Pular para o conteúdo principal

Moro condena Lula a 9 anos e 6 meses de prisão

Shot 005

Como já se esperava, o juiz Sergio Moro condenou, ontem (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Lula foi sentenciado a cumprir nove anos e seis meses de prisão, por ter obtido vantagens indevidas da empreiteira OAS, no caso do tríplex de Guarujá (SP).

É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente da República é condenado. A condenação teve repercussões diversas no país e foi repercutida em toda a imprensa internacional.

Sergio Moro, segundo ele mesmo, para prevenir tumultos que poderiam ser protagonizados pela militância lulo-petista, absteve-se de determinar a prisão de Lula, para que ele começasse imediatamente o cumprimento da pena, o que é uma bravata jurídica típica de Moro, pois a condenação em primeira instância não autoriza imediato cumprimento de pena.

O que Moro fez foi escancarar os paradoxos jurídicos que lhe têm norteado algumas decisões baseadas exclusivamente no clamor social que perambulam no entorno dos autos que julga: prende e mantém preso quem ele acha que o cordão do trio elétrico deseja ver atrás das grades, mas deixa de dispensar o mesmo tratamento àquele que, ao seu juízo, cometeu as mesmas irregularidades, mas cujo cordão carnavalesco tem trio elétrico próprio que lhe toca o bloco.

A condenação de Lula, por enquanto, não lhe atrapalha as pretensões eleitorais de se candidatar à presidência da República em 2018, mas acende a luz amarela as suas querências, pois agora o tempo correrá contra ele no julgamento dos recursos a serem interportos da decisão monocrática.

Caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) mantenha a sentença, mesmo retificando a pena, antes do efetivo registro da candidatura de Lula, ele estará inelegível e o PT deverá buscar um plano B que, segundo o próprio partido, não existe.

Caso o TRF-4 não tenha concluído o julgamento do recurso, ou inocente Lula, antes do efetivo registro da candidatura, ele estará apto a concorrer.

É provável que o TRF-4, mesmo mantendo a condenação, retifique a sentença de Moro, pois ela está cheia de inconformidades por onde a defesa deverá penetrar o núcleo. Aliás, Moro gasta metade das tintas respondendo querelas colaterais, como se estivesse em uma mesa de discussão seminal ou jogando conversa fora em um boteco em fim de semana.

Isso, todavia, não destitui a parte técnica da sentença, mas Moro deveria se ter poupado da vaidade do discurso moral, pois não cabe ao Estado ser o mentor moral da nação. Também, deveria ter economizado cartucho explicando-se, pois, o juiz não deve explicação coloquial das suas decisões: tão somente deve estriba-las na lei e no seu convencimento jurídico.

Comentários

  1. ele elegeu Lula de novo kkkkk

    ResponderExcluir
  2. https://pje.trt8.jus.br/consultaprocessual/pages/consultas/DetalhaProcesso.seam?p_num_pje=32569&p_grau_pje=2&p_seq=1444&p_vara=11&dt_autuacao=08%2F03%2F2017&cid=308593

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.