Reunião de avaliação no Palácio do Planalto, entre os propagandistas da crise na qual o governo se meteu com o impeachment, impediu a presidente Dilma de usar a “apologia do golpe” na sua fala institucional na ONU, em Nova York, semana passada, aconselhando-a a continuar com o discurso apenas de forma panfletária, como tem feito no Brasil.
A intelligentsia que conduz os passos de Dilma Rousseff na abordagem da crise concluiu que a “apologia do golpe” foi o melhor contra ponto semântico ao impeachment, pois, além de ter unido a militância lulo-petista em torno de uma presidente antes isolada do seu próprio sustentáculo político-eleitoral, também lhe trouxe para o entorno lideranças de extrema esquerda que, embora não a apoiem, entrincheiraram-se contra o seu impedimento.
Este nicho de extrema esquerda, opino, coloca-se contra o impedimento de Dilma menos por estruturalismo político e mais por conveniência mecânica, pois entendem que a saída da presidente será a ascensão eventual da “elite satânica” capitaneada pelo PMDB-PSDB, tendo como colunas “as mais conservadoras forças políticas do Brasil”, a saber, PP, PTB, PSD, DEM et caterva.
Todavia, mesmo em sendo esse o leitmotiv da extrema esquerda, o discurso enlatado pelo governo da “apologia do golpe”, também lhes serve de porta estandarte, pois, embora seja um sofisma, empacota a neurologia que pretende elaborar.
Nesse aspecto, portanto, o slogan gestado pelo governo serviu ao intuito doméstico, e louve-se a responsabilidade que tomou conta dos áulicos ao abortarem a ideia de portar a bandeira para fora do Brasil, de forma institucional, pois usar a falácia dessa forma em nada ajudaria a presidente domesticamente, onde ela deve centrar mira, ao contrário, aumentaria o seu isolamento institucional.
E o isolamento institucional foi o efeito colateral mais nefasto do remédio manipulado pelo Planalto para se contrapor ao impeachment: a “apologia do golpe” uniu a militância e a extrema esquerda nas ruas, mas não acuou as oposições, não teve eco nos segmentos civis que compõem a colcha e o caldo do sistema democrático, e volveu contra a presidente a opinião da unanimidade do Supremo Tribunal Federal.
Nesse aspecto, portanto, o slogan foi uma faca de dois gumes: um deu liga aos segmentos que, por diversos motivos, se contrapuseram ao impeachment, e o outro feriu de morte as chances da presidente Dilma de angariar sustentação onde, de fato, ela deveria se escorar para reerguer o seu governo.
Lucidez.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=X30sPr2IUS4&autoplay=1&app=desktop
Ok Virgilio Lucidez
ExcluirOpinião do Ministro Marco Aulerio Mello
https://youtu.be/ttzvZ2dCQAM
Opinião do Ciro Gomes
https://youtu.be/7KEg0XVW8OI
Vejam os últimos acontecimentos, a banalização da cusparada, agressões em restaurantes e da violência e o enfrentamento entre pró e contra o impeachment na Avenida Paulista. Impeachment não será solução, apenas agravará o ódio e a crise, Temer não unirá o Brasil, o ódio e a divisão vão aumentar diante de um golpista sem legitimidade e sem voto.
A propósito Virgilio, o Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) do seu vídeo (link) e mais seis senadores pediram ao Renan que suspenda o impeachment da Dilma até que a Câmara aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer (PMDB); grupo argumenta que Dilma e Temer são implicados nos mesmos fatos, não tendo justificativa para julgar o da presidente e procrastinar o do vice; não juntá-los é criar um "diferencial e uma suspeita" no procedimento; tese de que não pode haver dois pesos e duas medidas já foi defendida também pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Espero que a opinião do Senador Cristovam Buarque neste caso, tenha a mesma importância para você do que na questão do golpe parlamentar.
ExcluirO governo Dilma saiu ferido de morte da votação da Câmara e isso é muito claro e o fato de não dizer que é golpe (o que metade do Brasil e o resto do mundo acreditam que seja) não piora a situação e não faz o milagre de deter o golpe em curso. Dizer que o golpe não é golpe, assim como a ditadura disse que não foi em 64 é de conveniência apenas dos golpistas, ou seja, do PSDB e do PMDB principais beneficiários do golpe, fosse ruim para Dilma chamar o golpe de golpe, como querem alguns, a oposição não estaria chiando, pelo contrário, creio que este pensamento me parece lógico.
ResponderExcluirA chiadeira com a palavra golpe se dá porque tira a legitimidade do provável governo Temer, isso é claro como água mineral, mais claro ainda é a reação do STF à palavra golpe, pois fica claro a omissão e covardia do STF (para dizer o mínimo) ao impedir a nomeação do Lula, (isso sim poderia salvar a Dilma) e apesar das provas permitir que um bandido presidisse o processo de impeachment.
Os lados e quem é quem a esta altura estão muito claros, e o STF decididamente por omissão ou conivência está apoiando e torcendo pelo impeachment. Agora para o PMDB e o PSDB (como foi para os militares da ditadura) é conveniente tentar dar ao golpe uma aparência de legalidade, e é claro um blog de um membro da cúpula peemedebista no Pará não poderia contrariar os interesses do seu próprio partido. Isso também é lógico.
é facil imaginar que o que vimos, na Câmara dos Deputados, seja apenas o resultado de um sistema eleitoral falido, ou até de conspirações,pois fala-se que Eduardo Cunha teria ajudado nas eleições de vários deputados - e as listas da Odebrecht apontam nesse sentido.
ResponderExcluirhouve e há o lobby (dos evangélicos, dos ruralistas etc&tal)dos quais eduardo cunha faz parte.
E, é claro, a tendência do PMDB de se aglutinar, quando estão em jogo os interesses de poder, como vemos agora, com a possibilidade da ascensão do Golpista Michel Temer à Presidência da República(Costurado conjuntamente desde 2014 pelo seu Elizeu Padilha; por Moreira Franco e claro... pelo Notório Eduardo Cunha - que dispensa apresentações).
Olha... um deputado Petista estava ao lado de Elizeu Padilha quando este fdp, em uma ligação de seu celular, disse q iria ajudar(junto com sua clack) a reeleger Dilma e depois iriam derruba-la.(eu ví o apoio do Helder aqui no estado em 2014).
Vem tu dizer que o uso da palavra golpe foi um erro? a meu ver foi o unico acerto desta vacilante Dilma.
Ps: não esqueça o que disse o Ministro Petista(do STF) Marco Aurelio Mello : Impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!
Só dando um golpe pra o PMDB chegar no poder
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