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Tropeçando nos próprios pés

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Em uma palestra, na terça-feira (25), para 800 empresários do setor varejista, em São Paulo, o ex-presidente FHC declarou que, apesar de “não haver lideranças políticas capazes de criar soluções, o Brasil não está em um beco sem saída”.

Sobre o atual momento, FHC opinou que “todos são responsáveis pela crise política que o Brasil atravessa” e, para surpresa da audiência, já que o PSDB é o principal portador da baladeira, apontou que "a solução não é jogar pedra na presidente Dilma Rousseff”.

O ex-presidente tem alternado momentos antagônicos na labuta que o seu partido trava com o governo. Dias antes de recomendar enfiar a baladeira no bolso e as pedras no embornal, ele afirmou que a presidente Dilma “deveria renunciar”.

A propósito, essa sugestão foi dada por Lula a FHC, em 1999, quando o ex-presidente tucano atravessava uma crise similar a essa que Dilma vive. Mas o próprio PSDB não mais se lembra disso, antes porque, como disse Nietsche, “a maior mentira é aquela que contamos a nós mesmos”.

Quando foi questionado sobre a falência do sistema político, FHC foi cínico: culpou Lula, Collor e Sarney. Para que o cinismo fosse casual, ele deveria retroceder a Deodoro da Fonseca, passar pelos seus dois governos e terminar em Dilma Rousseff, já que o reducionismo da sua síntese juvenil se restringiu ao presidencialismo.

Mas é certo que o núcleo da sustentação é correto no momento em que afirmou que “esse arranjo político não está satisfazendo o País”, que é ao que eu me referi aqui quando tratei da falência do presidencialismo de coalizão.

Isso é tão factual que nos deparamos com cenas como a protagonizada por FHC, que não consegue direcionar o seu próprio partido, no guidom da oposição.

Quando tanto o governo quanto a oposição não conseguem acertar o passo, é sinal que o arranjo político do Brasil chegou à completa fadiga de material.

Já está passando da hora do eleitor começar a tomar alguma providência: tem eleição ano que vem…

Comentários

  1. Zenaldo reiventa a saúde pública e cria o 'Sistema de Saúde Pública Restrita ao Bairro':

    Rompendo com os princípios fundamentais norteados pela constituição de l988 e pela Lei 8080/1990, entre outros o de promover um sistema nacional, universal, integral e de acesso irrestrito a todos os cidadãos (quando isso não é possível no local de residência as verbas são pactuadas em favor do município mais próximo - ou do estado - onde os serviços possam ser prestados), o município de Belém resolveu 'tapar o sol com a peneira' e, num obscuro colegiado de representantes do poder, achou por bem limitar o acesso à saúde ambulatorial básica exclusivamente a quem seja residente do bairro no entorno da unidade e comprove o que diz (com incríveis exigências burocráticas).

    Alguns palpiteiros do lado de trás do balcão de atendimento dizem que o Diário do Pará vem explorando muito a questão das filas e insatisfação do público na porta das unidades; fato que vem prejudicando muito a imagem do prefeito-candidato a reeleição. Outros vão mais além, e percebem que, junto com esta 'restrição de bairro', a prefeitura estaria também se eximindo de negociar a solução de antigas demandas destas, quem sabe por confiar num 'duplo efeito' destas restrições sobre o público usuário. Há quem se arrisque dizendo que relatórios (maquiados?) a serem divulgados na imprensa, seriam usados em peças publicitárias para comprovar a 'oferta de serviços além da demanda (reprimida)', mostrando unidades com menos gente nas portas.

    É grande a incerteza sobre o atendimento ambulatorial em Belém, e a única previsão que se pode fazer deste cambalacho com o público usuário é a piora o quadro atual de agravos de doenças que poderiam ser tratadas na base do sistema, fato que sobrecarrega ainda mais a demanda crítica por prontos-socorros e hospitalização - onde o caos já se instalou.

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  2. Esse comentário "meia volta volver" foi determinado por aquelas forças burguesas a que te referistes posts atrás.

