao distinto público um nome sem jaças em 2018, já começam a ensaiar o mantra “Doria 2018”. O apelo tem colocado a equipe de marketing do prefeito de S. Paulo, a única atividade que tem mostrado – pelo menos até agora - a que ele veio, em dificuldades para lhe calibrar um discurso que não descarte a possibilidade de montar o cavalo, sem deixar o governador Alckmin, seu tutor e a quem ele jurou apoiar, na defensiva.

Picanha bovina para o jantar

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Exportando carne bovina para pelo menos 140 países, o Brasil é o segundo maior produtor da espécie do mundo, atrás apenas dos EUA. Portanto, a Operação Carne Fraca, além de colocar cautela no consumidor doméstico, ao abalar a confiança dos importadores pode afetar a balança comercial do Brasil. Dados de 2016 da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) relatam que a cadeia de carne bovina no Brasil produz 9,5 milhões de toneladas de carne por ano, o que movimenta R$ 167,5 bilhões e gera aproximadamente 7 milhões de empregos. Da referida produção, o mercado doméstico consome 7,6 milhões de toneladas e as 1,8 milhão de toneladas restante são exportadas. Estatísticas mais conservadoras entregam um número menor e relatam que 1,4 milhão de toneladas foram exportadas em 2016. A divergência não destitui a grandeza do mercado e o seu significado para o país. Segundo a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), as exportações de carne bovina geraram ao Brasil

Ácido sórbico

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Em 2012 o deputado federal Rubens Bueno (PPS-SP) foi à tribuna da Câmara denunciar “um esquema criminoso de fiscais do Ministério da Agricultura” no estado do Paraná. Bueno protocolou na Mesa Diretora um requerimento endereçado ao então ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, alçado ao cargo na cota do PMDB, no qual repetia a denúncia, pedia apuração e dava nome aos bois: a suposta “quadrilha” era liderada pelo então superintendente regional do Paraná do Ministério de Agricultura, Daniel Goncalves Filho. O requerimento dormiu durante os cinco anos que se passaram desde então e, quiçá, em sendo agora despertado, reproduza ipso facto o relatório do inquérito conduzido pela PF que culminou com a Operação Carne Fraca, deflagrada ontem (17. Para demonstrar isso basta constatar que um dos mais importantes presos na referida operação é justamente o agora ex-superintendente do Ministério da Agricultura do Paraná, Daniel Gonçalves Filho, acusado pela PF de  “comandar o esquema que vend

Mais quatro aeroportos passam, em leilão, para a iniciativa privada

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O Palácio do Planalto festejou ontem (16) o sucesso dos leilões dos aeroportos, todos arrematados com ágio de 23%. Foram a leilão os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. Todos deverão, após as formalidades legais, passar a serem administrados por empresas estrangeiras que, somados os lances e valores das outorgas somaram R$ 3,72 bilhões nas batidas do martelo. Além dos valores acima, as empresas vencedoras estão obrigadas a fazer investimentos de melhorias estruturais e modernização estimados em R$ 6,6 bilhões. Os preços dos lances, 23% acima do que o Governo Federal esperava, é sinal de que as empresas estrangeiras, que andavam arredias com a combalida economia nacional, voltam a apostar no Brasil, principalmente na área de infraestrutura aeroportuária. Mas isso, embora mereça um brinde, não pode ser motivo de muito regozijo, afinal, pelos aeroportos leiloados passam 12% do total de passageiros das companhias aéreas no Brasil, o que representa um filão co

Porque Narciso acha feio o que não é espelho

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Prevendo que os seus principais cardeais, que se vinham mantendo na periferia da Lava Jato, viriam para o centro do bombeamento, o ex-presidente da República FHC e o atual presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG) ensaiaram o discurso que lhes serviria de álibi e ao mesmo tempo de atenuante. FHC saiu-se com a pérola de que há “ uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa 2 para campanha, daquele que obteve recurso para enriquecimento pessoal ”, fala que foi repercutida por Aécio Neves. Os dois não conseguiram o estribilho esperado, pois a opinião foi prontamente refutado como, no mínimo, dissuasiva, e no máximo cínica, todavia jamais excludente de criminalidade. Uma das reações veio do pesquisador do IPEA, Adolfo Sachsida, em artigo do qual foi pinçada a frase que ilustra a postagem, e que abaixo de reproduz: Com a edição da segunda Lista de Janot, já sendo vazada diariamente pela imprensa, a novidade formal, embora não fosse factual, é a presença de todo o cardina

