O relatório “O Futuro dos Empregos” (não é o livro de mesmo nome de Thomas Malone), lavrado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), aquele convescote bilionário que os donos da economia mundial fazem em Davos, na Suíça, todos anos, sugere que nos próximos cinco anos serão eliminados 7,1 milhões de empregos nas 20 maiores economias mundiais.
Mas a culpa não é da crise econômica que recalcitra desde a crise dos derivativos dos EUA, e sim do que Davos chamou de “a quarta revolução industrial”, que tem como matrizes a robótica, a inteligência artificial e a biotecnologia.
O WEF, para estudo e emissão do relatório, avaliou economias com processos de industrialização já pontuados ou apontados para a nova matriz e, vejam só, entre os EUA, Alemanha, França e China, está o Brasil, como palco desse admirável mundo novo, no qual a automação, gradualmente, tem substituído as redundantes e diversas tarefas humanas na esteira fabril.
E esses empregos não serão eliminados apenas nas linhas de montagem, mas devido ao avanço da inteligência artificial, também nas funções administrativas, onde sofisticados algoritmos, abastecidos com bilhões de informações pretéritas e cenários futuros, tomarão, em minutos, decisões que os conselhos e colegiados empresariais levam uma semana de reuniões para decidir.
Feitas as devidas críticas de tempo e espaço ao relatório – creio que a eliminação dos 7,1 milhões de empregos, que é menos do que a ONU prevê até 2020 (11 milhões) é vetor inverso de uma série de fatores de alguns equívocos de condução da matriz econômica contemporânea – o seu núcleo dialético não deve ser minimizado: o processamento industrial e a rotina doméstica caminham para a automação e a inteligência artificial é um advento cujo único limite passa a ser a capacidade de processamento instalado.
As inteligências afins, portanto, como fizeram os pensadores na Revolução Industrial, precisam reinventar as relações econômicas para que surjam novos modelos de sustentação social que continue alimentado o processo de produção com o consumo, sem, todavia, a referente forma de remuneração pelo trabalho como o conhecemos hoje.
A questão é que, nos dias de hoje, os fatos atropelam os pensamentos, sem dar a eles tempo para ordenar a entropia dos acontecimentos científicos. Ou diminuímos a dinâmica científica a nossa cadência, ou apreendemos, rapidamente, a pensar mais rápido, ou não tardará o dia em que seremos comandados pelo que inventamos, o que, de alguma forma, já começa a ocorrer: ou não é o seu smartphone quem manda em você?
Delfim Neto esta afirmando hoje que até março o Brasil perderá cerca de 10 milhões de empregos. Tô com Keynes,pois este afirmava que teríamos que mandar plantar garrafas e outros irem lá desenterra-las.
ResponderExcluirMas na realidade brasileira,a sua garrafa é a infraestrutura(Portuaria; Estradas; Moradia e Saneamento - a nossa grande demanda reprimida).
Veja os investimentos que o ministro dos portos tem anunciado Brasil afora...Veja a demanda de moradia e saneamento(obra que nenhum prefeito ou governador quer realizar,por não dar dividendos em forma de votos).
Mas os ortodoxos querem que isso seja feito por uma iniciativa privada enrolada até o gogó....
Brasil rejeita o neoliberalismo(ente que acha que o mercado resolve tudo e acha que o Governo é apenas um entrave). Os juros estão elevados? A oferta de dinheiro aumenta e os juros caem espontaneamente. O câmbio está supervalorizado? As exportações aumentam e promovem a desvalorização do câmbio. O desemprego aumentou? A oferta de trabalho se expande, pressiona os salários para baixo e isso estimula os empresários a gerarem mais empregos. A palavra mágica para tudo isso é uma só: equilíbrio de mercado.
Isso também se aplica aos preços de bens e serviços em geral. Inflação? Ora, não se afobe. O Banco Central, independente do Governo e atento ao mercado, cuidará de aumentar os juros e a demanda cairá promovendo o equilíbrio dos preços. Em suma: tudo se resolve pelo mercado. Ao Governo cabe apenas promover o equilíbrio fiscal. O mercado não é apenas um agente eficiente mas extremamente elegante. Não polui a economia com intervenções do Governo.
Mas realiza o desenvolvimento econômico?
Em termos de rigor teórico o neoliberalismo ortodoxo é um embuste. Sou economista político, não sou matemático.
Você poderá achar que se trata de diferenças simples. Grande engano. As diferenças são medidas em bilhões. Por trás dos ortodoxos neoliberais está um exército de serviçais de financistas que ganham bilhões de reais diariamente com a política que defendem, quando não são eles próprios os financistas ganhadores. Muitos, como Lara Resende, Pérsio Arida, Gustavo Franco, Edmar Bacha, escondem na falsa condição de acadêmicos sua posição real de aves de rapina da economia real, dentro da casamata neoliberal do Instituto Millenium.
