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ÉPOCA, ISTOÉ, Temer e Janot

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Duas revistas de circulação nacional, ÉPOCA e ISTOÉ, carregam matérias elaboradas visando tiragem além do padrão: aquela mira no alvo estacionado no peito do presidente Michel Temer, desde que uma gravação entre ele e Joesley Batista veio ao baile; esta mira na ferradura e expõe os supostos intestinos da Procuradoria-Geral da República, mais precisamente a pessoa do Procurador-Geral, Rodrigo Janot.

A ÉPOCA, nas bancas hoje, 17, traz entrevista do ex-presidente do Grupo J&F, Joesley Batista, na qual narra a sua relação com o presidente Michel Temer e assessores.

Joesley Batista, em linguagem coloquial, conta à revista o que já obsequiou ao MPF na sua delação premiada, juntamente com o irmão, Wesley Batista. Aliás, para que não se perca a oportunidade da piada, goianos até para fazer delação fazem dupla.

Para ilustrar a capa, a ÉPOCA pinça uma das frases de maior efeito das respostas de Joesley: “Temer é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”.

Mas a entrevista não se resumiu a desancar especificamente com Temer, partindo para cima do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que oxida a passos largos na carceragem de Curitiba e, segundo o entrevistado, teria pedido R$ 5 milhões para não abrir uma CPI contra a JBS.

Abaixo, os principais trechos da entrevista:

A ISTOÉ, nas bancas a partir de hoje, 17, imprime na capa “As pressões indevidas de um procurador chamado Janot” e, como complemento, carimba um alerta da procuradora da República, Caroline Maciel, que em conversa com o colega Ângelo Goulart, avisa-o que “a tática de Janot é apavorar quem estiver do lado de Raquel”.

Raquel Dodge vem a ser uma das candidatas de oposição à Janot, inscritas para disputar a eleição da lista tríplice de onde o presidente Temer, por suposto, escolheria o próximo Procurador-Geral da República.

Praticamente toda a reportagem da ISTOÉ se baseia no grampo sobre o procurador Ângelo Goulart, preso por receber dinheiro da JBS para passar informações a Joesley Batista do andamento das investigações que lhe poderiam prejudicar.

A reportagem não demonstra quaisquer desvios funcionais de Rodrigo Janot que investam contra a sua legitimidade na condução da Lava Jato, tão somente revela os bastidores de um processo eleitoral, no qual o Procurador-Geral estaria perseguindo os procuradores simpáticos à candidatura da sua principal opositora, Raquel Dodge, tida como a preferida do presidente Michel Temer.

A ISTOÉ, portanto, querendo prestar serviço a Temer, deu um tiro com a mira torta, pois os bugalhos da eleições na PGR são os mesmos encontrados em quaisquer outras prateleiras eleitorais: traições, golpes escusos, tráfico de influência, abuso de poder et caterva, mas eles não devem, para efeitos de comparação, serem oferecidos nas mesmas gôndolas dos alhos da Lava Jato.

Para ler a matéria da ISTOÉ clique aqui.

Comentários

  1. caro Parsifal, o senhor já pensou em plantar coco? O oleo de coco está custando 88 reais o litro, alguem deve estar ganhando muito bem com esse preço. Nos tempos de minha infancia, o oleo de coco era o preferido pelos pobres, pois era o mais barato.

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    Respostas
    1. Esse é o preço do extravirgem orgânico, que agrega o valor que agora está em voga para todo tipo de alimentação "saudável". É a moda da alimentação politicamente correta.
      O preço da matéria prima não está nestas alturas e é uma comódite alimentar não tão bem colocada no mercado, como o açai ou o cupuaçu, que têm preços unitários mais altos, embora com menor escala.

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