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Reforma política naufraga, de novo


Ao que parece, a atitude de capitão do mato na condução dos trabalhos da Câmara Federal pelo seu atual presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve o início de um basta ontem (26), durante a votação de mais uma tentativa de votar um arremedo de reforma política.

Os deputados já vinham reclamando da postura truculenta de Cunha, que tenta impor a sua vontade goela abaixo, mas escolheram a pior forma de demonstrar isso, afogando uma mudança constitucional do sistema político nacional.

Cunha, e por via de consequência o PMDB, que lhe dava suporte na empreitada, sofreu duas significativas derrotas nas votações de ontem (26): a rejeição do distritão e a rejeição da constitucionalização das doações de pessoas jurídicas aos candidatos.

Esta última, na tentativa de barrar a decisão do STF, que já tem maioria firmada ao contrário, cujo acórdão só não foi ainda definido porque o ministro Gilmar Mendes pediu vista e sentou sobre o processo.

O vitorioso na liça foi o PT, que é contra o distritão e defende o financiamento público, que, inobstante, permanece no limbo, pois precisa de estribo legal para ter vigência.

"A Casa se manifestou, ela não está querendo mudar nada”, opinou Eduardo Cunha à imprensa, sugerindo ainda, com certo desânimo, que a reforma política, mais uma vez, nasceu morta.

Desta vez, todavia, por falta de tato e tempo do próprio presidente da Casa.

Comentários

  1. Ao tratar hoje a tarde sobre assunto eleitoral no STF os ministros da Suprema Corte opinaram sobre a posição da Câmara. O decano ministro Celso de Melo, chegou a lamentar que o Congresso esteja perdendo oportunidade de legislar sobre o sistema político. Por questão circunstanciais óbvias, deputados que se elegeram com poucos votos em relação a outros com muito mais votos, não querem votar contra a eleição atual debaixo de proporcionalidade, A Câmara não vota nunca contra eles mesmos, preferem no caso votar contra a maioria do pensamento do voto brasileiro, eleger quem tem mais votos.

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  2. Por favor nos esclareça. Em que governo foi ciado o Fator Previdenciário? Quem agora está flexibilizando esta crueldade com a aposentadoria do trabalhador brasileiro?

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    Respostas
    1. O fator previdenciário foi instituído pelo governo FHC, em 1999 e tinha como principal finalidade desestimular aposentadorias precoces durante vigência do Plano Real.
      A flexibilização é cometida pelo Congresso Nacional.

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