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Coalizão avança à Mossul usando tática nazista do início da II Guerra Mundial

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Na foto, um blindado M109 do exército iraquiano espora a borda sul de Tall al-Tibah, a a 30 km de Mossul. A ofensiva da coalizão já rompeu, em dez dias de campanha, 160 km, o que é rápido em se tratando de avanço em uma região inóspita, como o deserto iraquiano.

Abaixo, um infográfico da BBC mostrando como o avanço da coalizão, a mancha verde, aproxima-se de Mossul, rapidamente:

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É a famosa tática da Blitzkrieg, doutrina marcial arquitetada pelo general alemão Erich von Manstein, aperfeiçoada a um estado de arte pelo também general alemão Heinz Guderian.

A doutrina, que exige esforço máximo do contingente, foi usada por Adolf Hitler nas primeiras investidas da Wehrmacht, as Forças Armadas do Terceiro Reich, surpreendeu a Europa e, em poucos dias de deflagração, fez o Führer abater a Polônia, a Dinamarca, a França, os Países Baixos, a Bélgica, Luxemburgo, a Yugoslávia e a Grécia.

A Blitzkrieg foi mais além e ousada, pois, para o espanto de Stalin, que jamais imaginou que o Führer quebraria o Pacto   Ribbentrop-Molotov, investiu contra a União Soviética com 4,5 milhões de soldados: foi a famosa Operação Barbarossa, a maior campanha militar da história.

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A Operação Barbarossa foi a apoteose da Blitzkrieg, mas a reação soviética foi a maior prova da intrepidez russa, que pronto se refez do susto e barrou a avalanche bélica que Hitler debulhou sobre a parte europeia da União Soviética estacando-a na borda leste da Ucrânia e resistindo, na unha, ao feroz cerco de Hitler a Stalingrado.

E a prova da campanha também demonstrou o calcanhar de Aquiles da doutrina: a Blitzkrieg é tática de ataque, mas não se sustenta como tática de conquista, pois esgota rapidamente quem a impõe.

A Blitzkrieg da coalizão, portanto, deve começar a arrefecer nessa semana que começa hoje, pois o EI recuou de suas cabeças de pontes ao Sul e postou as baterias em Mossul, onde o contingente da coalizão chegará esgotado. A não ser que outro contingente, desta feita partindo majoritariamente da Turquia e da Síria, receba o bastão das tropas que chegaram, rendendo-as na corrida, Mossul resistirá mais do que algum desavisado possa imaginar.

O EI, como primeira providência, como era de se esperar, cercou Mossul com um enorme muro de fogo, incendiando o petróleo dos poços que a rodeiam, e a coalizão terá que romper esse firewall, pois não é possível debelar a queima de milhões de toneladas de óleo em estado bruto. Além disso, a densa nuvem negra de fumaça que se faz quando a queima arrefece, é quase tão nociva quanto a incineração à todo vento.

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Prevenindo uma possível retirada, o EI, ao mesmo tempo que cercou Mossul com o firewall, atacou Kirkuk, 150 km ao Norte. A resistência curda na cidade foi imediata e o primeiro efeito colateral da Batalha de Mossul é a instalação de uma guerra urbana em Kirkuk, onde, segunda as crônicas da região, já morreram cerca de 100 pessoas. A imprensa internacional acusa a morte, até ontem (22) de 22 pessoas. Kirkuk resiste bravamente, com o muque dos Peshmerge, que assumiram a defesa da cidade há dois anos.

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As fotos são da AFP.

Comentários

  1. E a pesquisa do DOXA voce não vai publicar e comentar? Assim não vale.

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  2. por aqui, surpreendi-me com uma cena no sup. nac., um funcionario perseguindo uma pessoa dando chicotadas com um chicote curto, ele zunia no ar e fazia muito barulho quando impactava na vitima. O cara fugia e o funcionario corria atras. Ouvi comentarios que ele estaria furtando.

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