Acompanho, desde domingo (16), a Batalha de Mossul, uma ofensiva multinacional, sob o comando do general iraquiano Najim al-Jubouri, para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, das garras do EI (Estado Islâmico), que a ocupa desde 2014.
A coalizão que singra o deserto iraquiano rumo a Mossul é de envergadura capital: EUA, França, Reino Unido, Austrália, Dinamarca, Turquia, Alemanha e Itália.
E, merecendo um parágrafo separado, pela primeira vez, os intrépidos guerrilheiros e guerrilheiras Peshmerga, do Curdistão iraquiano, que há décadas resistem às investidas das forças oficiais iraquianas, sírias e turcas que lhes desejam subjugar no norte do Iraque, marcham à ilharga de uma coalizão, unidos sob o signo de expulsar o EI.
Sob o comando de Omer Huseyin, os peshmerge, em curdo "aqueles que enfrentam a morte", são imprescindíveis para o sucesso da campanha, pois são forjados na poeira seca do deserto.
Mossul, hoje com 1,5 milhão de habitantes, é a antiga e bíblica Nínive, última capital do Império Assírio, citada no Antigo Testamento, mais precisamente no Livro de Jonas, como uma "cidade excessivamente grande", e desde aquela época um dos mais importantes entrepostos das rotas comerciais que cruzavam o Tigre. Nínive foi, idem, o mais importante ponto de junção geopolítica entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico.
Hoje, proclamada pelo autodenominado Califa do EI, Abu al-Baghdadi, como a capital do Califado Islâmico, Mossul continua com importância estratégica no coração do Oriente Médio, pois é centro nervoso de um dos maiores campos de petróleo do Iraque e, desde que a tomou, o EI é suprido, em grande parte, pelo óleo que de lá retira e comercializa no mercado negro.
Não é possível, obviamente, tomar Mossul por mar: ela está no meio do deserto. Não é possível tomar Mossul por ar: a cidade é densamente povoada e como o EI se mistura com os civis, uma campanha aérea está fora de cogitação. Portanto, para reconquistar a cidade, é preciso se valer da campanha tradicional: terra.
E a logística para deslocar um exército de 40 mil homens pelo deserto tem contornos bíblicos, mas a coalizão precisa desse número para cercar Mossul e asfixiar os cerca de 4 a 8 mil combatentes do EI que, segundo cronistas da região, estão armados até os dentes, e entrincheirados em cada esquina da cidade.
A pesada artilharia da coalizão, como apoio aéreo, vai varrendo as cabeças de pontes do EI destiladas pelos vales do Tigre, pois a tática de avanço terrestre é não deixar para trás nenhum foco de resistência, e isso tem sido feito, até agora, com relativa facilidade, mas a tomada de Mossul será uma campanha longa e difícil, e devido à densidade populacional da cidade, poderá deixar um rio de sangue, resultando em uma tragédia humanitária, pois o EI promete queimar tudo o que pegue fogo ao seu redor.
Segundo os estrategistas, todavia, e eu concordo com eles, não é possível ferir o EI severamente, sem lhes tomar Mossul.
Belíssima matéria. V.Exa está de parabéns! Mas...( sempre tem mas )como o PMDB está apanhando -aqui em Belém, Ananindeua...- mas que tapete em dia de faxina, deixe a política! Venha para as letras...
ResponderExcluirPermita-me explorar-lhe general. Essa coalizão toda: EUA, França, Reino Unido, Austrália, Dinamarca, Turquia, Alemanha e Itália. É por questões humanitárias ou interesses comerciais ( eu não acredito! )
ResponderExcluirAh! Se o seu aniversário for hoje, receba minhas sinceras felicitações- no fundo, eu lhe quero bem. Não vou me convidar para o rega-bofe, porque ouvi que o senhor atravessa o rio com o Sonrisal na mão e entrega-o do outro lado do rio, intacto.
ResponderExcluirAté que um homem pode sair da política. O problema é a política sair dele...
ExcluirA coalizão tem 95% de razões geopolíticas, econômicas e estratégicas.
Geopolíticas porque havia o receio de que o EI conseguisse a simpatia dos curdos, prometendo-lhes suporte para criar um estado soberano nas terras que eles hoje ocupam no norte do Iraque, sul da Turquia, oeste da Síria e Leste do Irã. Este hipotético país curdo estaria em uma área valiosíssima dentro do Oriente Médio, e seria uma dificuldade a mais para o Ocidente ter que lidar.
Econômicas porque os domínios de Mossul contêm os campos de petróleo mais caudalosos do Iraque.
Estratégicas porque acima de Mossul está a Hidrelétrica de Mossul, que abastece quase todo o Norte do Iraque e o EI, perto dela, embora pudesse afogar a si próprio no Tigre, não hesitaria em explodi-la.
Os 5% restantes são humanitários, pois o EI toca o terror onde chega.
Hoje é o meu aniversário, e o Sonrisal é pura intriga da oposição. Vou inclusive, logo mais à noite, pagar uma fatia de pizza para cada um dos meus 12 convidados.
Parabéns meu Amigo.. sucesso na empreita da sua saúde..se tiveres tempo antes de entrares nessa empreita vamos ao café para um abraço!
ResponderExcluirObrigado meu amigo Virgílio.
ExcluirComo eu digo para um amigo meu, eu digo para o senhor: o senhor é uma simpatia... Todos os seus convidados lotam apenas uma kombi! Francamente...
ResponderExcluirE você acha que eu tenho condições de pagar pizza para mais gente do que cabe, confortavelmente sentada, em uma Kombi?
ExcluirE como tem!
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