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  3. FHC e LULA são a mesma coisa, acho engraçado quando chamam FHC de representante da direito. FHC, é mais comunista que STALIN.
    Qual a diferença da política econômica da era LULA para a era FHC, nenhuma. Até o ministro da Fazenda de Lula, era do PSDB, o Henrique Meireles.
    FHC e LULA taxaram os aposentados.
    Lula chegou a comemorar quando disputou a eleição com SERRA, e disse com precisão histórica política: "só temos candidatos de esquerda!!!!!"
    LULA chegou a propor o extermínio do antigo PFL, e a sociedade se silenciou, e hoje essa mesma sociedade, vai as ruas em maior quantidade que no FORA COLLOR, e não tem um representante.

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    1. Marcio Vasconcelos, quando vai ralemente assumir que a culpa pela crise no Brasil, metade se deve ao teu PMDB. Mais, onde tu anda mamando na atualidade?

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  4. Seis mil quilos de camarão foram para o lixo nesta terça-feira (25) em Guaratuba, no litoral do Paraná, devido à falta de um registro emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Sem o documento, a empresa que receberia o produto foi fechada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na quinta (20).

    Com a situação, 80 barcos de pescadores do Paraná e de Santa Catarina ficaram ancorados sem poder descarregar o camarão. O dono da empresa recorreu à Justiça alegando que o registro ainda não pode ser exigido porque não foi regulamentado pelo governo federal. Na noite de segunda-feira (24), a empresa conseguiu uma liminar na Justiça e voltou a funcionar.

    Depois da decisão, os pescadores que estavam há cinco dias parados começaram a descarregar os barcos. Porém, 30% de toda a mercadoria estragou e seis mil quilos de camarão foram direto para o lixo. Alguns pescadores perderam mais da metade de todo o camarão que estava nos barcos.

    "Ficamos aguardando a decisão do Ibama, a decisão da Justiça, para que liberasse a firma para que nós pudéssemos descarregar o pescado e não tivemos sucesso. Acabamos jogando fora o nosso camarão, a nossa pescaria", afirmou o pescador Jeferson Borges.

    Apesar da liberação, ainda há risco de mais produtos irem para o lixo. “A gente tem ainda mais barco para descarregar e a gente não sabe como que vai estar a qualidade desse camarão. São muitos dias parados. São cinco dias parados aqui no porto, tirando que eles já ficam 15 dias, em média, no mar pescando”, explicou a veterinária Tábata Stazio.

    Segundo o dono da empresa, o prejuízo foi de R$ 250 mil. "Demiti hoje 51 funcionários, todos com aviso prévio. Vamos ver o que nós vamos fazer lá na frente. A princípio, nós estamos com medo de continuar trabalhando. A gente não sabe mais se vamos ter uma segurança lá na frente ou se daqui a pouco eles vão inventar outra lei, vir aí fazer a mesma coisa. O pescador tem medo de pescar porque não sabe se vai chegar aqui e vai ter condição de descarregar. Então, a preocupação nossa é essa: a gente não sabe o que vai acontecer”, disse o dono da empresa, Roberto Souza.

    Na tarde de sexta (21), os pescadores bloquearam a travessia no ferry boat, em Guaratuba, em protesto contra o fechamento das empresas de pesca e às multas aplicadas pelo Ibama. A fila de carros e caminhões chegou a seis quilômetros, e a travessia só foi liberada no início da noite.

    De acordo com o Ibama, os pescadores não poderiam mesmo descarregar o camarão naquela empresa porque desde quinta (20) ela estava embargada por não ter o registro geral de atividade pesqueira.

    Enquanto isso o secretário de pesca que se diz ministro anda pela Europa passeando com nosso dinheiro

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  5. Dr. Nelson Medrado, do MPE, Uruará precisa da sua justiça.

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    1. Esteja o ministro na Europa ou em Bujaru, a frota que explora essa específica modalidade não pode atuar, a não ser que obtenha autorização judicial, pois o Ibama e Ministério do Meio Ambiente ainda não emitiram a regulamentação necessária, com base na qual o Ministério da Pesca poderá emitir os registros. E isso está claro na matéria.

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