Delcídio do Amaral fez, ou não fez delação premiada?

Na sexta-feira (19), o portal de “O Globo” anunciou que o senador Delcídio do Amaral fora solto “após negociar acordo de delação premiada”, o que foi repercutido pelo Infomoney, que é uma publicação econômica do portal IG.

Depois da referida manchete, calou-se a imprensa completamente sobre o assunto e a notícia passou a circular sem a afirmação da delação.

Como ficou combinado no útero da Lava Jato, que preso só sai depois de delatar, e em acordo de delação pode constar até a garantia de que ela não será divulgada, a dúvida atroz de Brasília é se Delcídio fez, ou não a delação.

Há aqueles que apostam que fez, e argumentam, dentre outras coisas, que a fala do procurador-regional da República, Carlos Lima, que integra a força-tarefa das investigações, e foi um dos que “visitou” Delcídio na prisão, refere-se à delação do senador.

Na terça-feira (23), em visita ao companheiro, que está em prisão domiciliar, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Paulo Rocha (PT-PA), especularam sobre o assunto.

Segundo o senador Costa, Delcídio negou que tenha feito delação premiada, “mas afirmou que conversou com diversos procuradores”. Ao ser questionado sobre o teor das conversas, Delcídio não as revelou (...).

E aproveitou para fazer uma reserva ao se submeter à sugestão da bancada do PT para renunciar à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE): ele aceita até ser expulso do PT, mas sentenciou: “Só não vou aceitar ir para Curitiba”.

Ou seja, não aceita ser cassado, pois a cassação o faz perder o foro privilegiado, jogando-o no colo de Sérgio Moro, que tem um rito personalíssimo no processo: primeiro prende e depois condena.

A frase de Delcídio para Costa e Rocha, não passa de uma paráfrase do que ele já teria proferido no cárcere para amigos que o visitaram, de que se o cassarem, “leva a metade do Senado com ele”.