Por suposto, os executivos da Petrobras indiciados na operação Lava Jato eram como buracos negros: sugavam até a luz que passasse nas suas imediações.
Para surpresa de todos, reportou, ontem (16), o britânico Financial Times, que a centenária e tradicional Rolls-Royce, que fabrica do mais sofisticado e tradicional veículo do mundo, passando por turbinas de aviões comerciais e jatos de guerra e chegando a turbinas a gás para plataformas de petróleo, pagou suborno a funcionários da Petrobras para conseguir um contrato de US$ 100 milhões.
Em chamada de capa, o Financial Times relata o depoimento do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que teria dito à polícia que recebeu pelo menos U$ 200 mil da Rolls-Royce.
Esta segunda-feira, as acções da Rolls Royce estavam a cair 1,16% em Londres.
Interpelada, a Rolls-Royce, que viu as suas ações caírem em 1,16% logo após a circulação do jornal, respondeu ao Financial Times que “não tolera conduta empresarial indevida de qualquer tipo e tomará as medidas necessárias para garantir o cumprimento das leis”.
Entenda-se por “providências necessárias”, na legislação britânica, uma vez comprovada a denúncia, uma pesada multa de até 100 vezes o valor do suborno.
A maioria das empresas europeias flagradas em episódios similares sequer permite que um processo seja iniciado: pelo sim, pelo não e até pelo talvez, adiantam-se em um acordo com o Parquet e pagam a multa para que nos seus respectivos cadastros nas bolsas não conste lançamentos de processos.
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