Na quarta-feira (18) o Copom derrubou a taxa de juros nominais¹ para 9% ao ano. Com a medida os juros reais² descem a 3,4% ao ano, fazendo com que o Brasil deixe de ter a maior taxa de juros reais do mundo, cabendo a tocha, agora, à Rússia.
A taxa ainda é alta para os padrões das economias sólidas, mas barateia o dinheiro: os spreads nacionais são um dos maiores empecilhos aos investimentos e um dos mais pesados componentes do custo Brasil.
> Repercussão no mundo
O arrocho nos spreads nacionais repercutiu no mundo: o “China Daily”, o Financial Times” e a “Bloomberg Business Week” parece que combinaram as chamadas e reportam que o corte se deu “diante da menor pressão inflacionária e da necessidade de estimular a economia”.
Os conservadores “Wall Street Journal” e “Financial Times”, observam que os movimentos podem ser o anúncio de uma terceira rodada de “afrouxamento quantitativo” (concessão de crédito sem qualificações nas tomadas, o que pode gerar insolvência), o que traria o “perigo de Guerra Cambial 2” (estímulo do “hot money” para forçar os emergentes a reapertar o crédito aumentando os spreads).
> Premissas improváveis
Não creio nas premissas do “WAS” e do “FT”: assim como eles estão escaldados, as economias emergentes também estão e não cometeriam a insensatez de permitir uma crise de insolvência como efeito de crédito fácil (afrouxamento quantitativo).
O que o Brasil pratica é uma espécie de legítima defesa monetária tanto doméstica quando transnacional, que busca prover o mercado interno a decompor da sua planilha de custos o peso específico de juros que dificultam investimentos.
Que a indústria, e o comércio, saibam aproveitar as alvíssaras.
¹ Taxa de juros acrescida da inflação
² Taxa de juros descontada a inflação
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