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Lavoisier no ar

Embora modelos conceituais não tenham muito compromisso com o factual, de olho no plano “Air Superiority 2030” (Superioridade Aérea 2030) da USAF (Força Aérea dos EUA), que pretende renovar a sua força de ataque até aquele ano, a Boeing apresentou ontem (7), na AviationWeek, a imagem do seu F-X (foto abaixo), que atende os requisitos da USAF de ter todo os seus caças invisíveis, que na verdade são aeronaves com baixíssima assinatura de radar.

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Pela fotografia, o F-X, ainda nas pranchas da Boeing, vem a ser um plágio do veterano B-2 Spirit (foto abaixo), lançado ao ar em 2003, pela Northrop, mais conhecido como Stealth Bomber.

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Por sua vez, o B-2 Spirit, veio a ser um upgrade do F-117 (foto abaixo), da Lockheed, mais conhecido como Nighthawk (Falcão da Noite), que começou a voar em 1983.

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Mas o F-117 foi apenas um avanço aeroespacial do pioneiríssimo SR-71, o famoso Blackbird (Pássaro Negro), desenvolvido também pela Lockheed em plena Guerra Fria (década de 60) pelo engenheiro aerodinâmico Clarence Johnson, o pai da tecnologia de baixa assinatura de radar, que evoluiu para o modo Stealth atual.

O Blackbird, devido ao seu voo supersônico de alta altitude, jamais foi derrubado em toda a sua história operacional e o seu desenho inspirou o famoso X-jet, a aeronave usada pelos X-Men do HQ da Marvel.

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Ou seja, grosso modo, parafraseando Antoine Lavoisier, na indústria bélica nada se cria, tudo se copia e se aperfeiçoa, mas pelo pelo menos a Boeing, ao fazer o seu comercial para 2030, poderia contar a história, dando os devidos créditos a quem os fez por merecer.

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