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Trump começa a ser confrontado com a realpolitik doméstica e global

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A edição norte-americana do site Politico reporta que o presidente Donald Trump anda a beira de um ataque de nervos pelos corredores da Casa Branca.

Sem experiência no jogo político, acostumado a ordenar ao prazer do seu próprio humor nos seus negócios, Trump sente o tranco que é depender de inúmeras variáveis legais, jurídicas e congressuais para colocar em prática a sua agenda de fazer “a América grande novamente”.

O primeiro revés, que deixou Trump com os nervos saltando para fora da pele, foram as sucessivas derrotas sofridas no Poder Judiciário, que anularam os seus decretos que restringiam a entrada nos EUA de cidadãos de sete países por ele considerados uma ameaça à segurança doméstica.

O cotidiano de Trump, relatam assessores próximos, tem sido de acessos de “surpresa e raiva crescente diante da realidade previsível de governar”, pois a burocracia gigante e exageradamente regimentada da máquina pública, mesmo nos EUA, cuja estrutura governamental é 10% do que é no Brasil, por exemplo, impossibilita que qualquer medida presidencial se efetive com a rapidez que o presidente desejaria que ocorresse.

Relata “um funcionário antigo do governo” ao Politico que Trump não consegue se aprofundar nos detalhes do funcionamento estatal e sempre que isso se torna necessário para que ele entenda o modus operandi de um governo, ele se irrita e muda de assunto.

Outra fonte de irritação de Trump são os vazamentos à imprensa dos atos e conversas dele ao telefone com líderes mundiais, como o episódio recente da áspera conversa com o primeiro-ministro australiano, que, dizem as paredes, desligou o diálogo na mais perfeita tradução de “ele bateu o telefone na minha cara”.

O fato é que Trump não está acostumado a ser confrontado e chegou à Casa Branca com a crença de que a presidência dos EUA poderia ser moldada por ele na mesma forma que administra o seu império de negócios. Mais equivocado ainda foi pensar que porque é presidente dos EUA, o mundo deveria estar ajoelhando aos seus pés e seguir a sua agenda sem questionamentos.

O recuo ao qual foi obrigado, por pressão da China, a mudar o discurso sobre Taiwan e aceitar a política externa de uma só China, foi uma forma dolorosa de Trump começar a desconfiar que, destarte os EUA ainda tenham uma formidável força de dissuasão, há muito não reúnem tutano suficiente para pautar a política externa global.

Segundo o “Politico”, a Casa Branca vive “um cenário de crescente tensão no trabalho, onde as tarefas a serem executadas não são claras, a moral entre alguns é baixa, os grupos dissidentes estão aumentando e a sensação de exaustão é crescente”.

Comentários

  1. Ainda bem que os atos tem que ser legais e referendados e não apenas atos de vontade..lá!

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  2. digno de nota o comentario de que ele não está acostumado a ser confrontado.
    tenho receio de politicos oriundos do poder judiciario, esses também não estão acostumados a ser realmente confrontados. Considere a palavra "realmente" destacd em letrs maiusculas.

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