Na sua cruzada para levar o PT de volta para as ruas, depois que os companheiros se acostumaram à refrigeração dos gabinetes (isso é como dormir com ar condicionado: depois que nos acostumamos se faltar energia o calor é infernal), o ex-presidente Lula começou a arrecadar os antigos pares que, por escaramuças do poder, afastaram-se da inteligência partidária. A mais nova reincidência é a do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, legado ao ostracismo desde que foi defenestrado do Planalto na esteira de denúncias de improbidade. No Politburo unipartidário que Lula montou na sede do Instituto Lula, em São Paulo, para discutir a crise política que atravessa a presidente Dilma e propor soluções para sair do canto, Palocci passou a ser figura de escol, operando como uma espécie de lugar tenente de Lula na relação com a classe média e o empresariado, com quem o ex-ministro mantém ótimas relações.