Pular para o conteúdo principal

Secretário de Segurança Pública do Pará diz que quem reclama de insegurança é elite e oposição


Belém comparece em todos os rankings nacionais e internacionais como uma das cidades mais violentas do mundo: no ranking de 2014, do Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública y la Justicia Penal, a 18°.

Executam-se jovens, assalta-se, sequestra-se, furta-se, rouba-se. O governo alega que o Brasil inteiro está assim e a oposição taxa-o de omisso e inapetente para dar tratamento ao problema: os dois têm razão.

Ontem (26), ligou para o secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen Filho, a secretária nacional de Segurança Púbica do Ministério da Justiça, Regina Miki.

Miki reportou a audiência de deputados federais do Pará, acompanhados do ministro da Pesca, Helder Barbalho, com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, tratando da insegurança no Estado e colocou, em nome do ministro da Justiça, o ministério à disposição do governo, para ajudar no que fosse necessário.

O secretário Jansen Filho respondeu que “no Pará está tudo bem e que essa história de violência é mimimi da elite e de pessoas que não votaram no Jatene”.

Tal descortesia seria perdoável se viesse de um torcedor partidário, sujeito aos humores eleitorais sempre residuais na espécie, tanto pra lá quanto pra cá.

Mas, salvo se o senhor Jansen Filho submeteu-se recentemente a uma prostatectomia radical, tal incontinência urinária é imperdoável saída da uretra de um secretário de Estado, que tem a obrigação de tratar com respeito institucional um agente de Estado como ele.

Meu pai sempre me alertava, quando eu me arvorava a regurgitar testosterona, que “boa educação é como uma moeda de ouro: tem valor em qualquer lugar”, portanto, bastaria ao secretário gentilmente agradecer a ligação e sugerir que retornaria caso necessário.

Ao agir com tamanha pesporrência, o secretário cuspiu no rosto de todas as vítimas de violência no Pará – que inclusive tirou a vida, recentemente, de uma pessoa próxima ao governador do Estado - e mostrou o quanto é despreparado para estar em um cargo do qual já deveria ter sido exonerado, pois até o momento está perdido no meio do tiroteio.

Como ensinou Voltaire, “para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras”.

Sua Excelência, o secretário de Segurança Pública do Estado do Pará, definitivamente, não é homem de boas maneiras e dificilmente terá sucesso com o adjetivo que não basta.

Comentários

  1. Parsifal;

    A vida me ensinou que não é fácil educar e formar um jovem. Muitos vão exigir muita luta e perseverança da família; outros tantos vão demorar a engrenar neste processo; e alguns nem com tudo favorável se tornarão boas pessoas.

    Acontece que as famílias estão cada vez mais dessestruturadas; muitos pais estão presentes, mas também são problemáticos ou incapazes de prover melhor assistência aos filhos; muitos procuram ajuda do governo e aí deparam com um sistema tão precário quanto é a má vontade política dos que governam.

    "Mente vazia é oficina do diabo", diz a sabedoria popular. Pergunto: em que a educação pública neste estado ajuda a semear na cabeça do jovem estudante aspirações saudáveis para o desenvolvimento de habilidades com as quais poderá se defender no mercado de trabalho? Ensino de qualidade? Não. Ensino profissionalizante? Não. Ensino artístico? Não. Atletismo? Não. Eventos cívicos e entretenimento saudável? Não.

    A escola pública - uma poderosa ferramente para transformar a sociedade - vive na era Simão Jatene um contingenciamento inaceitável para a primeira metade do século XX. Não dá para sonhar com o futuro, quando se vê o governador ralhar com estudantes, acusando-os deles serem os responsáveis pela má conservação da escola.

    É piada do outro mundo o governador Simão Jatene não se sentir nem um pouco responsável pelos estudantes não serem melhor educados. É como se um agricultor reclamasse do raquitismo de uma espiga de milho que ele nunca adubou, nunca irrigou, e nunca capinou o mato em volta.

    O estado não ajuda as famílias pobres na difícil tarefa de cuidar da formação de seus filhos. Aí a coisa se complica.

