Depois da Tunísia e do Egito chegou a vez do ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh deixar o poder, na varredura que a democracia titubeia pelo Médio Oriente.
Depois da intensa pressão popular que já perdurava por mais de 90 dias, Saleh, há 32 anos no poder, aceitou um acordo político intermediado por países árabes vizinhos, que prevê a sua saída em 30 dias.
Narra o "The Wall Street Journal" que o iminente ex-ditador só aceitou o acordo depois que foi garantida a sua imunidade e a de todos os seus parentes.
Ali Saleh deverá, após a renúncia, exilar-se em um dos países árabes que costuraram o acordo e viver nababescamente com a fortuna que amealhou em mais de três décadas, mas, pelo menos, deixará os iemenitas livres para elegerem os seus próprios representantes em uma democracia que nasce ao sul do belo, estratégico e perigoso golfo de Áden.
Boa sorte aos iemenitas.
O problema é que os árabes não tem cultura política democrática e a maioria da população pode cair sob a influência de partidos islâmicos ortodoxos. Lá, religião e Estado não estão separados como no Ocidente, de modo que há sérios riscos de que as revoltas, ou revoluções, populares terminem, desgraçadamente, desembocando em ditaduras religiosas, como sucede hoje no Irã.
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