Há uma força oculta pressionando a Liga Árabe a encurralar o presidente da Síria Bashar al-Assad, mas, não creio que o movimento dos EUA e da União Europeia em decretar sanções à Damasco, tenha sido determinante na tomada de posição da Liga.
Ontem, no Cairo, a Liga voltou a admoestar al-Assad a deixar o poder, exigindo-lhe que permita uma missão de observadores estrangeiros. Foi-lhe assinado um prazo de 24 horas (termina hoje) para a chancelaria providenciar o salvo conduto, ou, todos os países da Liga decretarão o isolamento econômico da Síria.
No mês passado a Síria, para não cumprir compromissos de curto prazo, declarou “estado de emergência econômica", alegando que as sanções dos EUA e da UE lhe desidrataram a liquidez.
Caso a Liga Árabe proceda as sanções, a Síria poderá sofrer falência contábil em pouco tempo, pois estará isolada em seu próprio bloco, o que nunca ocorreu com nenhum outro país do Médio Oriente.
Bashar al-Assad, diferente de outros líderes recentemente abatidos na área, tem solidez institucional suficiente para aguentar o tranco, mas, para isto, terá que fazer o que os EUA e a UE detestariam: sentar no colo da China.
Apelando para a teoria da conspiração, penso cá com meus botões: será que Pequim está patrocinando, junto à Liga Árabe, o isolamento de Damasco, para forçar al- Assad a espichar os olhos? Começo a intuir que o bloco ocidental pode ter errado algumas peças deste quebra-cabeças.
Incursões armadas sobre Damasco estão fora de cogitação, pois a Síria tem poder de fogo longo e, na contabilidade das tribos que formam a nação, os alauitas, etnia de Bashar al-Assad, têm ampla maioria, daí porque os levantes não têm conseguido tomar corpo, como ocorreu na Líbia.
É, meu caro Teo, embora eu torça por você (acho que está na hora do Baath deixar a fila andar), não está fácil para você ganhar aqueles US$ 5 mil do Kamal.
Não fique alegre Kamal, pois também, a situação de al-Assad está cada vez mais trabalhosa, e Allah pode concluir que lhe chegou a hora de descer do trono.
Parsifal, que analise pertinente! Mas vc acha que a Liga Árabe esta sendo conivente com o expansionismo chinês ou estão sendo simplesmente manipulados? Em caso positivo a primeira indagação, a intenção da comunidade árabe seria trazer ao tabuleiro do Oriente médio a potência para equilibrar a relação de forca com o eixo hebraico-americano? Nesse caso, essa seria mais uma lacuna preenchida pelo sino-imperialismo em substituição ao bloco russo?
ResponderExcluirAbc
Eu ainda não tenho respostas para estas perguntas. Não creio, todavia, que a Liga faria uma manobra desta envergadura, de forma consciente: os árabes nunca desejaram interferências externas nos seus respectivos territórios e resistem a isto desde as Cruzadas ocidentais da Idade Média. Estou tentando buscar informações do porquê da Liga jogar al-Assad aos leões, para escrever sobre isto.
ResponderExcluir