Pular para o conteúdo principal

Delator afirma que Dilma tentou obstruir a Justiça. Renan Calheiros cede e antecipa Comissão Especial

Shot 003

Mesmo a presidente Dilma Rousseff ainda convalescendo da derrota na Câmara Federal, a imprensa não lhe dá um dia sequer de armistício: publicou ontem parte da delação premiada de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral, que confirmou que a presidente “tentou interferir na Lava Jato através da nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça”, desde que ele tivesse “compromisso de alinhamento” com o governo e operasse para libertar o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

A delação de Diogo Ferreira complica sobremaneira o atual ministro do STJ, Marcelo Navarro, pois foram entregues ao ministro Teori Zavascki, relator do inquérito no STF, mensagens de Whatsapp trocadas entre ambos (Navarro e Diogo) tratando do assunto de forma clara.

Também ontem (19), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que anunciava aos quatro ventos que não cederia às pressões para esporar o processo de impeachment no Senado, cedeu apenas um dia depois da maçaroca lhe chegar ao prelo e marcou a sessão que votará a composição da Comissão Especial do Impeachment para a próxima segunda-feira (25).

Com a eleição da referida comissão já na segunda, os prazos que poderiam correr em favor da presidente Dilma se podem adiantar em uma semana, pois na quarta-feira (27), com os nomes do relator e presidente definidos, em até dez dias úteis o relatório será votado e enviado ao Plenário do Senado, independentemente da deliberação da Comissão.

O relatório, se aprovado em Plenário, e todos os prognóstico indicam que o será, pois nessa fase basta a maioria simples, afasta imediatamente a presidente, assumindo o vice-presidente. Nesse trote, isso poderá ocorrer entre 10 e 11 de maio.

A partir daí o Senado, presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, terá até 180 dias para julgar a presidente, que só poderá ser cassada por votos positivos de dois terços do Senado.

Dificilmente, todavia, com o bastão da presidência da República nas mãos, e a presidente Dilma sitiada política e institucionalmente, Michel Temer deixará de obter a maioria qualificada para defenestrar de vez Dilma Rousseff, pois todos os levantamentos publicados na imprensa, após contatos com os 81 senadores, apontam que a maioria qualificada está a apenas 6 senadores.

Comentários

  1. Temer presidente?
    volta Dilma!

    ResponderExcluir
  2. Será que a Operação Lava Jato continuará com o compressor turbinado, a todo vapor, desincrustando todo lodaçal da corrupção; ou se transmutará num esguicho de mangueira de jardim?? O Tempo é o senhor da razão...

    ResponderExcluir
  3. KKK que pergunta inocente Anônimo das 11:20, a Lava Jato já morreu e o povo não sabe, com Temer fantoche é o PMDB (leia-se o poderoso Cunha) no poder, comandando os quatro poderes (incluindo a grande mídia) da república de bananas meu caro, o que você espera? Finalmente o PMDB encontrou em Eduardo Cunha o ícone perfeito para representar o partido...

    ResponderExcluir
  4. a operação lava jato vai se transmutar num esguicho de mangueira de jardim, eu penso.
    O Temer já não é bem visto pela maioria dos brasileiros, mas quando o futuro vice presidente Cunha aparecer falando na TV, muitos vão gritar vorrrta Dilma!

    ResponderExcluir
  5. Talvez seja por isso que há eleicão, de 4 em 4 anos não?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.