Pular para o conteúdo principal

Então é Natal…

As pinturas do nascimento de Cristo têm foco na figura de Maria acalentando O Salvador. A figura paterna é dogmaticamente coadjuvante em razão da concepção de Maria sem Pecado Original e da Virgindade Perpétua de Nossa Senhora.

Shot 005

Muitos confundem esses dois conceitos.

O dogma da concepção de Maria sem Pecado Original não se refere à virgindade na concepção de Cristo e sim de Maria ter nascido e vivido pura, não tendo jamais pecado e sequer tendo tido a vontade de pecar. É o dogma que a Igreja Romana celebra como “A Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria”. O termo “conceição”, aí, significa a imaculabilidade como modo de vida, ou seja, Maria, desde sempre, optou por uma vida sem pecados.

Ao mistério do nascimento de Cristo, conservando, a Santíssima Virgem, a castidade, a Igreja denomina “A Virgindade Perpétua de Nossa Senhora”, atribuindo a paternidade de Cristo ao Próprio Deus.

Assenta-se nesse princípio a descoloração de José, o esposo de Maria, nos afrescos que retratam a Natividade, majoritariamente lida como a maternidade divorciada da figura paterna mundana. O Natal, portanto, além da festa do nascimento do Salvador, celebra a dedicação materna. Se Deus concebeu um homem para encarnar o Seu Verbo, a casta figura de Maria é a face feminina da Divindade, pois, dentre as mulheres, ela foi A Escolhida para gestar o Seu Bendito Fruto.

Shot 001

José não deveria ter ido ao segundo plano da mitologia Crística. Ele foi fiel à profecia, aceitou Maria como esposa sem a obrigação de conhecê-la, deu-lhe suporte incondicional na gestação e na Natividade e  adotou Jesus como seu Filho legítimo, tornando-se o pai terreno do Filho de Deus.

Quando muitos homens desatam os laços familiares, legando às mães a singular tarefa de prover material e espiritualmente os filhos, José é um exemplo de paternidade, um paradigma de pai de família dedicado, que doa a vida, o trabalho e a honra ao núcleo familiar. O Natal, na figura de José, é a celebração da paternidade na sua mais ampla e cativante concepção.

Um dos pouquíssimos afrescos da Natividade que retratam, em primeiro plano, a figura paterna, é obra do pintor barroco Guido Reni, que viveu na região da Emília Romana entre 1575 e 1642, hoje território italiano.

É belíssimo o seu “São José e O Cristo Criança”, que, com máxima vênia à Santíssima Virgem, escolhi para colar abaixo e desejar um

Feliz Natal a todos! 

Shot 003

Comentários

  1. Nós homens pais temos muito para dizer e poucos para nos escutar... feliz natal.

    ResponderExcluir
  2. Caro Parsifal, obrigado pala aula de teologia, e a correta interpretação do, para mim, o maior dogma da Igreja Católica. É um tema que me fascina, e um dia quem sabe, gostaria de conversar contigo, sobre várias coisas. Que bela homenagem, prestaste a São José, o humilde carpinteiro, o primeiro pai sócio afetivo, que o mundo conheceu, glorificado pelas bençãos de Deus. Um Feliz Natal à todos.

    ResponderExcluir
  3. Adorei. Nunca tinha entendido o Natal assim.

    ResponderExcluir
  4. Wilson - Tucuruí24/12/2014, 20:08

    Lindo! Só posso dizer isso e isso é tudo!
    Feliz Natal!

    ResponderExcluir
  5. Obrigada. O meu Natal ficou mais lindo. Feliz Natal pra vocês!

    ResponderExcluir
  6. Jailson Rodrigues (JR)25/12/2014, 08:59

    Feliz Natal a todos(as)
    Obrigado pela aula gratuita.

    ResponderExcluir
  7. Espetacular postagem Excelência!
    Boas Festas!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.