Em 2012, a Google comprou a divisão de celulares da Motorola (Motorola Mobility) por US$ 12,5 bilhões, cash.
Ontem (29) a Google anunciou a venda da Motorola Mobility, para a chinesa Lenovo, por US$ 2,9 bilhões, que serão pagos em módicas prestações e paternal prazo de três anos.
Então a Google comprou uma empresa por US$ 12,5 bilhões e depois de dois anos a vendeu por US$ 2,9 bilhões, perdendo US$ 9,6 bilhões?!
Como dizia o meu pai, esse pessoal não mete prego sem estopa. Há essa leitura porque a imprensa escreve mal essas transações.
Quando, em 2011, a Google fechou a operação eu escrevi aqui:
“o grande valor que o Google agrega com a compra é passar a ser proprietário de quase 17 mil patentes que a Motorola detém sobre os ramos da comunicação móvel.”
Pois bem: dessas 17 mil patentes, 15 mil permanecerão com a Google e são elas que valem parte da diferença entre a compra e a venda.
Quando a Google comprou a Moto Mobility, encerrou uma disputa judicial que, se perdida - e iria perder – teria que pagar US$ 4 bilhões à Moto.
A disputa era pela paternidade original de uma interface que hoje, depois de reescrito pela Google, está embarcada em 81% dos celulares do mundo: o fabuloso android. Essa é a outra parte da diferença entre a compra e a venda.
E o que a Lenovo comprou e por que a Google facilitou tanto a venda? Comprou as plantas de montagem de aparelhos e suas patentes, que não são foco da Google, mas da Lenovo que é hoje a maior montadora e vendedora de PCs do mundo.
A Google juntou a fome com a vontade de comer: aquelas 15 mil patentes que ficaram, serão licenciadas para a Lenovo desenvolver os hardwares, que quando forem para as prateleiras depositarão um percentual das vendas nas contas bancárias dos acionistas da gigante de buscas.
Pensando bem, a Google ainda sairia lucrando se doasse a Lenovo o que lhe vendeu por US$ 2,9 bilhões, mas como não deu, a Lenovo comprou, ora pois.
Nobre Deputado, acabo de ler no Radar on line (Lauro Jardim), que o reitor do King’s College, Rick Trainor, cochilou enquanto nosso supremo ministro, Joaquim Barbosa, fazia seu discurso sobre o funcionamento do STF. Isso demonstra o quanto era interessante essa "visita oficial" do supremo ministro à Inglaterra. E mais, o quanto está custando ao erário público brasileiro esse "rolezinho" do ministro. Como diz o velho ditado: faça o que digo, e não o que faço. (Ulisses Silva Maia - Marabá-PA)
ResponderExcluirÉ... o Joaquim Barbosa pode até receber diárias em férias...
ExcluirMuito bom, senhor blogueiro!
ResponderExcluirÉ esse tipo de qualidade que me torna assíduo por estas bandas.