    ResponderExcluir
  2. o secretario de segurança do pará,ta certinho que ajuda de segurança o ministro ze cardoso, pode oferecer ao pará .se na bahia governada plo seu pt a 16 anos,em uma rebeliao no presidio da cidade bahiana de feira de santana,so de uma lapada foi morto e decapitado mais de 13 pessoas.pra nao falar na capital salvador onde os sequestro relampo apavora 8 em cada 10 moradores.portanto a coisa ta feia em todo o brasil, oferecer o que nao pode entregar so pode ser piada de mal gosto,tai porque o secretario desdenhou da oferta.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não está em discussão se o Pará ou a Bahia são violentar. Isso é uma certeza: são.
      O que está em comento é se uma autoridade constituída deve tratar um agente da República com estupidez ou educação.
      Se alguém lhe oferece um cafezinho e você não gosta de café ou acha que não é hora de tomá-lo, desnecessário é você pegar a xícara e jogar no rosto de quem lhe ofereceu.
      A boa educação aconselha apenas dizer muito obrigado.

      Excluir
    2. É difícil acreditar que uma autoridade tenha falado isso e dessa forma. O PT fazendo escola, pois esse é o mesmo discurso utilizado pelos lideres da Organização Criminosa (segundo o PGR). Retrato da Segurança Pública comandada pela filha do Governador. Ela é quem dá o tom para essas marionetes tocar. Esse é o resultado.

      Excluir
    3. Se o secretário deu essa resposta deve ele pedir desculpas ao destinatário. Mas uma pergunta: como uma secretária de Estado do Ministério da Justiça sai propagando tudo o que lhe é dito? Que secretária de nacional de segurança é essa que não consegue guardar nada com ela?
      E outra, intervenção federal se dá somente com a autorização do chefe de Estado, nesse caso o Governador, o qual não solicitou ajuda alguma ao Ministério da Justiça (o que ainda acredito que as forças armadas deveriam se desaquartelar para dar apoio nas ruas).
      O secretário da pesca (ainda não se deu conta que a campanha acabou ou está já antecipando a de 2018) deveria se preocupar em responder o por quê de nossos pescadores serem mais caros que um quilo de carne de segunda.
      O que o secretário de pesca (ops! Ministro) está fazendo pra isso.
      O mais engraçado é que ele leva a mãe e a madrasta juntas.

      Excluir
    4. A secretária não "propagou" absolutamente nada. E exatamente porque cabe ao governador do Estado o pedido de Força Nacional, é que a secretária ligou para colocar o ministério da Justiça à inteira disposição do governo do Estado. Isso é relação institucional e é obrigação do Ministério da Justiça procurar agir, quando demandado.
      Preço de pescado não é competência do Ministério da Pesca: isso é referência a algo chamado mercado.
      A mãe e madrasta são deputadas federais eleitas pelo povo do Pará e têm a obrigação de cuidar dos interesses do Estado. O Pará teve 425 candidatos a deputados federais, se o povo quis, entre os 17 eleger as deputadas Elcione e Simone, ele é soberano para isso assim como foi soberano para eleger Simão Jatene.

      Excluir
  3. Estou perplexo com a resposta do secretario. O primeiro passo para se resolver um problema é reconhecer que ele existe

    ResponderExcluir
  4. Eu nunca ouvi falar desse secretário. De onde veio essa peça? Quem nomeia secretário não é governador? Como ele foi nomeado, porque o Pará tá sem goverandor.

    ResponderExcluir
  5. Ele está mais perdido do que cego em tiroteio mesmo. Tá tubo bem? Com certeza tá. Pra ele. Que é secretário e vive no bem bom, sem trabalhar, porque quem faz as coisas aqui é o adjunto.

    ResponderExcluir
  6. Totalmente despreparado esse Secretário. E triste será se o governador Jatene não tomar alguma providência contra ele. A violência de Belém está sendo exportada para o interior. Aqui no Vale do Acará (Bujaru, Concórdia, Tomé-Açu e Acará) muitos dos presos vem de Belém e Ananindeua, juntar-se aos daqui.

