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Dilma sanciona lei que autoriza o uso da “pílula do câncer”

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Para evitar desgaste com a base que ainda lhe resta e fazer um aceno ao distinto público que simpatiza com a medida, no meio do rebuliço dos prelúdios do impeachment, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem (13), sem vetos, a lei que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.

Trata-se da base que se tornou famosa como "pílula do câncer", cuja eficácia e pertinência ainda não foi provada, em nenhum lugar do mundo, mas que no Brasil se acabou tornando uma espécie de placebo, já que, idem, não foi provado, até agora, que a administração dela faça algum mal ao paciente, antes porque.

A polêmica do uso da “pílula do câncer” se fez porque, sem a devida autorização legal para a sua administração, a sua fabricação e uso era ilegal e a ilegalidade acabava sendo suprida por medidas judiciais, que atendiam ações de pacientes diagnosticados com câncer.

A lei supre esta lacuna e tem o cuidado de não responsabilizar quem assina o receituário, ao escrever que o paciente é quem opina pelo uso: a pílula pode ser administrada a quem “tenha laudo médico que comprove o diagnóstico e assinatura de termo de consentimento e responsabilidade dos próprios pacientes ou de seus representantes legais”. Ou seja, a lei autoriza uma espécie de automedicação assistida.

Para que tenha efeitos práticos, a lei suprime a necessidade de registro na Anvisa para que a pílula seja administrada.

Comentários

  1. Parabéns a presidente por assinar essa liberação.Pena que não tenha assinado em março, quando foi que o congresso aprovou.
    Temos que acabar com a mafia que com diversos estratagemas dificulta a circulação de medicamentos baratos.
    Ninguém tem direito a impedir que um cidadão se trate com uma substancia que ele acredita poder ser benéfica. Pernacchia para os falsos tutores da população.

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  2. Decisão Acertada:


    Tenho vários motivos para comemorar esta lei; e o principal destes, foi ter a presidente feito uso da política (sim a boa política é essencial na vida de uma nação) para colocar um freio na 'tecnocracia coxinha' que tomou conta da ANVISA.

    O mundo evoluiu durante séculos sem a necessidade de reunir 'brasileiros que se julgam belgas' para ditarem conceitos que só interessam ao ponto-de-vista multicorporativo que lhes sustenta. A fosfoetanolamina pode até produzir efeitos colaterais insuportáveis a um ou dois pacientes, porém milhares de seres humanos que se olham no espelho e entram em profunda angústia diante da doença que lhes estraçalha, estes voltarão a sentir a euforia de estar de volta à vida. E a ANVISA não tem o direito de lhes condenar à morte por uma simples formalidade. Ninguém avalisou Alexander Fleming na criação dos primeiros antibióticos, e por descrença de parte da sociedade (a mesma da ANVISA dos dias de hoje) os britânicos perderam a patente e a oportunidade de aprofundar estudos químicos sobre a penicilina, transferidos para os Estados Unidos.

    Só depois que o mundo todo reconheceu o uso medicinal da maconha é que a ANVISA começou a sua 'abertura'. A ANVISA semeou conceitos deturpados sobre o uso de antibióticos, sobre o uso de hormônios, sobre o uso de anti-inflamatórios e agora mais recentemente aos fitoterápicos, logicamente atendendo aos interesses do CFM em criar uma situação de cabresto, onde para ter acesso a uma caixa do medicamento deve ser deixado dinheiro no consultório dos médicos, uma filigrana que sangra a economia das pessoas, onera planos de saúde, e deixa o s pobres excluídos do acesso ao medicamento. Pintaram o diabo com chifres e rabos em quem precisa tomar hormônios; marginalizaram seres humanos cujo único 'crime' é terem necessidade de repor aquilo que a natureza lhes faltou - tudo em nome de uma progaganda cega que tenta convencer a todos que hormônio só serve para ser usado por 'bombados-de-academia'. Hormônio é tudo de bom e ainda que alguns abusem, isso não deveria servir de motivo para que outros fossem marginalizados.

    A ANVISA é hoje como uma seita satânica que distribui boas vantagens e atrações para quem grava e repete os seus discursos nos estados e municípios.

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