O jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC) classificou a vitória de Donald Trump nos EUA de “falha institucional na democracia norte-americana”.
Articulistas norte-americanos, nos principais portais dos EUA, desprezam a delicadeza no lixo e acusam o eleitor estadunidense de estúpido por eleger a “besta-fera”.
Embora eu tenha apostado em Hillary Clinton, discordo tanto da opinião do PCC quanto dos articulistas que se arvoram em mentores políticos da nação.
A vitória de Trump não é uma falha, mas a afirmação institucional de uma democracia consolidada, onde o eleitor, que banca o Estado, exerce o direito de dizer quem ele quer como gerente e ordenador da despesa.
E ninguém pode, a priori, dizer que o eleitor errou, antes porque, as regras do jogo, nas democracias consolidadas, são rígidas, e caso sejam transgredidas, sequer o eleitor precisa esperar a próxima eleição, eis que a República tem instrumentos para retirar a representação, o que nos EUA, como no Brasil, é o impeachment.
A vitória de Trump, ao contrário do que os antirrepublicanos, e até alguns republicanos, pregam, não é o triunfo da estupidez, mas índice de que o establishment está surdo e cego, pois não conseguiu ouvir e ver as mudanças do humor da nação, diante de um período histórico que o mundo atravessa, seja de fluxo para uma nova forma de manejar a política, ou um refluxo para tomar impulso.
A fadiga do material, portanto, não é da forma como as instituições se estabelecem na República, mas do conteúdo delas, por isso os outsiders, cada vez mais, são alavancados.
E observe-se que, no caso dos EUA, os independentes, que são outsiders, começam a ser pêndulos. Quem tirou a eleição de Clinton foi o independente Gary Johnson, que em um estado pêndulo (Flórida) e em dois estados ditos democratas (Wisconsin e Pensilvânia) teve percentual de votos maior que a diferença entre Clinton e Trump, ou seja, se os votos do outsider Gary Johnson fossem para Clinton, ela venceria naqueles estados, como era esperado, e teria os 59 votos dos delegados que foram para Trump.
E como o establishment está surdo e cego, o jeito agora não é espernegar a frustração, mas ficar mudo, pois, parafraseando James Carville, Trump não é uma falha institucional e nem uma estupidez. Trump “é a democracia, estúpido”, pois a democracia não pode ter valor para mim apenas quando o meu candidato ganha.
Perfeito!
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirAssino!
ResponderExcluirtoda mulher tem seu Moro que merece. da senhora Clinton foi James Corney , saber se lÁ ele vai pagar pela indiscrição.
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