A Lista de Janot revela seus primeiros nomes

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Na foto acima, da esquerda para a direita, sem trocadilhos de espectro político, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador José Serra (PSDB-SP). Os retratados têm em comum, além do cardinalato nos seus respectivos partidos e a proeminência na política nacional, estarem na esperada segunda edição da Lista de Janot, protocolada ontem (14) no STF, pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em forma de pedido de abertura de inquérito para apurar participação na Lava Jato. Ao todo, a Lista de Janot pede a abertura de 320 inquéritos, sendo que 83 contra parlamentares e ministros e 211 contra pessoas sem foro no STF, que deverão ser remetidos aos foros competentes. Há, também, o pedido de sete arquivamentos e 19 outras providências. Embora as petições tenham sido protocoladas com a tarja do sigilo judicial, a imprensa começou ontem mesmo a entregar

Belém é a 4ª pior capital do Brasil

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“As cem cidades mais populosas do brasil (100 +) representam 1,8% do total de municípios do país, mas produzem metade do PIB brasileiro. Como evoluiu o desempenho dessas cidades nos últimos 10 anos? Quais os principais desafios que hoje se colocam para os prefeitos e gestores municipais neste início de mandato em 2017?”. Com o enunciado e a pergunta acima começa a apresentação da 2ª edição (2017) do relatório “Desafios da Gestão Municipal”, elaborado pela Macroplan, uma das mais experientes empresas de consultoria do Brasil. Segundo a Macroplan, as cem cidades mais populosas do Brasil (todas as que têm mais de 266 mil habitantes) representam 39% da população brasileira, produzem 50% do PIB nacional e respondem por 54% dos empregos formais do país. Como em todos os estudos da espécie, com base nos índices colhidos nos órgãos oficiais, o relatório elaborou um ranking de qualidade de vida nessas cidades. Para elaborar o ranking, que vai de 0 a 1, foram analisados 16 indicadores divid

O Rio São Francisco vai bater no meio do sertão

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Em matéria assinada pela jornalista Alexa Salomão e fotos de Nilton Fukuda o Estadão reportou a inauguração de um dos mais importantes trechos da transposição do Rio São Francisco, obra iniciada em 2007 pelo então presidente Lula. Trata-se do Eixo Leste da transposição, que sai da represa da Usina de Itaparica, na Bahia e percorre 2017 217 quilômetros até a cidade de Monteiro, na Paraíba. “À medida que a água avançou, primeiro na beira de povoados, depois nas cidades maiores, foi recebida com deslumbramento. Famílias inteiras vestem roupas de banho e mergulham nas represas da Transposição. Os mais audaciosos se jogam no canal, mesmo sem ter noção da profundidade. O gesto mais trivial por lá é tirar selfie com a água”, narra a jornalista. O trecho foi inaugura do na sexta-feira pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. Abaixo, a reportagem completa:

A febre amarela

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Recebi por e-mail, com pedido de publicação. Como intitula a Reader’s Digest uma das suas colunas, “Rir é o melhor remédio”.

Vive la différence!

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FHC, no cometimento, tenta estabelecer uma gradação do crime para tentar obter uma dosimetria mais branda da pena, ao mesmo tempo que encarca um álibi, com uma espécie de confissão, de que o tucanato é menos corrupto porque recebeu propina para “financiamento de atividades político-eleitorais” e não para fazer fortuna. O cerne da questão, todavia, mesmo que houvesse a diferença da destinação, é que a origem do dinheiro é a mesma: o erário subtraído criminosamente. Portanto, se o relógio foi roubado para uso próprio ou para vender, os ponteiros sempre vão se encontrar as mesmas 12 vezes em 24 horas.

