Vivendo a vida perigosamente

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A presidente Dilma Rousseff perdeu ontem (22) uma boa oportunidade para tomar uma atitude que seria bem apreciada pela população, que seria vetar o aumento do fundo partidário, votado pelo Congresso no orçamento da União.

O aumento será de 171,7%, o que resulta em um repasse aos partidos, em 2015, de R$ 867 milhões, contra R$ 308 milhões que foram repassados em 2014, em um tempo em que a palavra corte de despesas e contingenciamentos estão na ordem do dia.

O PMDB já havia comunicado à presidente que concordaria com o veto e não trabalharia para derrubá-lo, o que daria a certeza, à presidente, de que o veto seria mantido. Mas, inexplicavelmente, o orçamento foi sancionado sem o referido veto.

Questionado, o Planalto esclareceu que a presidente preferiu sancionar o inteiro teor do orçamento e depois contingenciar as despesas, inclusive o fundo partidário, que seria contingenciado em uma média de 40%, mas essa foi uma atitude politicamente inábil.

Primeiro porque a maioria da população não entende como se dá a execução orçamentária e suas restrições de contingência e o que vai calar no juízo das pessoas é que os partidos políticos, odiados por 9 entre 10 brasileiros, terão R$ 867 milhões para tocarem as suas festas.

Segundo porque contingenciar em 40% as despesas partidárias previstas orçamentariamente ainda resultará em um aumento delas de 131,7%.

Definitivamente, a classe política curte cada vez mais andar sobre o fio da navalha, achando que a sola do sapato é resistente o suficiente para não lhes cortar os pés, não intuindo que, não mais que de repente, pode escorregar e perder o pescoço na queda.

Comentários

  1. Este é o mensalão oficializado. Ser politico é um rabo cheio.

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  2. Anônimo 18:48;

    Acertou na mosca! Mas eu digo também que o caso demonstra como seria saudável mandar para a cadeia para chefe de executivo que fica mentindo dizendo que não tem dinheiro para pagar os precatórios.

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  3. Se a Dilma veta os líderes de partidos diriam que ela estava sendo contra eles, ai o PMDB viria como o amiguinho deles e derrubaria o veto. ( Derrota da Presidente)
    Quem aprovou aumento para o fundo partidário foi os líderes partidários, ela apenas sancionou ( Concordou ), como agora o PMDB ficou sem poder fazer gracinha, vem com a estória de devolver.
    Pergunto pq o PMDB não foi contra quando foi pra ser votado no congresso. Na atual conjuntura a presidente fez o menos pior pra ela, pois não confia também no Eduardo Cunha.

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  4. Acompanhando o noticiário político, não tomei conhecimento de que o PMDB concordaria com o veto, aliás foi o Romero Jucá (PMDB) o relator da proposta e o único partido que se pronunciou contra foi o PSOL. Acredito ser mais um jogo de cena do PMDB. O cinismo do Renan Calheiros é simplesmente trágico.

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  5. Quando se fala em porcento, estamos falando em tantos percentuais de 100, então, contingenciamento de 40% de 171,7% será de 68,68%, resultando num reajuste ao repasse aos fundos partidários de 103,02%. Que falta faz uma Contadora, hein, Deputado?!

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    1. Não precisa de uma contadora, apenas de um comentarista. Na verdade, eu, equivocadamente, diminui 40 pontos percentuais ao invés de subtrair 40%. Você está correto.

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