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Ex-presidente do PSC denuncia “crime de lavagem de capitais no partido”

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Enquanto a Lava Jato faz a palha da cana voar em praticamente todas as agremiações partidárias tradicionais do Brasil, e o Congresso Nacional tenta articular uma saída legal para anistiar o caixa 2 de todo o pretérito perfeito e até do presente subjuntivo, para começar tudo do zero, um dos fundadores do Partido Social Cristão (PSC), Vitor Nósseis, resolver jogar excremento no próprio ventilador.

Nósseis atravessou uma petição ao juiz Sérgio Moro requerendo que a Lava Jato investigue o candidato à presidente do PSC em 2014, pastor Everaldo, atual presidente da sigla, e o atual secretário-geral do partido, Antônio Oliboni, por terem ambos recebido “vultosas quantias de dinheiro de empresas investigadas na Lava Jato, com indício de prática de crime de lavagem de capitais e organização criminosa”.

Não se rogando a “apenas isso”, Nósseis pede que o juiz Moro, bloqueie os bens de ambos, que provavelmente teriam sido adquiridos com o produto do esquema, e apresenta como indícios “suficientes” do que afirma na petição, comprovantes de doações registradas na Justiça Eleitoral ao PSC e ao pastor Everaldo, durante a campanha de 2014, pelas mesmas empresas que a PF alega, na Lava Jato, terem efetuados doações oficiais para encobrir propinas.

Processualmente não há como a “delação” de Nósseis prosperar, pela total impossibilidade jurídica do pedido, que só poderia ser feito pelo MPF, em nova frente de investigação e jamais por alguém estranho á lide.

Mas essa é a primeira vez que um dirigente partidário (Nósseis presidiu o PSC por 30 anos) lança esse tipo de acusação, que quase equivale a uma confissão e que, a priori, diante de tudo o que se enxerga, não pode ser tomada como ficta, já que ele, como presidente da sigla, sabia das ocorrências.

Vitor Nósseis, portanto, só errou o endereço de entrega, ou seja, a carta deveria ter o CEP da PF ou do próprio MPF, como mera notícia de crime, pedindo apuração.

O PSC publicou em seu portal uma nota debitando a exasperação de Vitor Nósseis a ele ter perdido, em eleição interna, a presidência nacional do PSC para o pastor Everaldo Dias.

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