Depois de aceitar delatar a suas estripulias no Brasil, revelando inclusive o sofisticado sistema de TI do seu “banco de propinas”, cujo sistema era mantido em servidores na Suíça, a delação premiada fechada com a Odebrecht, além de entregar o diabo e o mundo a quem pagou suborno no Brasil, também atravessa as fronteiras nacionais e dedura políticos de países vizinhos, onde a empresa coçou os bolsos para angariar obras.
Já tem nome impresso na delação um membro da família do presidente do Peru, Ollanta Humala, que entregará o mandato no próximo dia 28 de julho, ao seu sucessor eleito, Pedro Pablo Kuczynski.
A Odebrecht “venceu” licitações no Peru para construir duas hidrelétricas e a parte peruana da Rodovia Interoceânica Sul, que liga o Peru ao Brasil, concluída em 2010.
A Odebrecht também “venceu”, em 2014, a concessão, por 34 anos, do Gasoduto Sul Peruano, que a empresa ainda constrói em consórcio com a Enagás peruana.
No Panamá, o delatado é o ex-presidente do país, Ricardo Martinelli, cujo mandato encerrou em 2014. No mandato de Martinelli, a Odebrecht construiu uma hidrelétrica e duas linhas do metrô da capital panamenha.
Embora não tenha ainda vazado nomes da política lusitana, a Odebrecht também construiu uma hidrelétrica em Portugal e o ex-primeiro ministro do país, José Sócrates, chegou a ser preso, em 2014, em uma investigação de corrupção no contrato para construção da hidrelétrica.
As delações que atingem dignitários (…) estrangeiros serão lacradas e enviadas às respectivas autoridades competentes em cada país.
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