Pular para o conteúdo principal

Segundo as pesquisas, se a eleição fosse ontem, Edmilson e Zenaldo venceriam

As pesquisas eleitorais em Belém, e amiúde alhures, em caso de política vão acabar virando caso de polícia, pois extrapolam todas as margens de elasticidade estatística quando realizadas por dois institutos diferentes.

Ontem (23), o jornal O Liberal publicou uma pesquisa, realizada pelo Doxa, dando a Zenaldo Coutinho (PSDB), em se considerando os votos válidos, uma vantagem de 12,5 pontos percentuais sobre Edmilson Rodrigues (PSOL).

Shot

A pesquisa do Doxa, registrada no TRE-PA sob o número PA-09424/2016, foi realizada com 800 entrevistas nos dias 18 a 21 de outubro, apontando margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos e percentual de segurança de 95%.

No entanto, o Diário do Pará, no mesmo domingo (23), publicou uma pesquisa do Instituto Acertar, cujo resultado vira o infográfico de O Liberal de ponta cabeça e dá a vitória a Edmilson Rodrigues (PSOL), em apertada margem numérica de 2 pontos percentuais.

É honesto observar que como a margem de erro da pesquisa do Acertar é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, o resultado aponta um empate técnico e há probabilidade de Zenaldo Coutinho estar na frente de Edmilson, assim como há probabilidade de Edmilson estar mais na frente do que aponta o resultado.

Shot 003

O Acertar foi a campo (19.10 a 21.10) praticamente nas mesmas datas que a Doxa (18.10 a 21.10) e, obviamente, a amostragem foi a mesma: o eleitor de Belém, dentro dos limites do município de Belém, de acordo com os dados de densidade eleitoral do TRE-PA.

Os resultados, embora pudessem ser matematicamente diferentes, deveriam guardar um ponto de encontro dentro das respectivas curvas das linhas desenhadas segundo as margens de erro de ambas. Isso não ocorre.

A estatística é uma ciência exata dentro do intervalo de margem de erro apontado. Infere-se desta assertiva que quaisquer resultados fora das margens de erros demonstram, no mínimo, imperícia do instituto que elaborou o trabalho, e no máximo falta de seriedade na tabulação dos dados auferidos no campo.

No caso em tela, como os resultados do Doxa e do Acertar não resistem a uma confrontação estatística que autorize afirmar que ambos estão coerentes, só resta sugerir que um deles, ou ambos, estão errados.

Esperemos apurar o caldo. Embora a pesquisa eleitoral seja um retrato do momento em que é tomada e o humor do eleitor possa mudar duas vezes em um só dia, devido a proximidade da eleição, ambas as pesquisas já deveriam trazer uma tendência do que estará na urnas. Parece, todavia que cada uma foi feita em um Belém diferente da outra.

Comentários

  1. Penso que a diferença entre os resultados das pesquisas do ACERTAR e DOXA, deve-se que uma pesquisa foi feita na Zenaldolândia e a outra na Belém da vida real, daquela abandonada, mal gerida e, o que é o pior, o processo político-eleitoral atual só oferece ao eleitorado mais do mesmo, uma pena ! ;(

    ResponderExcluir
  2. A diferença entre resultados se dá pelos erros grosseiros que a empresa DOXA comete em todas as eleições. Chego a acreditar que o erro é proposital.

    ResponderExcluir
  3. Meu nobre amigo Parsifal Pontes (PP)

    A diferença entre o primeiro e o segundo turno é ter ou não ter candidato a vereador, quando existe candidato ao cargo de vereador 90% do dinheiro tem destino certo, o bolso do eleitor, quando não tem vai para o bolso apenas 10% os outros 90% são embolsados por quem deveria distribuir!

    O que é pior são os homens da lei e da ordem que não prendem alguns com a boca na botija porque não querem, já que não podem alegar ignorância do fato existir!

    A realidade é copiando um dizer da Praça é Nossa, “ Quem não tem dinheiro conta historia”.

    ResponderExcluir
  4. Em Belém, "Boi avua".(Gerson Peres, cametaense).

    ResponderExcluir
  5. Parsifal, boa tarde. O Dr já somou o percentual da pesquisa do DOXA? A pesquisa consegue alcançar a incrível soma de 100,1%

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É comum as pesquisas apresentarem soma maior que 100%, por conta dos arredondamentos para efeito de publicação. Não é isso, portanto, que pode ser considerado como um ponto de ataque estatístico e sim a confrontação das duas e suas disparidades sobre uma mesma amostragem.

      Excluir
    2. O senhor está equivocado. As amostragens são diferentes uma com 760 entrevistas (Doxa) e a acertar com 1050. As margens de erros são diferentes.

      Excluir
    3. A amostragem a que me refiro não é o número de entrevistas, mas o campo: "a amostragem foi a mesma: o eleitor de Belém".
      Em se tomando o tamanho do eleitorado, entrevistar 760 ou 1050 eleitores, não rebate margens de erros que extrapolem intervalos significativos entre os extremos. A DOXA declara margem de erro de 3,5 pontos e a Acertar 3,1 pontos: uma diferença de meros 0,4 pontos percentuais que, na pratica, não autoriza a disparidade encontrada, tanto que as duas declaram margem de confiança iguais a 95%.
      O erro de uma ou outra, se não foram manipuladas, pode estar em como a amostragem foi auferida no espaço definido, dentro das faixas que contêm a diversidade do eleitorado, pois se as regras estatísticas obrigatórias não foram atendidas para fazer a “pesca” do entrevistado, o resultado será inconfiável.

      Excluir
  6. As verdadeiras pesquisas são aquelas de quem conhece e anda por Belém nos bairros e observa seus moradores e seus lares.Tenho certeza que mesmo aqueles que não são eleitores de Belém mais que moram em Belém em sua maioria gostariam de ter um candidato do nível do Edmílson para votarem em suas cidades.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.