A impressão em 3D gerou o seu primeiro estrato na biotecnologia: em San Diego, na Califórnia, a Organovo anunciou que concluiu um driver – software que estabelece a rotina para o hardware executar uma tarefa – que propicia a impressão do fígado humano.
A impressão, cuja “tinta” são células do fígado cultivadas in vitro, conseguiu saltar o capital obstáculo da empreitada: imprimir o sistema vascular do órgão, que fornece o oxigênio e os nutrientes necessários para sustentar a vida. Até então, debalde tinham sido as tentativas na área, pois as células estavam mortas antes do final da impressão.
Abaixo um vídeo da Organovo ilustrando o processo:
Mike Renard, vice-presidente executivo da Organovo, declarou que a empresa conseguiu imprimir camadas de 500 micrometros (1 micrometro equivale a um milionésimo de metro) de espessura, o que possibilita a construção do tecido hepático em estado semifuncional “com o comportamento fenotípico nativo por pelo menos 40 dias".
O prodígio da Organovo, todavia, por ter vida útil de apenas 40 dias, ainda não é a solução do problema das mais de 18 mil pessoas que precisam de transplante de fígado todos os anos nos EUA: o órgão impresso servirá apenas para testes de laboratórios bioquímicos que desenvolvem drogas e precisam saber os impactos que essas têm na função hepática dos pacientes.
Os inventores da impressão em 3D não devem ter imaginado que o invento propiciaria o surgimento de um novo ramo da engenharia: a bioengenharia de tecidos, que propiciará, em um futuro não distante - Mike Renard avalia que em 10 anos será possível imprimir órgãos 100% funcionais – fazer com que o drama dos transplantes de órgãos passe a ser uma questão puramente comercial.
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