A doutrina do livre mercado não pode ter caráter normativo e o estado tem seu papel na 4a revolução industrial.
https://www.youtube.com/watch?v=7SAZZLVh_MI presidente,ele deveria ter lhe perguntado porque a cdp a 18 anos não chama profissionais para a área operacional do porto de Belém eu disse do porto de Belém, pois a ultima vez foi em 1997 conforme consta no dol http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=17&data=09/07/1997
ResponderExcluirDr. Parsifal peço vênia, mas vou solicitar ao Elio Gaspari uma bolsa da madame Natasha para o Sr.:
ResponderExcluir"é vetor inverso de uma série de fatores de alguns equívocos de condução da matriz econômica contemporânea – o seu núcleo dialético não deve ser minimizado: o processamento industrial e a rotina doméstica caminham para a automação e a inteligência artificial é um advento cujo único limite passa a ser a capacidade de processamento instalado."
Dá pra desenhar?
As duas sentenças não podem ser lidas continuamente, pois contêm dois raciocínios diversos.
ExcluirPrimeiro leia:
“O núcleo dialético do relatório não deve ser minimizado: o processamento industrial e a rotina doméstica caminham para a automação e a inteligência artificial é um advento cujo único limite passa a ser a capacidade de processamento instalado”.
Isso significa que a lógica do relatório, que é a eliminação de empregos por conta da automação industrial e da inteligência artificial, está correta, pois uma, a automação, caminha a passos largos na produção industrial, e a outra, a AI, já é uma realidade possível e só se limita em as empresas terem capacidade de processamento para rodar o software, ou seja, supercomputadores, que ainda são proibitivos à iniciativa privada.
Vamos para a outra parte do desenho, a interlocução, que está apartada pelos travessões, por ser uma sustentação intercalar no parágrafo (não peça para eu desenhar isso também):
“creio que a eliminação dos 7,1 milhões de empregos, que é menos do que a ONU prevê até 2020 (11 milhões) é vetor inverso de uma série de fatores de alguns equívocos de condução da matriz econômica contemporânea”.
A eliminação dos empregos não se dá exclusivamente pelas duas razões sugeridas (automação e AI), mas entram nessa composição políticas econômicas equivocadas ou mal empregadas, que tiveram o efeito inverso daquilo que se propunham, e isso ocorreu no Brasil, por exemplo, com a tal “nova matriz econômica” gestada por Guido Mantega, para aquecer a economia com choques de consumo, que esperava como resultado o aquecimento da economia e a geração de empregos, mas que não se sustentou com o tempo e agora estamos experimentando o inverso do que se queria, a recessão e o desemprego.
Pronto. Desenhado. E aí, se você não entendeu, mesmo, o texto original, mereço a bolsa e tenho que me virar para ter tempo de escrever estas coisas em português, ou não vai adiantar nada.
Agora sim! Às vezes, por um segundo - nunca mais que isso - penso em votar no Sr., mas, não se preocupe, sou resiliente, não votarei.
ResponderExcluirP.S: obrigado pelo desenho.
Fique tranquilo. Você não votar em mim não me incomoda e você votar não incomoda, mesmo.
ExcluirParsifal;
ResponderExcluirEsse 'mundo novo' concebido pelas classes dominantes já se faz presente diante do 'mundo inviável' em que vivem os mais fracos, cada vez mais passivos diante das adversidades inimagináveis; como se em milhões de lares humildes, durante a noite, surgissem milhões de 'extranhos lagartos para devorarem os filhos mais velhos de cada pai', os quais sem exceção se achariam impotentes diante do inusitado que lhes tirou totalmente a capacidade de reagir.
Aceitar, pode ser a solução mais frequente. Resignar-se como o cordeiro diante do lobo prestes a devorá-lo. Perder a identidade que nos fortalece diante da luta, mas que desvanece diante da impossibilidade de um contra-poder. É o que sinto, em doses não letais, p.ex: por ter condições de compreender as falcatruas produzidas pelos congressistas eleitos pelo povão, para criar cada vez mais restrições a vida do pobre.
No Brasil da atualidade, esse 'mundo novo' já se faz presente na grande imprensa, cada vez mais 'careta e pregadora de regras sociais'; através de informações que não se prestam ao esclarecimento dos fatos, pois estão
à serviço da manipulação social, da propaganda subliminar comprometedora e dos interesses de grupos.