Pular para o conteúdo principal

Kevin Mitnick, o mais famoso hacker do mundo

Shot 001

O mais famoso hacker do mundo é o norte-americano Kevin Mitnick. Nos anos 70, quando os mainframes dominavam o mercado, ele invadia a rede telefônica de Los Angeles e redirecionava as ligações de auxílio ao assinante para a sua própria casa, onde atendia e fazia troças.

Shot 003

Mitnick não conseguia atacar os mainframes da telefônica por força bruta: não tinha máquinas para tal. Ele ligava para a empresa, dizia-se um funcionário que estava reparando uma caixa de troncos, pedia o acesso e os responsáveis pela área davam (!!).

Quando as traquinagens foram descobertas e ele não mais conseguiu os acessos, através de um dos troncos tentou entrar nos arquivos de senhas. A empresa rastreou-o e ele foi preso. Aos 17 anos, passou três meses em um reformatório.

Ao sair do reformatório fez a primeira proeza da vida: invadiu os sistemas da Arpanet (de onde se originou a internet), usada pelas forças armadas dos EUA para troca de informações. Foi novamente preso, em 1983, e passou seis meses na cadeia.

Em 1989 invadiu laboratórios de empresas da Califórnia e estados vizinhos e roubou códigos. Nessa época Mitnick já era um dos mais procurados crackers dos EUA.

Como ele começou a “passear” pelos estados, o FBI assumiu-lhe a caçada. A internet era acessada por linha discada e o FBI montou um sistema que lhe rastreava as atividades.

Mitnick, então, inventou a ubiquidade cibernética: montou três computadores e usava os três, de uma só vez, em diversos lugares, para as invasões. O sistema do FBI logava apenas no primeiro que correspondia ao padrão informado e quando Mitnick percebia que uma das máquinas estava localizada, fazia as invasões por outra.

O FBI não conseguiu encontrar Mitnick com o sistema. Foi um amigo que o delatou. Capturado, foi condenado a um ano de prisão.

De 1990 a 1994 Mitnick viveu a sua mais espetacular época.Passou a ser o anti-herói dos hackers e herói dos crackers do mundo: invadia tudo que encontrasse com uma porta aberta, e se não havia brechas, ele detonava as entradas.

Shot 002

As peripécias de Mitnick foram utilíssimas. Pelos seus ataques, as empresas de tecnologia começaram a investir em segurança e desenvolver chaves criptográficas mais pesadas. As empresas de antivírus estudavam os padrões Mitnick para desenvolver seus antídotos. Os firewalls começaram a ficar robustos.

As atividades de Mitnick geraram inúmeros estudos de segurança cibernética e um dos maiores especialistas na área Tsutomu Shimomura, montou o Centro Nacional de Supercomputacão em San Diego, na Califórnia. Para desafiar Shimomura, Mitnick invadiu o centro.

Shot 010

Shimomura associou-se ao FBI e começou a caçar Mitnick, até que o localizou na Carolina do Norte. Nessa altura Mitnick já usava uma linha celular, o que tornava mais fácil o rastreamento.

O FBI montou um quartel general na Carolina do Norte e, em 1995, também através de informações de vizinhos, localizou de onde partiam os sinais de celular, cercou o prédio e prendeu Mitnick, que foi condenado a cinco anos de prisão.

Os quase cinco anos de caçada renderam vários livros e um filme. O mais fidedigno livro é “Contra Ataque – A história da captura do pirata cibernético mais procurado dos EUA” escrito por Tsutomu Shimomura e John Markoff. O filme é “Caçada Virtual”, dirigido por Joe Chappelle.

O próprio Mitnick descreveu a sua caçada no livro “Ghost in the wires” (não conheço tradução nacional), mas ele fantasia demais, permanecendo o de Shimomura como mais fidedigno.

Shot 004

Mitnick foi solto em 2000, mas com a interdição de não usar a internet até 2003 e, é claro, vigiado pelo FBI.

Aos 37 anos, resolveu tomar tento e, passada a interdição, começou a trabalhar em empresas de segurança, desenvolvendo sistemas para fechar as portas que ele encontrava nos códigos.

Shot 009

Hoje, aos 52 anos, Mitnick tem a sua própria empresa de segurança cibernética, a Defensive Thinking, e uma empresa de consultoria na área de segurança, a Mitnick Security Consulting. Ficou milionário com palestras sobre segurança em todo o mundo, onde ainda é tratado como um mago.

Shot 007

Comentários

  1. Francisco Marcio29/03/2015, 20:31

    Essas matérias me agradam, fogem do noticiário nacional, geralmente: Folha e Estadão.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.