O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, declarou que a perspectiva de colheita recorde de 219,14 milhões de toneladas de grãos na safra 2016-2017 “pode ir para o ralo” devido as péssimas condições do principal corredor de escoamento até os portos de exportação, a BR-163.
Há muito eu afirmo que o Estado brasileiro parou no arcaísmo e na burocracia do século XIX, enquanto muitos setores da sociedade não conseguem sair do século XX.
O setor do agrobusiness, em que pese a modelagem socioeconômica com a qual se estruturou, é uma exceção na equação do atraso e produz com padrões do século XXI, mas no Brasil, nessa peculiaridade, tornou-se mais fácil produzir do que escoar.
Como em um paradoxo de brinquedo, a inteligência logístico-estrutural do Brasil continua burra ao investir em rodovias, em detrimento de ferrovias e hidrovias, e insiste em não atualizar os marcos regulatórios do setor portuário, que, sem investimentos públicos, sem modelagens de concessões efetivamente consequentes e uma burocracia gigantesca, impede o setor privado de suprir as deficiências que o Estado não consegue resolver.
É o caso da BR-163 - vetor único de escoamento dos grãos do Centro-Oeste para o complexo portuário de exportação do Arco Norte, de longe o mais convidativo do Brasil, pela proximidade geográfica dos maiores centros importadores -, que todos os anos faz a crônica dos atoleiros anunciados pela simples certeza de que vai chover, muito, tornando-lhe cerca de 100 metros de leito em uma espécie de areia movediça que vai engolir quem se atrever ao desafio.
E o atoleiro invernal é apenas a apoteose do martírio, pois a BR-163, de suma importância para a balança comercial nacional, tem cerca de 400 km de chão, exatamente no trecho de maior importância econômica para o Arco Norte, que é o temor de todos os caminhoneiros que são obrigados a trazer os grãos produzidos no Centro Oeste.
Há anos o agronegócio se mantém como o setor mais competitivo da economia brasileira. Mas isso não se reflete na balança comercial com a eficiência que deveria prover porque a eficiência alcançada na produção perde energia potencial na hora que termina o processo produtivo e começa a odisseia do escoamento, devido a incompetência governamental no setor de logística.
A solução é conceder todo o processo a quem sabe fazer a hora, pois se formos esperar acontecer, é melhor trabalhar, se formos capazes, no aumento do diâmetro do ralo.
Faltou dizer que que a estrada é responsabilidade do DNIT, frequentador contumaz das páginas policiais, feudo do PMDB desde sempre. Desde que o mundo é mundo, sabe-se que estamos sob o " inverno amazônico " e que este tipo de problema fatalmente existiria, em face da crescente procura pelos portos de Miritituba/Santarém. O DNIT, esse portento de incompetência, fez o asfaltamento do trecho da BR 230/Transamazônica entre Novo Repartimento e Medicilândia, um percurso de pouco mais de 400 kms. Para coroar a incompetência. deixou sem asfalto nas imediações da Ladeira da Velha, em Pacajá, cerca de 4 quilômetros, num trecho de ladeiras, que dia desses ficou interrompido. Gastou-se um dinheirão da sociedade e a estrada fica interrompida por conta de 1% de toda obra. Nem precisa tirar atestado de incompetência.
ResponderExcluirVocê está bastante desatualizado. A última vez que o PMDB nomeou alguém para o DNIT foi no primeiro governo do FHC. No segundo governo de FHC o Ministério dos Transportes, e o DNIT, passaram a ser cota do PR, e o partido continuou com a cota nos dois governo do Lula, no primeiro da Dilma, nos dois anos do segundo governo da Dilma até continua com o PR agora no governo de Temer, ou seja, o DNIT é cota do PR há 16 anos.
Excluirse houvesse seriedade, o dnit seria um fardo e não uma cota disputada.
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