No fracasso do sistema carcerário surgem as organizações que comandam o crime a partir dos presídios. Quando se achava que o crime organizado estava “pacificado” em seu território – o governo de S. Paulo celebrou um acordo com o PCC – organizações raiam para conter a hegemonia do PCC.
As decapitações no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, são atos de novas organizações que não querem ceder espaço ao PCC, que movimenta, apenas em São Paulo, aproximadamente R$ 30 milhões por ano.
> Organizações recrutam dentro e fora dos presídios
As vítimas da guerra tombam dentro e fora do cárcere: grande parte dos assaltos a bancos e caixas eletrônicos servem para alimentar as finanças das empresas do crime.
Como o PCC, as novas organizações recrutam provendo sustento financeiro às famílias dos detentos, que deverá ser pago quando esses saírem às ruas, através da participação em crimes.
> Juiz estupefato
O juiz Douglas Martins, diretor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, afirma que as novas organizações se espalham rapidamente pelo País, e se diz estupefato com as cenas protagonizadas: as organizações dilaceram as vítimas para mostrar destemor.
Conta Douglas que, em um dos presídios mais violentos do Brasil, o de Pedrinhas, no Maranhão, presos rebelados “aproveitaram a visita de um desembargador maranhense à cadeia e jogaram em direção ao grupo, rolando como se fosse uma bola, a cabeça de um dos detentos.”.
> Gênese seria combate ao Estado
A socióloga Camila Dias, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, declara que o “PCC se firmou como uma grande organização cuja performance e receptividade na massa carcerária não se explica apenas pelos serviços sociais internos ou pelos negócios que comanda. O vetor de ação é um tipo de ideologia onde o inimigo é o estado violador dos direitos do preso.”.
> Modelo idiota
O Brasil insiste em um modelo prisional corrupto, violento, fracassado e idiota. A concentração de apenados em grandes presídios, a brutalidade e a corrupção institucional no sistema, faz com que o que nele se aplica tenha resolutividade zero.
As redes criminosas substituem o Estado: pagam advogados para cuidar dos processos, providenciar progressão de penas e liberdade, mas o cliente sai com um passivo a ser pago com a atividade criminosa, ou seja, um sistema que deveria recuperar o criminoso, fortalece a sua propensão ao crime.
> Jovens
E o mais desesperador: praticamente 50% da população carcerária do Brasil é formada por jovens de até 29 anos, ou seja, o clichê de que a “cadeia é uma escola de delinquência”, é uma verdade inconveniente, mas, pelo visto, não incomoda muito, pois a sociedade, lato sensu, ainda acha que “ir para a cadeia”, é a melhor solução para o crime.
Somos uma sociedade em construção, tomara que tenhamos pressa em construirmo-nos e deixarmos de pensar somente no carro zero....ou no último modelo de smartphone, é assim que se escreve?
ResponderExcluirSim. É assim que se escreve. Vamos ver se tomamos o último café do ano.
ExcluirVamos sim! Não estou conseguindo falar contigo de jeito nenhum....Abs
ResponderExcluirLigo-te amanhã. Estava no interior do interior.
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