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Tragédia grega

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Há 20 anos assisti “Megaleksandros” (Alexandre, o grande) em um festival de cinema grego, no antigo Cine Belas Artes, destruído para abrigar uma estação do metrô paulista.

Foi quando ouvi falar de Theo Angelopoulos que, depois de Costa-Gravas (de quem eu asssisti “Z” na década de 70), era o diretor grego mais conhecido fora da Grécia: Angelopoulos ganhou uma Palma de Ouro em Cannes por “A eternidade e um dia” e um Leão de Ouro em Veneza, por “Alexandre, o grande”.

No final de 2011, Angelopoulos começou a filmar “The other sea” (O outro mar), que contaria a estória de uma família apanhada pela fatídica crise econômica que devorou a Grécia, destruindo relações políticas, comerciais e pessoais de um país cujo tema recorrente sempre foi a tragédia.

Na terça-feira, 24, Angelopoulos caminhava pelos arredores de Atenas, com a sua equipe de filmagens, procurando locações para as cenas externas, quando foi violentamente atingido por uma motocicleta: chegou morto, aos 76 anos, ao hospital.

Como dizia a minha avó Ciló, “desgraça pouca é bobagem”: a Grécia, no meio da sua tragédia econômico-financeira, perde, tragicamente, um dos seus maiores cineastas.

Comentários

  1. Parsifal, com relação ao Cine Belas Artes a tempos atraz vi uma reportagem em que os proprietários não renovariam o contrato com quem alugava este local para passar filmes. Acho que não foi destruido este local para ser estação de metrô.

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  2. O dono do prédio é o Flavio Maluf. O prédio é um dos mais de 200 imóveis que os Maluf têm em São Paulo, herdados de Dona Maria Maluf, matriarca da família.
    Na verdade, Flavio Maluf não quis renovar o contrato com o Belas Artes em fevereiro de 2011, pois, com a inauguração, no segundo semestre de 2011, da estação da Consolação do metrô, ele viu mais lucro em incorporar o espaço à entrada da estação para comércio.
    Hoje, o espaço que era o Belas Artes se confunde com a estação do metrô.
    Com certeza o Flavio Maluf está ganhando mais dinheiro.

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  3. Esse motoqueiro era belemense?

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