Francisco vai a Cuba. Saravá, Francisco!

Com população majoritariamente católica, desde a primeira visita de João Paulo II (1998), Cuba passou a ser parada obrigatória para os seus sucessores: em 2012 foi Bento XVI e no sábado (19), foi a vez do papa Francisco pousar na ilha, onde rezou, na Plaza de La Revolucíon, ontem (20), a sua primeira missa na ilha.

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De Havana, o papa visita, hoje (21), Santiago de Cuba, que fundada em 1515 pelo conquistador espanhol Diego Velásquez, foi a primeira capital do país, sendo hoje a cidade mais importante depois da capital.

Amanhã (22), o papa seguirá para a cidade de Holguín, historicamente conhecida por lá ter pisado, na sua primeira expedição à América, em 1492, El Gran Almirante Cristóbal Colón, nosso velho conhecido Cristóvão Colombo.

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É dito, nos livros de história cubana, que quando Colombo avistou as costas de Holguín onde a natureza semeou uma vegetação exuberante e maravilhosas praias, ficou tão impressionado que exclamou: “essa é a terra mais formosa que os olhos humanos já viram”.

A visita a Holguín é uma mensagem diplomática aos EUA, para onde Francisco seguirá depois de Cuba: é a cidade mais perto da Base Naval de Guantánamo, um quisto norte-americano em território cubano, onde os EUA mantêm a famosa prisão de Guantánamo.

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Além da agenda religiosa, o papa trata em Cuba cinco pontos de Estado:

1. Reaproximação com os EUA: o papa quer atualizar a agenda de reaproximação EUA-Cuba e pretende, na visita que fará ao Congresso, em Washington, pontuar avanços que dependem do parlamento estadunidense para prosperarem.

2. Presos políticos cubanos: o papa deseja que Cuba reveja os seus critérios penais, que tipificam “atentados à revolução”, e liberte mais presos políticos além daqueles acordados com os EUA no processo de reaproximação.

3. Abertura econômica: o papa volta à ilha com o mantra usado por João Paulo II, que pregou que “Cuba deveria se abrir economicamente ao mundo e o mundo deveria se abrir economicamente à Cuba”, o que é uma clara posição contra o embargo dos EUA.

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4. Abertura política: embora isso ainda seja tabu em Cuba, o papa reforçará que para que o processo de reaproximação política com os EUA avance, Cuba precisa promover eleições diretas e democráticas.

5. Sincretismo religioso: o perfil e comportamento da população católica de Cuba parece muito com a do Brasil. Os cubanos se declaram católicos, mas a maioria dos católicos é também adepta de afro-religiões similares à macumba e o candomblé, dentre outras.

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Comentários

  1. Servir foi o recado! E como o poder está acostumado a ser servidos. O recado foi dado.

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