O Paraguai inventou o “Impeachment Express” e em 48 horas processou e cassou o mandato do presidente da República Fernando Lugo, dando posse ao vice-presidente Federico Franco, que antes do final do primeiro ano de governo de Lugo já era o seu mais ferrenho opositor.
> Não houve golpe de Estado
Não houve golpe de Estado (embora eu tenha a convicção de que houve um golpe constitucional), pois o impedimento de Lugo se deu de acordo com o texto substantivo da Constituição e as regras adjetivas, embora açodadas, votadas e promulgadas por quem tinha plena competência e prerrogativa para erguê-las: o Senado.
> Sanções não são cabíveis
O estriamento do processo não pode ser usado pelo Cone Sul como mote para retaliar o Paraguai com sanções, como a expulsão do Mercosul, que alguns tão açodados como os senadores paraguaios já pregam: embora a democracia tenha sido sarrafeada, a atitude sensata de Lugo em aceitar o veredito e a ascensão imediata do vice ao cargo, afastando quaisquer vislumbres de quartelada, garantem ao país continuidade institucional que deve ser respeitada.
> A harmonia entre os poderes
O episódio demonstra a fragilidade a que chega um gabinete executivo quando esse não consegue administrar a correlação de forças com o Parlamento, perdendo condições de governar e, ao final, de permanecer no governo.
Em uma democracia parlamentar a República exige harmonia entre os poderes. Quando um insiste em ignorar o outro, a indiferença passa a ser o prelúdio da ruína.
Cantemos loas ao Paraguai que não tem Kakai nem Márcio Thomaz Bastos para protelar processos como o do Mensalão. Se o Lugo nunca se explicou durante anos sobre o assédio sexual a menores que engravidou (mesmo ele sendo um bispo católico), 2 horas para se defender no Congresso das acusações que o levaram ao impeachment parecem até uma eternidade. Eu tenho é inveja da rapidez do processo paraguaio.
ResponderExcluirPô, do Paragaui nem a Democracia se safa. Tem a mesma garantia que o uisque made in paraguai.
ResponderExcluirSe isso não for um Golpe de Estado "materialmente" falando eu troco de nome.
ResponderExcluirCá entre nós, 35 anos de hegemonia do partido colorado, leia-se extrema direita, não ficaria de graça essa afronta.
A democracia sul americana ainda tem muito a amadurecer, ainda são muito infantis.
O Lugo foi impichado de acordo com as regras constitucionais do Paraguai , portanto, não existe golpe de acordo com a lei
ResponderExcluirCollor foi impichado de acordo com as regras da constituição do Brasil. Houve golpe?
Os EUA ao saberem que as regras foram obedecidas reconheceu o novo governo paraguaio. O Brasil errou, ao ficar em cima do muro. Pois, está claro que a democracia foi respeitada pelo Parlamento paraguaio