Apesar dos altos preços domésticos praticados, as companhias aéreas brasileiras registraram, em 2015, um prejuízo líquido de R$ 5,9 bilhões, e debitam os prejuízos, que já acumulam R$ 15,4 bilhões nos últimos cinco anos, nos marcos regulatórios do setor, que restringem os investimentos estrangeiros a 20% do valor das suas ações preferencias.
É fato que todas as aéreas que equilibraram o binômio lucro-prejuízo o fizeram por escala global, portanto, se não buscarem essa escala, tendem ao desacerto doméstico.
Quem mais chora na bacia da almas é a GOL, com prejuízo de R$ 3,5 bilhões em 2015, seguida pela TAM, que amargou R$ 1,57 bilhão e Azul, com R$ 753 milhões. A Avianca declarou prejuízo de R$ 12 milhões em 2015.
Como comprador quase compulsivo de milhas aéreas (desenvolvi uma planilha de proporções ponderadas que apresenta o valor máximo que poderei pagar por uma milha para que a passagem possa ser comprada com milha, menos cara do que o seria com dinheiro) em promoções que o mercado oferece, pois elas viraram comodities e fonte de captação de receita das aéreas, há mais de ano resolvi não mais estocar milhas da GOL, pois o risco de prejuízo ficou evidente a medida que a empresa sobe a quantidade de milhas para os trechos, em claro movimento de obrigar o cliente a não usá-las e pagar o bilhete, índice óbvio de dificuldade de fluxo de caixa.
A GOL, portanto, é candidata à insolvência caso o Senado demore muito a aprovar a Medida Provisória aprovada ontem (21) pela Câmara Federal, que retira a restrição para que estrangeiros possam assumir cargos de direção e o controle acionário de empresas aéreas brasileiras, o que, na prática, permite às companhias estrangeiras deter 100% das ações.
Caso a MP venha a se transformar em lei, a GOL, que já vendeu à Delta Airlines 3% das suas ações preferenciais, estará livre para negociar o que a Delta deseja, que é comprar mais de 50% das referidas ações e passar a controlar a empresa. O aporte que isso significaria, cerca de R$ 1,6 bilhão na boca do caixa, aliado à unificação operacional com a maior empresa aérea do mundo, é a tábua de salvação da GOL.
A permissão legal, ainda, deverá aquecer o mercado aéreo nacional, com a entrada de pesos pesados, através de aquisições de ações e unificação de operações.
E onde está a relevancia e urgencia para editar uma MP? Quanto os parlamentares estão ganhando por fora? Logo teremos mais uma operacao: a milhas a jato!
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