Pular para o conteúdo principal

Jogo de cena

Shot 004

Abertas as prestações de contas dos dois principais candidatos à presidência da República em 2014, revela-se uma realidade cuja tecla já desafinou de tanto ser batida: as principais empreiteiras do Brasil são as óbvias sócias da nossa democracia.

E em se cotejando as maiores doações individuais, desvela-se que quando o PSDB quer colocar tisna no PT não passa do encardido enxovalhando o desquarado: puro jogo de cena para o gargarejo.

> Parte e reparte

As empreiteiras investigadas na operação Juízo Final doaram R$ 64,6 milhões a Dilma Rousseff e R$ 34,2 milhões para Aécio Neves. Como a Dilma é a presidente, claro que para ela coube mais, ora pois.

A Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, cujo presidente seria o capo do clube e declarou à PF ser visitado tanto pelo arrecadador do PT quanto do PSDB, foram as que mais compareceram.

É claro que as empreiteiras doaram mais do que aparece na prestação de contas, mas tanto por dentro como por fora o intuito não é colaborar com a democracia, mas agiotar a República.

E como essa turma não mete prego sem estopa e não coça o próprio bolso, é de se supor que os reais saíram da viúva, pelos oblíquos dutos que a nação quer fechar.

Os valores ao norte referidos foram doados diretamente aos candidatos, mas as empreiteiras também doaram ao PT (R$ 56 milhões), ao PSDB (R$ 52 milhões), ao PMDB (R$ 41 milhões) e ao PSB (R$ 13 milhões), só para ficar nos principais protagonistas.

O FHC e o Aécio, para não se envergonharem, bem que poderiam devolver o que coube ao PSDB desse latifúndio.

Shot 008

Comentários

  1. Parsifal, mas como voce vislumbra que o financiamento publico de campanha poderia solucionar esse problema? vc nao acha que só iria oficializar? pois acredito que o caixa 2 continuaria e esses mesmos protagonistas continuariam a financiar as campanhas... abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O financiamento público não teria o dom de transformar o imoral em moral e nem o malandro em honesto, pois leis não mudam o caráter de ninguém. Mas seria uma forma de tornar o acesso mais democrático e menos desigual, pois facilitaria a fiscalização.
      Se o MPF, a PF e demais órgãos referentes sabem que um candidato ou partido só tem R$ 10 mil para a campanha e não pode se haver de outra fonte senão o financiamento público, e começa a dar sinais de que a sua campanha está a custar mais que isso, é claro que ele está se valendo de caixa 2 e deverá ser alijado do processo por tanto.
      E como todos, em tese, estariam na corrida com as mesmas posses, a probabilidade de reciclar o sistema seria maior.
      O financiamento público não iria, em um passe de mágica, resolver o problema, mas a oficialização dele (de fato o financiamento já é público) daria a oportunidade para mais pessoas de bem fazerem as suas campanhas, com chances de eleição, sem ter que se submeter a nenhum esquema.
      O financiamento público, porém, não pode vir sozinho: ele precisa estar no bojo de uma reforma política que mude radicalmente o processo eleitoral.

      Excluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Ninho de galáxias

A imagem acima foi liberada pela NASA e elaborada a partir de dados colhidos do telescópio VLT do Chile, o maior do mundo.   É o conglomerado de galáxias JKCS041, que vem a ser o mais distante ponto do universo visualizado até hoje: está a 10,2 bilhões de anos-luz da Terra.   1 ano luz é a distância que a luz percorre em uma ano, ou seja, se já tivéssemos tecnologia para viajar à velocidade da luz, a nave que nos poderia levar até a JKCS041 demoraria 10,2 bilhões de anos para chegar lá.   Mas, o que o VLT viu, não é o presente, e sim o passado: a luz emitida pelo conglomerado que agora chegou aos portões da Via Láctea, o nosso endereço no universo, saiu de lá há 10,2 bilhões de anos.   Passado este lapso de tempo, as coisas devem estar bem diferentes por lá.   Mas, o que eu quero mesmo é dar uma de Carl Sagan : na Via Láctea há milhões de sistemas, com milhares de planetas em cada um deles.   O JKCS041 é um conglomerado de milhares de galáxias, com milhões de s