O mercado de próteses mio eletrônicas (que respondem aos movimentos enviados pelo cérebro, imitando os movimentos dos órgãos amputados) é dominado pela China, Reino Unido, Alemanha e EUA, que fabricam as peças usando titânio, aço ou alumínio.
A sofisticação tecnológica dessas próteses, aliada ao material usado, resultam preços inacessíveis aos simples mortais: um braço não é vendido por menos de US$ 100 mil, valor suportado por menos de 10% dos que precisam.
Mas eis que veio do Paraguai um aceno de solução: o engenheiro Antonio Resquín, usuário de próteses, coordena uma equipe que fabricou um braço biomecânico quase cem vezes mais barato que os já existentes.
A prótese "Made in Paraguai", mais precisamente no Centro de Inovação em Tecnologias Assistivas (CITA), criado pelo Parque Tecnológico de Itaipu, foi feita a partir de impressão em 3D, injetada em plásticos duros, como o utilizado nos brinquedos Lego, e embarca um software, também desenvolvido no CITA (não consegui informação sobre o sistema, mas arrisco que deve ser Linux) que responde aos estímulos que geram os movimentos básicos de um braço biomecânico: pinça e cálculo de força.
Resquín avalia que o produto final de qualquer encomenda chegará ao usuário por volta de US$ 1 mil.
O projeto de Resquín chama a atenção para as dificuldades financeiras que a tecnologia de consumo nos impõe. Estamos perdendo a capacidade de fazer, ter e nos bastar com o básico. A humanidade está se sujeitando a uma sofisticação de alto custo, que pode não ter sustentabilidade social em um futuro não muito à frente.
Eu só gosto daquele bolo básico: trigo, manteiga, açúcar e fermento. Mas ressinto-me em, cada vez menos, encontrar uma fatia dessa delícia para consumir, nem nas padarias. Onde quer que eu vá, há bolos de todos os tipos, recheados, enfeitados, com os mais diversos sabores e nomes. Menos o básico.
Isso me faz lembrar um diálogo sobre a simplicidade, travado por Francisco de Assis e Satário de Segui, o papa Inocêncio III.
Mas isso é outra história...
Parsifal. É auspicioso ver que o engenho humano pode superar dificuldades em algo que por sensível e deveras importante ao devolver autonomia a amputados, pode superar as limitações de desenvolvimento e fazer frente às empresas que vendem suas penadas almas ao Tinhoso, buscando mais e mais o lucro. Vivemos, é fato, numa sociedade capitalista, mas a gana pelo vil metal destrói muita coisa pelo caminho. Felizmente, Deus em sua infinita graça e misericórdia nos brinda com um exemplo desse. Que bom que as esperanças sejam sempre renovadas. Que bom. Quanto à simplicidade, digo sempre que o maior segredo da vida é a simplicidade, a sincronia, a beleza de uma mente que trabalha pensando nas pessoas. Francisco foi assim, de uma simplicidade sem par, de uma fé sem limites. Ainda bem.
ResponderExcluirUma publicação excelente se não for a sua melhor, parabéns!
ResponderExcluir