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Onde canta o galo

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Os controladores da Vale não tinham absoluta certeza de que a usina de Belo Monte poderia vencer o imbróglio imposto a sua construção e preferiram não colocar dinheiro em uma roleta de probabilidades aleatórias.

O grupo Bertin topou a parada e, através da Gaia Energia, por ele controlada, arrematou 9% da dúvida: pelo sim pelo não, se certo desse, sem gastar um tostão poderia levar algum no repasse do barranco.

Quando a Vale viu a construção de Belo Monte como uma irreversibilidade tratou de cobrar a fatura do seu quinhão. O Bertin, prontamente, embalou os 9% que a ele se hipotecara e os entregou à Vale.

Não se sabe qual foi o reembolso pago pela Vale ao Bertin, mas, como este pessoal não enfia prego sem estopa, com certeza houve um ágio na operação e os dois viverão felizes para sempre.

A Vale, doravante, deverá investir, pela parte que lhe cabe para suspender o paredão em Belo Monte, algo em torno de R$ 2,3 bilhões.

O Bertin ensaiou, ano passado, fazer operação parecida na licitação do “Trem bala”, mas, ela não se realizou. Isto não quer dizer que o grupo não está com as mãos coçando para mais uma tentativa, quando se publicar o outro edital do projétil.

Comentários

  1. Parsifal;

    É difícil aceitar que, para uma montanha de minério que é retirado do nosso estado e mandada para o estrangeiro - principalmente nestes tempos de grande valorização do produto no mercado internacional (com índices acima de 100%), a VALE deixe tão pouco em benefícios para o Pará. Os municípios do interior já deveriam estar há muito contando com ótimas instalações de saúde, escolas regulares e profissionalizantes, universidades, estradas bem conservadas, etc; mas ainda se enquadram em IDHs africanos. Odeio isso. Agora o governo quer desestabilizar todo o clima e a hidrografia da região, enchendo de hidrelétricas os nossos rios, para tornar estes poderosos empresários mais ricos e aumentar ainda mais a migração de despossuídos e os bolsões de miséria e seus problemas sociais para nós.

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