O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, no mesmo depoimento concedido à Justiça Eleitoral, no qual afirmou ter repassado R$ 150 milhões ao PT em 2014 e que conversou com o então vice-presidente Temer, de onde resultou a doação de R$ 10 milhões ao PSDB, asseverou também que tratou pessoalmente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), então candidato à presidente da República pelo PSDB, uma contribuição de R$ 15 milhões.
Marcelo Odebrecht relatou que ficou combinado com Aécio Neves que os R$ 15 milhões seriam repassados aos aliados do PSDB, como forma de reforçar a campanha presidencial tucana, que fazia água na ocasião, com a subida de Marina Silva, que concorria pelo PSB, após a morte de Eduardo Campos.
Os R$ 15 milhões, segundo Marcelo, foram repassados pelo ex-executivo da empresa, Sérgio Neves, ao empresário Oswaldo Borges, que seria o “tesoureiro informal da campanha tucana”.
Segundo a Folha de S. Paulo, que para afirmar isso já deve ter o depoimento de Aécio Neves na gaveta, Marcelo também afirmou ao TSE que o senador mineiro fez mais duas “solicitações de dinheiro a ele: uma na pré-campanha e uma no início do primeiro turno”, mas a Folha não declarou valores nesse parágrafo, assim como reportou que Marcelo disse ao TSE que os R$ 15 milhões repassados no segundo turno foram doados de forma oficial.
Todavia, observa a Folha de S. Paulo, nas planilhas apreendidas da Odebrecht, relativas ao tal setor de operações estruturadas, “a área responsável pelos pagamentos ilícitos da empresa”, há anotação de repasse ao “Mineirinho", no exato valor de R$ 15 milhões entre outubro e dezembro de 2014.
Como confessado pelo próprio Marcelo, o setor de operações estruturadas era usado apenas para pagamento de propinas, não havendo razão para nele serem anotadas operações oficiais.
Meu pai dizia que a melhor desculpa é a verdade, pois mentir, além de dar muito trabalho, exige uma memória extraordinária para não esquecer o enredo, que aumenta a cada dia, para manter a primeira inverdade.
Mas eis que a sinuca está armada no TSE: se a Corte aceitar o álibi de Marcelo, que resguarda Aécio, de que a doação foi legal e não uma propina paga oficialmente, isso repercutirá em boa parte das doações, aos mais diversos partidos, apuradas na Lava Jato, feitas de forma legal, mas que a Justiça Comum e a Procuradoria-Geral da República tendem a construir a tese de que os repasses não passaram de propina oficializada.
Sempre acreditei que a campanha milionária do Helder para o governo do estado na última eleição era fruto de dinheiro lícito.
ResponderExcluirComo é mesmo a letra daquela famosa música do Caetano? - ...porque és o avesso do avesso, do avesso do avesso!
ResponderExcluiré muito pouco provável que num saco de farinha se encontre bananas...
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