Rodrigo Maia opina que “a Justiça do Trabalho não deveria existir”

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O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) resolveu eleger a Justiça do Trabalho como a vilã do desemprego no Brasil. Em evento, ontem (08), em Brasília, Maia danou-se a desancar a especializada ao anunciar que a Câmara Federal votará hoje o tão esperado projeto de terceirização, que há 19 anos dorme nos escaninhos do Congresso e foi tirado do baú como um elixir paregórico para as cólicas da economia recessiva. O presidente da Câmara estava com a faca amolada: disse que os juízes do trabalho “tomam decisões irresponsáveis", que quebram pequenas e médias empresas, e vaticinou que a Justiça do Trabalho "não deveria nem existir". E sobrou até para o presidente Michel Temer, que ouviu de corpo presente que o projeto de reforma trabalhista do governo é tímido: "Acho que a gente vai avançar na regulamentação trabalhista. Infelizmente, o presidente Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara precisa dar um passo além daquilo que tá colocado no texto do g

Noticiário seletivo

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A capa da Veja dessa semana estampa as revelações de Marcelo Odebrecht em depoimento ao TSE. A revista discorre sobre o que disse Marcelo sobre o caixa 2 da chapa Dilma-Temer e sobre as quantias repassadas ao PT e ao PMDB. Mas solenemente omite as revelações do empreiteiro, no mesmíssimo depoimento, sobre os valores pagos ao PSDB, pedidos a ele pelo então candidato do partido à presidência, senador Aécio Neves.

O melhor de Calvin

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Crônica das concessões anunciadas

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Em busca de uma pauta positiva, embora não haja alguma que resista às golfadas da Lava Jato, o Governo Federal pegou várias ações estruturais que estavam sendo gestadas para parto no decorrer do ano, e resolveu dar à luz a todas de uma só vez. O bebê de sete meses será anunciado hoje (07) e nasce em forma de um pacote de 55 concessões que irão direto para a incubadora intitulada Programa de Parcerias de Investimentos, as famosas PPIs, que são uma espécie de atualização das PPPs, as Parcerias Públicos Privadas. É que governos se comportam assim mesmo: acreditam que em mudando os nomes dos guris eles se tornam mais inteligentes. Como de costume, números bilionários acompanham o anúncio do sexo do recém-nascido, e no caso, o pacote advindo deverá render investimentos nas bordas dos R$ 60 bilhões, o que quase coincide com o corte necessário na execução orçamentária de 2017, para que se cumpra a meta fiscal, ou seja, o Governo tira com uma mão, a dele, mas dá com outra, a do mercado, para

2017 continua sendo um ano de arrocho

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Segundo a IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão criado pelo Senado Federal para monitorar a contas públicas e subsidiar o Congresso no acompanhamento da execução do Orçamento da União, o governo “precisa fazer um contingenciamento de gastos de R$ 38,9 bilhões para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2017”. Isso ratifica o que venho sugerindo por aqui, de que 2017 não será igual ao ano que passou, mas, do ponto de vista puramente fiscal, pior. Antes porque a combinação do contingenciamento com a imposição efetiva da Lei do Teto, faz com que algumas rubricas, e determinadas ações nelas constantes, não saiam do chão. O rebatimento disto em uma economia ainda em retração, ou em arremedo de expansão como ensaia a propaganda do governo, é um nó que a equipe econômica não conseguirá desatar. O relatório da IFI traz uma projeção realista da alta do PIB em 2017, que o governo opina que ficará acima de 1% e eu teimo em discordar, já que o déficit primário continua acima de R$ 100 bi

Ser avô

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Pelo ralo

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, declarou que a perspectiva de colheita recorde de 219,14 milhões de toneladas de grãos na safra 2016-2017 “pode ir para o ralo” devido as péssimas condições do principal corredor de escoamento até os portos de exportação, a BR-163. Há muito eu afirmo que o Estado brasileiro parou no arcaísmo e na burocracia do século XIX, enquanto muitos setores da sociedade não conseguem sair do século XX. O setor do agrobusiness, em que pese a modelagem socioeconômica com a qual se estruturou, é uma exceção na equação do atraso e produz com padrões do século XXI, mas no Brasil, nessa peculiaridade, tornou-se mais fácil produzir do que escoar. Como em um paradoxo de brinquedo, a inteligência logístico-estrutural do Brasil continua burra ao investir em rodovias, em detrimento de ferrovias e hidrovias, e insiste em não atualizar os marcos regulatórios do setor portuário, que, sem investimentos públicos, sem modelagens de concessões efetivamente consequentes e um

