Só restará o lodo…

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E eu continuo espantado com o tamanho da irresponsabilidade que São Paulo e o Brasil tratam o sistema Cantareira diante da maior seca já enfrentada na área – ontem o Cantareira chegou a 3,4% da sua capacidade útil e a Sabesp continua a drenar-lhe o sangue até a última gota do ralo.

Embora Ambrose Bierce tenha dito que as citações são o “ato de repetir de maneira errada as palavras alheias”, eu lanço mão de outra, de Baltasar Gracián y Morales, para dar substantivo à doidice que se comete ali: “Não há sorte nem desgraça; o que há é prudência e imprudência.”

Comentários

  1. Nobre Deputado,
    A titulo de colaboração para enriquecimento acrescento um trecho do articulista Reinaldo Azevedo, que é paulista, sobre o tema "...
    Quero voltar à guerra político-eleitoral da água, deflagrada pelo PT, pelos setores da imprensa alinhados com o petismo, pela campanha eleitoral de Dilma Rousseff e por Vicente Andreu, que é petista, presidente da Agência Nacional de Águas, oriundo da CUT e que, hoje em dia, está fazendo campanha eleitoral.

    Há problemas de abastecimento em São Paulo? Há. Existe racionamento ou falta generalizada de água? Não! O que mudou foi a determinação do PT, da Agência Nacional de Águas — manipulada pelo partido — e da campanha eleitoral de Dilma Rousseff de tentar explorar o assunto politicamente. Se os petistas acham que Alckmin é o culpado porque não chove, talvez seja o caso de indagar a culpa de Dilma pela seca na cabeceira do Rio São Francisco.

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    1. Não estou politizando o tema. A falta de planejamento, está claro na pastagem, é tanto de São Paulo quanto do Brasil, entenda-se Brasil como a União. Comparar seca no Nordeste com seca no Vale do Cantareira é algo tão idiota quanto afirmar que Dubai não pode existir porque está no meio do deserto. São Paulo está a 80 km de grandes reservas e se o governo tivesse um plano de contingência, baseado em médias históricas, não seria necessário matar a maior reserva do sistema com o artifício de usar o volume morto, pois haveria a derivação que não foi prevenida. Tanto a Sabesp quanto a ANA estão sendo absolutamente irresponsáveis com o episódio.

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    2. Se fosse tão facil assim o Senhor não acha que o Governo de São Paulo já não teria providenciado? Os ptralhas estão explorando isto politicamente como se o Governador tivesse o poder de mandar chover, mas o povo paulistano sabiamente sabe disto e o atual Governador se reelegeu com uma grande diferença de votos.

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    3. Não, não é "tão fácil assim". Se fosse não seria necessário o governo do Estado mais rico do Brasil e a própria União Federal, juntos, para resolverem o problema. É tão difícil que precisaria ter havido a prevenção e o contingenciamento de ambos.
      Usar São Pedro como desculpa ou usá-lo como justificativa para a desídia e a imprevidência é que é "tão fácil assim".
      Se você, ou outros, querem politizar a discussão é outra história. Eu acuso o governo de São Paulo e o Governo Federal pela desídia e pelo crime que hora cometem de sangrar o sistema até a última gota. Isso é a maior irresponsabilidade ambiental que eu já assisti na República nos últimos 20 anos.

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    4. O problema é que apesar do PT querer usar isso de forma política, ninguém melhor do que os próprios paulistas para defenderem o governador paulista, visto que o mesmo ganhou no primeiro turno.

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  2. Como sempre a culpa é do PSDB por não ter chuvas. Este cidadão está a serviço de sua chefe. Colocar a culpa nos outros por falta de chuva não tem logica. Uma vergonha.

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  3. pois é!!!!!!! tudo para não usar a palavra Racionamento...dê uma olhada neste vídeo são uns poucos minutos...isto é...se para voce sobram neste momento uns poucos minutos.... https://www.youtube.com/watch?v=01jYiXbpnoE

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  4. Em um país sério este cidadão seria demitido, diz besteira e só faltou dizer que a falta d'agua é culpa de governantes. Se fosse verdade isto, os governantes do nordeste seriam os responsaveis pela seca do nordeste se bem esta não acaba nunca pois os politicos tiram vantagens com isto.

