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Por ordem de preferência

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Na primeira delação vazada à imprensa, de um dos 77 executivos da Odebrecht, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empresa Cláudio Melo Filho, 54 políticos são citados como receptores de propinas.

Era de se esperar que o PT e PMDB, não necessariamente nessa ordem, por terem sido os principais partidos da era petista, estivessem encabeçando a lista, mas o PSDB, pitando de bom moço, corria por fora e teve mais nomes citados que o próprio PT, como abaixo se demonstra.

Número de parlamentares citados por partido, na delação de Cláudio Melo Filho:

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Na sua delação Melo Filho também traduz alguns dos codinomes grafados nas planilhas de propinas da Odebrecht, revelando que o pessoal no departamento de propinas da empresa tinham humor referente afinado:

O Jornal Nacional “esqueceu” de colocar no tape mais três figuras ilustres cujos apelidos foram revelados e referidos na delação de Melo Filho.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), era o “Mineirinho”, o ex-presidente nacional do PSDB e atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, era o “Kimono” (Virgílio é faixa-preta de Karatê)e o ex-prefeito de S. Paulo, presidente nacional do PSD e atual ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, era o “Kafta”.

Comentários

  1. Quase oitenta dirigentes da Odebrecht firmaram acordos de delação premiada.

    A empresa pagará aos senhores da Lava Jato, aos Estados Unidos e a Suíça R$ 6,7 bilhões para que, no máximo, seus executivos possam ficar em liberdade e garantiu a todos estabilidade ou polpudas compensações financeiras, para que se mantenha até que o mercado “esqueça” suas trampolinagens.

    É bem diferente a vida dos 100 mil operários, técnicos, engenheiros e funcionários administrativos que perderam o emprego na companhia, desde que começou a obra saneadora do Dr. Sérgio Moro.

    Para eles, não há leniência ou prêmio: é olho da rua, mesmo.

    Por que não fazer o acordo de leniência obrigando a empresa a pagar não em uma multa que ninguém sabe como será paga e para onde vai, mas sim com a retomada, sem custo ou com desconto equivalente, dos projetos e obras que vinha executando?

    Poderia ser, até, maior, porque uma empresa como a Odebrecht, que todo o setor de construção pesada quer ter como contratante, pode conseguir, sem dificuldades, menores preços com seus fornecedores que não querem vê-la desparecer?

    Não teríamos esqueletos abandonados, não teríamos desemprego nesta escala, não teríamos a carga brutal que isso representa para a economia nacional.

    Mas tudo isso é trocado pelo espetáculo que – e este é o outro lado das delações – mostra que de “desculpas” nada há nestes acordos:a empresa nadava de braçada na corrupção, procurando e oferecendo vantagens aos agentes políticos.

    Para variar, o preço mais pesado é pago pelos inocentes.
    (Tijolaço)

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