Pular para o conteúdo principal

Crying time

Shot 004

Ray Charles, falecido em 2004, foi um dos pilares onde se erigiu o jazz e seus derivados, no final dos anos 50. O seu ritmo singular consolidou o R&B (Rhythm and blues) e foi ele quem introduziu o gospel no R&B.

Barbra Streisand, 73 anos, além de atriz, é uma das mais premiadas cantoras da atualidade, já contabilizando mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo.

Shot 006

Afinadíssima e com voz que passeia por todas as escalas do grave, não conheço outra que consiga entrar e cortar tão bem quanto ela, que jamais sai antes porque vai faltar o fôlego: Barbra começa e termina todas as notas.

Buck Owens, falecido em 2006, compôs o country “Crying Time” em 1964, mas a belíssima canção só estourou quando Ray Charles a gravou, em 1966. O sucesso foi tão grande que a canção arrebatou o Grammy Awards de 1967.

Shot 007

Eu assisti Willie Nelson cantar “Crying Time” em dueto com uma das minhas cantoras preferidas, Norah Jones: lindo. Mas nada que se compare ao estado de arte em que chegou o dueto Ray Charles e Barbra Streisand, em 1973, para o álbum “Barbra Streisand And Other Musical Instruments”.

Barbra está divina. Ela não tira os olhos de Ray, ao piano, que dá a ela as deixas para entrar. No dueto, ela cuida para não atravessar Ray, marcando exatamente no mesmo tom que ele. É impressionante como ela, embora esteja em uma escala mais alta, desce o tom no mesmo milésimo de segundo em que ele desce: é um balé sonoro sincronizado com perfeição, onde a poesia de uma das belas letras do cancioneiro country estadunidense alcança o seu ápice. É pra ouvir de joelhos.

"Oh, it's cryin' time again, you're gonna leave me
I can see that far away look in your eyes
I can tell by the way you hold me darlin'
That it won't be long before it's cryin' time..."

Comentários

  1. A Lady Gaga cantou melhor que a BS ontem no Oscar 2015.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.