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  5. O tema daria uma bela discussão, não fosse pautado neste agora apenas pelo oportunismo da eleição que se avizinha. O caro Deputado, um homem reconhecidamente polido foi muito infeliz, para não dizer grosseiro, na sua colocação. Uma seca como a que assola São Paulo e já bate às portas do Triângulo Mineiro e Rio de Janeiro não tem precedente nos últimos 70, 80 anos. De maneira então, que fica claro haver sim um tratamento com viés político do tema. É sintomático que São Paulo seja sempre o centro de uma surda luta de cunho político. Negar isso é atestado de desonestidade ideológica. Nos Estados governados pelo PT, não obstante os problemas até endêmicos que têm, não se vê essa estridência, inclusive de conhecidos braços da imprensa. Governado por aliados do PT, o Ceará tem cerca de 80% dos municípios em estado de emergência e mesmo calamidade pública. Dia desses, uma seca terrível assolou parte da Bahia e Sergipe, governados pelo PT e nada, neca de pitibiriba de CUT e outros aparelhos convocarem as populações a irem às ruas. O episódio da seca existe, deve ser tratado com a diligência que o caso requer, mas levar isso a uma discussão com viés político, aí sim, é uma idiotice. Esse senhor Vicente é o exemplo acabado do aparelhamento de órgãos públicos, tal qual Ministérios, diretorias de Fundos de Pensão, e por aí vai às centenas, milhares de exemplos. Engraçado que esse Vicente, tão falastrão sobre São Paulo, não diz nada sobre o Ceará, o aniquilamentos das Vereadas que abastecem formidavelmente o Velho Chico e de seca recente havida no Rio Grande do Sul. Reduzir isso a um embate ideológico, francamente, é o apequenamento do debate. Uma pena.

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    1. Se você entendeu a postagem como embate ideológico eu não me expressei bem ou você leu mal. Se alguém, ou diversos, tratam o tema com viés político ele não é recepcionado aqui: sempre que me refiro ao tema acuso a irresponsabilidade eventual dos dois governos: o Estadual e o Federal, pois ambos são copartícipes e coautores no crime de drenar o Cantareira.
      Não é verdade que essa é a pior seca dos últimos “70 ou 80” anos: o ciclo histórico das secas no Vale tem frequência de 40 anos e os picos revezam em uma macrorregião cuja matriz já está devidamente desenhada pela meteorologia há cerca de 10 anos, o que já seria tempo suficiente para São Paulo, e a ANA, montar cenários sazonais e trabalhar, para efeitos de contingência, com o pior deles, que é o que ocorre agora, pois estamos tratando da maior cidade da América e uma das maiores do mundo e não haver ali uma derivação de abastecimento é uma irresponsabilidade política sem precedentes.
      Afastada ainda, e mais uma vez, a discussão eleitoral e partidária, pois qualquer discussão nesse sentido e de política, na ausência dessa contingência, apelar para drenar o sistema além de irresponsabilidade se torna uma temeridade, pois quem quer que esteja cometendo isso está apostando na imprevisibilidade atual: que virá chuva no meio de um ciclo fora da curva para recuperar o volume morto que está sendo drenado.
      Mais uma vez, querer comparar a aridez do Nordeste com o Vale do Cantareira e o próprio entorno hídrico da região sudeste, sem pejorativismos e temor de grosseria, é pura idiotice intrínseca ou cinismo extrínseco.
      Ainda, dizer que fulano ou beltrano não pode mandar chover, reduzindo o evento ao sabor de São Pedro, ultrapassa o adjetivo e chega às raias cretinice, esta sim, pejorativa.

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  6. Uns dias atrás, vc fez um post dizendo que o youssef tinha pago propina para PSDB, algo que o próprio doleiro hj desmente. Pela ética, seria bom postar isso.

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    1. Pela ética, você deve ler melhor a postagem que eu fiz. Lá não está escrito que o Youssef tinha pago propina ao PSDB e sim que Paulo Roberto Costa disse, em seu depoimento, que tinha mandado pagar propina a Sérgio Guerra, então presidente do PSDB, o que está lavrado no depoimento.
      O caso de Youssef é outro: ele, através do seu advogado, negou que tenha tido negócios com o mesmo Sérgio Guerra, o que foi dito em depoimento de Leonardo Meirelles, diretor-presidente da Labogem.
      Você trocou as bolas, as pessoas e os depoimentos.

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  7. Parece que os "bem-informados" estão mal informados sobre o problema de São Paulo. A questão não é tão rasa em culpar ou não culpar o governo pela "falta de chuva", mas a a incompetência, ou pior, a omissão em realizar um trabalho de longo prazo para minimizar os efeitos da falta de água. Tempo não faltou.

    Jorge alves

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  8. A última máscara do PSDB cai nesta eleição. A tão propagada meritocracia da gestão eficiente. Não contente com o apagão de eletricidade que deixou o Brasil no escuro, com a exceção do Rio Grande do Sul (Dilma era a secretaria de minas e energia há época), agora joga uma pá de cal nesse mito ao deixar o povo da maior cidade do Brasil sem água na torneira. Isso que estão a mais de 20 anos no poder. Nada que surpreenda ao analisarmos os indicadores do Pará, entre os piores do pais. Todo esse mal é construído sob a batuta tucana há 16 anos.

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