A holding J&F Investimentos, que alguns afirmam ter sido criada sob a batuta do PT, na verdade foi criada em 1953, pela família Batista e hoje é comandada por Joesley Batista.
No lulopetismo a J&F cresceu bastante. Hoje a holding tem mais de 100 controladas, entre elas a Vigor, a Alpargatas, a Eldorado Brasil, a Flora, a Âmbar Energia, o Canal Rural, a Floresta Agropecuária, uma das maiores criadoras de gado no Brasil, a Oklahoma, uma das grandes criadoras de gado nos EUA, Austrália e Canadá, o Banco Original, e a mais famosa delas, a JBS.
Esta constelação empresarial emprega 225 mil pessoas e faturou, em 2016, R$ 170 bilhões.
A Lava Jato tem feito carga sobre o presidente do grupo, Joesley Batista, e desde o final do ano passado, 2016, corre o boato de que o empresário negociava um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Ontem (17), o jornalista Lauro Jardim, de “O Globo”, jogou uma bomba sobre o Palácio do Planalto ao divulgar trechos do que seria a delação premiada de Joesley.
Segundo gravação entregue por Joesley à PGR, Temer teria afirmado ser necessário que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e o operador Lúcio Funaro, presos na Operação Lava Jato, continuassem recebendo um repasse, feito por Joesley, para que mantivessem silêncio.
Segundo "O Globo", Joesley teria contado a Temer que estava pagando a Cunha e Funaro para ficarem calados. O presidente, segundo o empresário, respondeu: "Tem que manter isso, viu?"
O diálogo, que teria ocorrido em 07 de março de 2017, no Palácio do Jaburu, coloca o presidente Temer no fio da navalha, pois tal investida, no exercício do mandato, o que não lhe acode imunidade, é crime de obstrução da Justiça.
Mas a delação premiada do capo da J&F, no que toca ao presidente Temer, não estaciona na obstrução: Joesley revelou que, sob a orientação de Temer teria entregado R$ 500 mil a Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), suplente de deputado federal, hora ora em exercício, pessoa de confiança do presidente da República.
Consta que, em campana autorizada pelo STF, a PF teria filmado Loures recebendo uma mala com R$ 500 mil. Constaria ainda, na delação de Joesley, que a propina de R$ 500 mil fazia parte de um repasse semanal de igual valor, que deveria durar 20 anos!!
Mas a bomba Joesley Batista não explodiu apenas na cabeça de Temer. Também sobrou para o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, que teria sido gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões.
E assim como a PF teria filmado Loures recebendo R$ 500 mil, também teria filmado “um primo de Aécio” recebendo os R$ 2 milhões, que depois teriam sido depositados “numa empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG)”.
E mais uma vez uma delação premiada coloca peessedebistas, petistas et caterva dentro do mesmo embornal. Joesley teria afirmado que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era “seu contato no PT para a distribuição de propina a petistas e aliados”.
A divulgação da delação de Joesley Batista colocou Brasília naquelas chamas que extrapolam a política e abalroam a economia: as bolsas fecharam em queda e o dólar foi pressionado para cima, pois as apostas apontam que o mercado passa a considerar Temer um pato manco na Presidência.
É fato que a ocorrência depaupera o capital político de Temer no Congresso Nacional, onde ele faz trincheira para aprovar as reformas trabalhista e da previdência, cujo próximo cenário é cauto não prognosticar.
Ontem à noite (17), em referência às notícias em tela, o Palácio do Planalto publicou a nota abaixo:
“NOTA À IMPRENSA
O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.
O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.
O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados.”
(...) suplente de deputado federal ora em exercício (...)
ResponderExcluirObrigado. Já está corrigido.
Excluir