A tática de, mesmo ao arrepio da legislação penal vigente, manter presos os executivos das empresas envolvidas no Petrolão, para pressioná-los a usar os cotovelos como boca, surtiu efeito.
Anunciou no sábado (28), a “Folha de S. Paulo”, que a Camargo Corrêa, que está com os três principais diretores encarcerados, negocia com o MPF um acordo de leniência, que é o correspondente da delação premiada das pessoas físicas.
> Empresa guarda segredos da República
Se a Camargo Corrêa, que convive com o poder desde a ditadura, passando por todos os governos democráticos (FHC era hóspede ilustre dos Camargo, na mansão à beira do Lago de Tucuruí, quando se construía a hidrelétrica), resolver dizer o que sabe do Petrolão, o monte de cartas sobre a mesa precisará de vários baralhos, pois a Toyo Setal, que já celebrou acordo de leniência, é mera coadjuvante nessa película, sem maiores inserções no já chamado “Clube do Bilhão”.
Por enquanto, segundo a “Folha”, foi feito o primeiro contato dos advogados da Camargo Corrêa com o MPF, que acertaram a continuação da confecção dos termos do acordo de leniência, a ser apresentado à SDE, para depois das champanhes do réveillon e é aí que a jurupoca vai começar a piar, pois se Camargo for ao brete dificilmente as outras 15 empreiteiras tarrafeadas pela PF não seguirão o mesmo fado.
> Todo mundo junto
Ainda, se for esse o intento da Camargo, as demais empresas poderão concluir que devem entrar juntas no tronco: o MPF não é tolo para sair fazendo acordos de leniências em série, pois como, por suposto, as 16 agiam em conjunto, depois da primeira falar a segunda não terá muita coisa a acrescentar.
Comentários
Postar um comentário
Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.