Em reportagem postada em 19.04, intitulada “A soneca de 50 anos”, a "The Economist" opina que os trabalhadores brasileiros precisam “acordar do seu estupor”.
A “The Economist” declara que "a partir do momento em que você pisa no Brasil você começa a perder tempo", e que depois de “um breve período de aumento da produtividade vista entre 1960 e 1970, a produção por trabalhador estacionou ou até mesmo caiu ao longo dos últimos 50 anos.”.
A matéria reporta que “cada trabalhador foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil, enquanto na China e na Índia esse valor foi de 91% e 67% respectivamente.”.
É fato que o brasileiro não leva prazos muito à sério: a construtora que vende o apartamento na planta atrasa um ano para entregar; o governo coloca na placa da obra um prazo para conclusão e entrega, quando entrega, 1 anos depois e o amigo que marca às 9 chega depois das 11, ou não chega, e nem liga. Mas permito-me discordar, em parte, da “The Economist”.
A sofrível infraestrutura nacional tem imediato rebatimento negativo na produtividade e boa parte do nosso parque industrial está ancorado em linhas defasadas.
O Brasil não conseguiu ainda um financiamento sustentável da produção e o dinheiro que deveria ir para a esteira descamba no mercado financeiro, onde é mais fácil por e tirar. Os níveis educacionais, destarte terem avançado, ainda são sofríveis para as exigências da competitividade global, e não é possível aumentar produtividade sem investimentos pesado em expertise, tecnologia, e inteligência.
Outrossim, comparar a produtividade do trabalhador brasileiro com aqueles da China e da Índia é deslealdade conceitual. Nos dois países citados, se os fiscais do Ministério do Trabalho brasileiro pudessem agir, não sobraria empregador solto para contar a história: todos seriam autuados por trabalho escravo.
Portanto, temos sim um déficit de produtividade, mas colocar a conta exclusivamente no colo da mão de obra é desproporcional.
Caro Parsifal o seu comentário a respeito do visão do the economist e típica do politico em véspera de eleição.A muito tempo que as leis brasileiras protegem também o trabalhador ineficiente o que faz a produtividade desabar principalmente no serviço publico com a tal estabilidade.Claro que capacitação melhoraria mas não a enganação do Pronatec.
ResponderExcluirDispensável a sua indelicadeza gratuita. As minhas opiniões e análises não dependem de eleição. Não faço o tipo político que fala o que o eleitor quer ouvir e sim o que eu penso.
ExcluirA lei não protege trabalhador ineficiente: a lei protege a dignidade do trabalho. Há trabalhadores ineficientes por condição pessoal e cabe ao empregador avaliar a sua permanência no emprego, assim como há empresas ineficientes conduzidas por empresários ineficientes.
É pura desculpa vazia alegar estabilidade no serviço público como causa de baixa produtividade dos serviços. Isso é efeito. A causa é uma máquina pública arcaica e mal gerenciada que não se equipa com instrumentos legais que a legislação oferece para punir, e até exonerar, funcionários resilientes, assim como estabelecer metas de produtividade. Na verdade é o gestor público que esconde a sua incompetência administrativa na conta do funcionário de quem ele não cobra produtividade.
E se a política administrativa é tocada pelo patrimonialismo o funcionário público dança a valsa.
No setor privado estão postas as causas.