Com a meta imposta pelo Parlamento sueco de transformar toda a sua frota de carga para a tração elétrica, diminuindo a poluição e dependência dos combustíveis fosseis, a Suécia, concluindo que os motores elétricos para veículos pesados poderiam inviabilizar o cumprimento, resolveu partir para uma solução já consolidada há pelo menos 100 anos: os motores elétricos sem baterias, que adquirem força de cabos aéreos.
A solução centenária estava ali, pois grande parte do transporte ferroviário usa essa solução, e ninguém havia intuído, até agora, que ela pode ser implantada nas rodovias, como alternativa para o que seriam os caros motores com autopropulsão elétrica para veículos pesados, além da implantação de toda uma infraestrutura de abastecimento para esses dínamos invertidos.
O país, já colocou as mãos na obra e inaugurou um piloto para o investimento, dotando uma das mais movimentadas rodovias do país de 2 km de rede aérea, com tecnologia inteligente embarcada, onde os caminhões híbridos (diesel e elétrico), adaptados pela Scania e pela Siemens, são plugados, fornecendo os dados necessários, como consumo e velocidade auferida, para a finalização do projeto de multiplicar a solução para toda a extensão das estradas do país.
Segundo a Siemens, os primeiros dias de testes em condições reais, apontam que, com o sistema implantado, o consumo de combustíveis fosseis cairá pela metade e a energia elétrica fornecida virá, primordialmente, de fontes eólicas.
A propósito, a Suécia é o país do mundo que, em termos proporcionais, menos produz lixo e, em termos absolutos, o que mais o recicla, chegando ao recorde de reciclar 94% do lixo produzido. Os 4% restantes, que não são possíveis reciclar, o país usa para produzir energia elétrica.
Tem gente por aí que já está pensando no século XXII. Que isso não nos sirva de frustração, mas de estímulo.
Pois é... O Brasil, com o potencial que tem para produzir energia solar e eólica, estranhamente não investe pesado nesse segmento. Ter dinheiro para fomentar as empresas que se dispõem a implantar parque de geração é muito importante, mas não é só isso. Existem no país por volta de 78 milhões de unidades consumidoras de energia, que potencialmente poderiam ser geradoras de energia, especialmente solar. Seria muito bom se existissem um programa oficial de financiamento de kits de acordo com a demanda de cada unidade, com juros subsidiados e prazos longos. O problema é que isso contraria a força das empresas geradoras e distribuidoras de energia. Gostaria de ler a opinião sempre equilibrada do Parsifal.
ResponderExcluirVocê tem razão. No Brasil, até que já há um programa que fomenta a instalação de placas solares, como compra pelo sistema do excedente. Mas o programa é tão cabalístico e o crédito de tão difícil acesso, que não consegue decolar.
ExcluirVou preparar uma postagem sobre o assunto.