O Palácio do Planalto festejou ontem (16) o sucesso dos leilões dos aeroportos, todos arrematados com ágio de 23%.
Foram a leilão os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. Todos deverão, após as formalidades legais, passar a serem administrados por empresas estrangeiras que, somados os lances e valores das outorgas somaram R$ 3,72 bilhões nas batidas do martelo.
Além dos valores acima, as empresas vencedoras estão obrigadas a fazer investimentos de melhorias estruturais e modernização estimados em R$ 6,6 bilhões.
Os preços dos lances, 23% acima do que o Governo Federal esperava, é sinal de que as empresas estrangeiras, que andavam arredias com a combalida economia nacional, voltam a apostar no Brasil, principalmente na área de infraestrutura aeroportuária.
Mas isso, embora mereça um brinde, não pode ser motivo de muito regozijo, afinal, pelos aeroportos leiloados passam 12% do total de passageiros das companhias aéreas no Brasil, o que representa um filão consolidado de arrecadação com taxas de embarques, locação de espaço comercial e posições de embarque e desembarque que, nas contas das empresas compensa o desembolso, antes porque todas as arrematantes já são do ramo.
A alemã Fraport (Frankfurt Airport Services Worldwide), que opera um dos mais movimentos aeroportos da Europa, o de Frankfurt, ficou com os aeroportos de Fortaleza (R$ 425 milhões) e de Porto Alegre (R$ 290,5 milhões).
A francesa Vinci, que administra vários aeroportos na Europa, inclusive os dois principais de Paris, o Orly e o Charles-de-Gaulle, ficou com o aeroporto de Salvador (R$ 660,9 milhões).
A suíça Zurich Airport, que administra o aeroporto de Zurich e outros na Europa, levou o aeroporto de Florianópolis (R$ 83 milhões), que, aliás, foi o aeroporto mais disputado, com 11 lances.
Grande parte do sucesso do leilão é que a nova modelagem tirou um peso morto que as vencedoras tiveram que assumir nos leilões anteriores, como no aeroporto de Brasília e de Guarulhos, em São Paulo, quando eram obrigadas a ter a indigesta Infraero como sócia majoritária.
É fato, e quem conhece o antes e o depois constata, que os aeroportos privatizados melhoraram 180% a estrutura e os serviços.
Espero que todas essas privatizações não sigam o rumo das operadoras de telefonia.
ResponderExcluiraeroportos,Petrobras,carnes. até que ponto isso é bom pro pais
ResponderExcluirentregando tudo
Seguindo a linha, a CDP, por exemplo, há muito ja deveria ter sido concedida ao capital estrangeiro, pois, ficar na mão de politicos so da prejuizo, vide o caso do navio haidar.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a linha, não necessariamente ao capital estrangeiro, pois o Brasil, nesse setor, tem empresas bem sucedidas.
ExcluirDiscordo absolutamente do exemplo. O navio Haidar não afundou porque a CDP é uma estatal e nem um avião cai porque quem administra um aeroporto é a Infraero. Ambos são casos fortuitos que podem ocorrer em qualquer setor.
A título de esclarecimento, a CDP, ao contrário do que muitos pensam, inclusive você pelo exemplo dado, não é uma operadora portuária e sim uma autoridade portuária, como todas as outras Companhias de Docas do Brasil e do mundo. Os operadores portuários, que no Brasil são todos empresas privadas, é que são os responsáveis pelas operações de atracação e desatracação dos navios, e a movimentação das cargas dentro dos navios – provável causa do naufrágio do Haidar, segundo a Marinha – é de exclusiva responsabilidade do comandante da embarcação.
porque a privatização dos portos não avança? Vi que os dois setores (portos e aeroportos) tem o mesmo chefe.
ResponderExcluiros portos públicos atuais têm um passivo enorme e os investidores têm interesse nos TUP, que são os terminais de uso privado, que nascem sem o passivo.
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