    ResponderExcluir
  7. 7 comentários já foram excluídos, sem publicação.
    Por favor. Não percam o seu tempo, e nem o meu, com comentários que contenham xingamentos e impropérios ao secretário. Vocês sabem que não serão publicados.

    ResponderExcluir
  8. uma pena que ele nao reconheça o problema...sofremos todos, inclusive ele

    ResponderExcluir
  9. uma pena que ele nao reconheça o problema...sofremos todos, inclusive ele

    ResponderExcluir
  10. Fui assaltado por 4 bandidos, dois deles menores. O líder deles disse: "Fique tranquilo, que nada vai lhe acontecer. O teu dinheiro e teus bens, vão ajudar a pagar um habeas corpus do meu irmão, que está na penitenciária de Marituba". O patife que me assaltou sabe das leis e sabe como agia. E, eu provei do sistema de leis que toma conta do País e beneficia a criminalidade. Percebi, que muitos advogados e policiais corruptos estão aí para provar que o crime virou uma indústria. Eles precisam dos bandidos para pagar seus carros, faculdades, viagens etc. Ou seja: ESTAMOS PERDENDO PARA O SISTEMA.
    Senhor Blogueiro, desculpe pelo desabafo, mas a inércia em nosso país parece ser de todos, inclusive dos poderes constituídos.

    ResponderExcluir
  11. O Pará tem jeito? Sai Jatene entra Barbalho. Quem quiser se safar que se mude.

    ResponderExcluir
  12. uma autoridade estadual deve tratar bem uma autoridade federal, eu penso.
    por outro lado, penso que os estados deveriam solicitar que todos os presos por trafico de drogas sejam colocados em penitenciarias federais. Não sei se há suporte legal para essa idéia.

    Gostei de ver o governador criticar um adolescente pelo mau estado da escola. Apesar de saber que o maldito E.C.A. dificullta isso, penso que adolescentes deveriam cortar grama, consertar torneiras, fechaduras, pintar, sentar tijolos, fazer reboco, pintura, etc.
    Já ouvi meu pai dizer, a respeito das dificuldades criadas ppara o trabalho dos jovens: eles querem que o jovem fique vagabundeando até os 18 anos, e aí querem que de uma hora para outra vire um trabalhador competente e responsavel.

    ResponderExcluir
  13. comparação: no brasil, o numero de mortes por armas de fogo é 3,7 vezes maior do que nos eua.
    provavelmente se compararmos o numero de mortes por violencia a diferença aumente ainda mais.

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121218_armas_brasil_eua_violencia_mm.shtml

    ResponderExcluir
  14. Caro Parsifal, infelizmente a violência tomou do nosso Estado já não temos mais para quem recorrer, uma vez que o poder Estatal não consegue controlar a onda de violência que assola Belém. O que fazer diante desse triste quadro? Quantas vidas mais serão tiradas por falta de politica publica? Vejo que o atual secretario de segurança publica está perdido no comando de sua pasta. Talvez se o governador coloca-se o delegado Eder Mauro no comando da segurança publica, quem sabe não tivéssemos dias melhores.

    ResponderExcluir
  15. O distinto Secretário deve morar no Pará que só existe na máquina de propaganda do senhor Jatene.

    ResponderExcluir
  16. Helder Barbalho poderia aproveitar a visita ao Ministro da Justiça e pedir uma uma operacao da policia federal para acabar com os falsos pescadores. Tem pedreiro, taxista, pintor, sergicos gerais, donas de casa, nem se fala, comerciantes etc nesse parazao a fora.

    ResponderExcluir
  17. Lá em Belém como aqui na Região do Capim (Ulianópolis,Paragominas,Ipixuna, etc) o Sec. de Segurança do Estado esta na contra-mão com ref. a segurança da população até porque com diz a Constituição Federal é Dever do Estado manter e proteger seus povos independentemente de Fé, Credo,cor, etc... ou ele nunca leu ou Sr. Governador não dar condições apresentar trabalho, um estado sem SEGURANÇA, SAúDE, EDUCAÇÃO é mole ou quer mais; vamos povo do meu Pará tirar esse povo preguisa do poder

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.