Nesta greve transversa da PM do Espírito Santo, com respingos por outros estados, um ponto deve ser evidenciado: embora debalde, a resolução das esposas dos policiais.
A greve é transversal porque foram as esposas que emparedaram o establishment, eis que a força policial está proibida constitucionalmente de se organizar sindicalmente e fazer greve. A greve é debalde porque o efeito imediato foi a potencialização da insegurança tendo como consequência o sitiamento do cidadão.
A forma do movimento foi capciosa, mas o conteúdo reivindicado é consequente, sendo o meio, nesta circunstância, passível de acolhimento moral se lido pelo princípio eventual que Weber chamou de ética da responsabilidade. Mas isso é coisa para tese de mestrado.
Destarte o avanço da afirmação feminina colocar a mulher, legal e juridicamente, em condição de cidadania igual à do homem, na prática ela ainda enfrenta dificuldades, preconceitos e intolerância para o exercício pleno dos seus direitos.
E quando um grupo de mulheres se arregimenta para enfrentar uma parada desse quilate, sob a certa reprovação social e seus julgamentos cartesianos, pois que o aquartelamento subtrai o pouco de segurança que temos, independentemente da justeza do movimento, há que se admirar a intrepidez de quem lhe dá combustível: as mulheres.
O noticiário mostra os efeitos imediatos da ausência da PM nas ruas. Só no Espírito Santo foram 142 assassinatos em nove dias de greve. É uma cobertura mecanicista: mera reportagem de causa e efeito.
A imprensa deveria, na oportunidade, ser menos burra e cobrir o evento com visão crítica do porquê estar a segurança pública no rés-do-chão, questionando se o Estado não poderia redirecionar despesas, algumas voluptuárias, como o derrame de dinheiro público com publicidade, para melhorar o soldo de quem está no front.
Dever-se-ia, ao mesmo tempo que se mostram os assassinatos debitados à sedição da PM, não obliterar do Brasil, que hora espreme os carnegões da corrupção, a discussão dos liames da segurança pública com as conveniências da velha política que insiste em sobreviver no meio do reboliço.
É a lógica da velha política, que a cada geração se repete, que há décadas reduz os investimentos em segurança, educação e saúde, apesar de ter aumentando a cobrança de tributos para 36% do Produto Interno Bruto em duas décadas.
Há escassez de receita, como alegam os governantes sempre que são confrontados com reivindicações classistas, e é fato que grande parte dessas reinvindicações têm percentual não suportados pelo orçamento.
Mas o maior problema é o perfil das despesas, que são historicamente distribuídas com foco na manutenção de poder dos grupos políticos que historicamente se têm mantido no comando da República, e esse perfil só muda no tranco, com esses eventos que estabeleçam pontos fora da curva, antes porque a curva não foi desenhada para quem não tem veículos de última geração para trafegar por ela.
As esposas dos soldados do Espírito Santo, cansadas da guerra, retornam para casa com as mãos vazias, em um movimento fadado ao insucesso desde o início, mas, embora não lhes sirva patavinas ao tento que desejavam marcar, têm o meu respeito e consideração por terem tentando.
Esposas.
ResponderExcluirAtos Jurídicos no Brasil:
1. Ato Perfeito lado A = Se a mulher do presidente da república se chamar 'Marcela', as conversas dela com parentes próximos sobre o envolvimento do marido com gente envolvida com gente que opera os esquemas de corrupção devem ser guardadas sob sigilo de justiça a fim de proteger a privacidade dela. O chefe da investigação (do abafa) será promovido a ministro de estado e depois a ministro do supremo, pois é bom de livrar a cara da família do presidente.
2. Ato Perfeito lado B = Se a mulher do presidente da república se chamar 'Marisa', as conversas dela comparentes próximos sobre o envolvimento do marido com gente que opera os esquemas de corrupção devem ser tornadas públicas, em horário nobre da televisão, para linchamento moral pela população brasileira. O juiz será elogiado e aclamado como forte candidato a uma vaga no supremo, pois é bom de execração pública da imagem da família do presidente.
Perfeito o seu comentário!
ExcluirUm ano difere de 14?
Excluir11 2 ISSN 1677-7069 Nº 32, terça-feira, 14 de fevereiro de 2017 COMPANHIA DOCAS DO PARÁ
ResponderExcluirEXTRATO DE TERMO ADITIVO
ESPÉCIE: Termo Aditivo nº 05 ao Contrato nº 51/2011; CONTRATANTE:
Companhia Docas do Pará - CDP; CONTRATADA: Neokoros
Brasil Ltda. - ME; OBJETO: Prorrogação de prazo e Majoração
de valor; PRAZO: 12 (doze) meses; VALOR GLOBAL ATUALIZADO:
R$ 446.021,62; FUNDAMENTAÇÃO: Lei nº 8.666/93; DATA
DA ASSINATURA: 01.12.2016; SIGNATÁRIOS: Parsifal de Jesus
Pontes e Raimundo Rodrigues do Espírito Santo Jr., respectivamente
Diretor Presidente e Diretor Administrativo Financeiro da
CDP e Marco Cesar Chaul - Sócio Administrador da Contratada.