Construtora Odebrecht pagava pedágio às FARC, na Colômbia

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É sabido, e aceito, pelo establishment empresarial internacional, especificamente empreiteiras que executam obras em áreas gravadas como de alto risco local, que há um percentual no BDI (Boletim de Despesas Indiretas) das obras, que é usado para pagar pedágio a quem domina a área. Isso ocorre amiúde em obras nos países da África subsaariana, onde áreas dominadas por tribos autônomas só recebem obras ou serviços de infraestrutura, ou socorro humanitário, se o órgão que for executar negociar com o chefe da tribo, geralmente um “rei”, um valor pecuniário. Regra geral, mesmo pago esse valor, depois de concluída a obra, os equipamentos usados são arrestados pelo “rei”, que os vende depois em um mercado especializado nesse tipo de aquisição. Tomei conhecimento dessa peculiaridade, há 10 anos, em conversa com um amigo que venceu uma licitação internacional para uma obra de saneamento, bancada pelo Banco Mundial, que tinha ubiquidade nas fronteiras de Angola, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue e Botsu

Deu galho

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Veados galheiros lutam por território na floresta de Izubritsa, na Bielorrússia. A foto é de Sergei Grits, para a AP.

Marcelo Odebrecht diz ao TSE que Aécio pediu R$ 15 mi para campanha

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O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, no mesmo depoimento concedido à Justiça Eleitoral, no qual afirmou ter repassado R$ 150 milhões ao PT em 2014 e que conversou com o então vice-presidente Temer, de onde resultou a doação de R$ 10 milhões ao PSDB, asseverou também que tratou pessoalmente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), então candidato à presidente da República pelo PSDB, uma contribuição de R$ 15 milhões. Marcelo Odebrecht relatou que ficou combinado com Aécio Neves que os R$ 15 milhões seriam repassados aos aliados do PSDB, como forma de reforçar a campanha presidencial tucana, que fazia água na ocasião, com a subida de Marina Silva, que concorria pelo PSB, após a morte de Eduardo Campos. Os R$ 15 milhões, segundo Marcelo, foram repassados pelo ex-executivo da empresa, Sérgio Neves, ao empresário Oswaldo Borges, que seria o “tesoureiro informal da campanha tucana”. Segundo a Folha de S. Paulo, que para afirmar isso já deve ter o depoimento de Aécio Neves na gaveta,

O bobo da corte

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Parafraseando Cazuza, a ideia de Marcelo Odebrecht não corresponde aos fatos, pois foi ele mesmo quem afirmou, em delação premiada, que apenas na Medida Provisória do Refis, ditada pela Odebrecht e assinada pelo governo Dilma Rousseff, negociada com o então ministro da Fazenda Guido Mantega, a empresa deixou de desembolsar cerca de R$ 20 bilhões. Portanto, se Marcelo era o homem que divertia o governo, em contrapartida as suas piruetas no picadeiro do trono eram regiamente remuneradas.

O segredo da felicidade

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Marcelo Odebrecht depõe no TSE e relata possível caixa 2 na campanha Dilma-Temer

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No esperado depoimento de ontem (01) ao TSE, na ação que investiga abuso de poder político e econômico na campanha que elegeu a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014, o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou os termos da delação premiada, vazada em dezembro de 2016, de que ele teria se encontrado com o presidente Michel Temer “durante tratativas para a campanha eleitoral de 2014”. Odebrecht afirmou, todavia, que não foi acertado, em nenhum dos encontros, valores de doações, pois o então vice-presidente Temer não chegou a fazer “um pedido direto”. Segundo Odebrecht, as tratativas de valores foram feitas entre o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo da empresa, Cláudio Melo. Odebrecht admitiu que “parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2”. Odebrecht também confirmou que fez pagamentos diretos ao marqueteiro do PT, João Santana, no exterior, fato que já havia sido relatado pelo próprio Santana, em delação. É exa

Sonho de reis, de pirata e jardineira, pra tudo se acabar na quarta-feira

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Seu browser não suporta este áudio “Pra tudo se acabar na quarta-feira”, composto por Martinho da Vila, foi o samba enredo da Unidos de Vila Izabel, no carnaval de 1984.