Diferente da carpição burlesca protagonizada pelo regime norte-coreano por ocasião da morte do ridículo ditador Kim Jong-il, a República Checa convalesceu, hoje, a morte do seu mais ilustre político: o democrata e dramaturgo Vaclav Havel, ido no domingo, 18, aos 75 anos.
Havel, preso pelo sistema soviético por vários anos, comandou a “Revolução de Veludo”, que, sem qualquer violência, tirou a antiga Checoslováquia do regime comunista. Foi o primeiro presidente eleito pelo voto popular da nova era que sonhou implantar no país esfacelado pelos 40 anos de repressão soviética.
Ele comandou, em 1993, a pacífica divisão da Checoslováquia em duas repúblicas hoje prósperas: a República Checa e a Eslováquia.
Estes dois momentos históricos capitaneados por Havel, fizeram-no o pai moderno das duas repúblicas que aprenderam a amá-lo por gratidão o que é diferente ao culto da personalidade que as ditaduras impõem.
A cerimônia fúnebre de Ravel parou a belíssima Praga, capital da Republica Checa. A secular Catedral de São Vito foi pequena para receber líderes de todas as democracias mundiais, como Nicolas Sarkozy, da França, David Cameron, do Reino Unido, o ex-presidente Bill Clinton e sua esposa a secretária de Estado, Hillary Clinton, como plenipotenciários dos EUA.
Ao todo, lotaram a São Vito, 50 delegações de todo o mundo. A delegação da Eslováquia, que se separou da República Checa sob a batuta de Ravel, foi a mais numerosa, sob o comando do presidente Ivan Gasparovic.
“A verdade e o amor devem prevalecer sobre as mentiras e o ódio", é o mantra até hoje repetido pelos checos e eslovacos. A frase era pronunciada por Havel, sempre que fechava uma fala na campanha da “Revolução de Veludo”.
Fotos: AP
Essa frase do Vaclav Havel me fez recordar a do recém eleito presidente Lula em 2002.
ResponderExcluir"A esperança venceu o medo".