Brasil tem 1,5 milhão de pessoas livremente nomeadas por gestores públicos

A estrutura orgânica dos EUA, aí compreendidos a presidência da República, governadores, prefeitos e poderes legislativos, tem a prerrogativa de nomear cerca de 100 mil cargos de confiança.

Os prefeitos municipais dos EUA nomeiam cerca de 30 mil cargos, mas observe-se que os EUA têm 18.443 municípios.

O presidente da República dos EUA nomeia cerca de 9 mil cargos. Os governadores cerca de 3 mil e os poderes legislativos estaduais e municipais cerca de 58 mil.

O grosso cálculo fiz a partir de informações do portal United States Census Bureau.

> No Brasil

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Fundamentada em dados do Ministério do Planejamento, a Veja reportou que o presidente da República do Brasil nomeia 23.579 pessoas: quase o triplo do que nomeia o presidente dos EUA, a maior economia do mundo.

A Veja compara os cargos de confiança nomeados pelos mandatários de alguns países com o Brasil. O número dos EUA, segundo a Veja (8 mil), aproxima-se da conta que fiz (9 mil):

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Ao se somar os cargos de confiança de toda a estrutura orgânica da Federação brasileira (União, Estados e municípios), o camelo passa no buraco da agulha: presidente, governadores, prefeitos e membros do Poder Legislativo nomeiam livremente, segundo cálculos da OCDE, garimpados nas fontes do IBGE, cerca de 800 mil pessoas.

O custo anual dessa sandice ao erário da República é cerca de R$ 40 bilhões: o dobro do dispêndio do Governo Federal com o programa Bolsa Família, que paga cerca de R$ 20 bilhões por ano para 13,8 milhões de famílias.

> Pode ser mais

O escritor e historiador Célio Turino, no artigo “Reduzir cargos de livre nomeação para melhorar a Gestão Pública”, aumenta a conta: segundo ele, se agregarmos à estrutura acima citada os cargos de livre nomeação nos partidos políticos, que são pagos com o erário através do fundo partidário (R$ 294 milhões em 2013), o contingente sobe para 1,5 milhão de pessoas.

> Nós podemos!

Para finalizar o retrato em preto e branco desse amargo problema, volto a colar o quadro comparativo da Veja:

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Apenas o gabinete do governador do Pará tem mais assessores de livre nomeação do que a presidência da República do Chile e do que os primeiros ministros da Alemanha e da Inglaterra!

Comentários

  1. Olá dep., parabéns pelo tema, tema esse que hj é um dos mais relevantes, pois são por essas torneiras que o dinheiro público se esvazia deixando de ser usado pra finalidade fim, que são os investimentos necessários.
    Vejo hj dep., que é melhor ser servidor público do que empresário, pq digo isso !
    1° Todo empresário é bandido !, quem não sonega ? sonegou ou atrasou imposto já responde criminalmente, pois respondera civil e criminalmente.
    2° Empresário não pode deixar de pagar impostos, mais o ESTADO pode, ou melhor paga quando lhe convier os seus contratados, é só analisarmos o ocorrido em Santarém, e vamos mais além, ao vender ao estado, vc emite a N.F., e ao fim do mês já recolhe os impostos, ICMS, ISS,CONFIN,INSS, se o empresário atrasar, suas certidões já ficaram bloqueadas , teoricamente impedido de receber, pois sem a idoneidade o ESTADO NÃO PODE PAGAR ( teoricamente ),
    3° Empresário depois de poucos anos de vida no negocio só ver seus problemas aumentarem, pois nesse país pessoa física não vai preso por dever, e quem paga a conta o empresário.
    AGORA VAMOS VER AS VANTAGENS DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO
    1° ESTABILIDADE
    2° MUITOS ENFORCAMENTOS DE DIAS UTÉIS COM FERIADOS
    3° PROGRESSÃO SALÁRIAL ACUMULADOS COM GRATIFICAÇÕES
    4° OUTROS
    Então é assim , quero deixar de empresário e quero um cargo !!!!!!!!!! e olha que não vivo mal mais as expectativas não são boas 4 meses sem receber da SESMA e 2 sem receber da SEDUC, isso quer disser contas atrasadas como cartões, limite de conta, plano de saúde, celular, luz, internet , parcelas de carro e o pior os funcionários, são mais de 600.000 mil a receber dividas acumuladas 180.000 porém não tenho mais nem dinheiro pro combustível, que pena mais essa é uma realidade minha e de centenas de empresário que tentam gerar emprego e renda nesse querido estado do PARÁ.
    Mais as eleições estão ai e na hora do voto vamos trabalhar pra mudar esse situação , mais confesso precisamos de uma 3 ° via, que DEUS ilumine, amém.
    FUUUUIIIIIIIIIIIII !!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Todo mundo sabe que o serviço público cria uma série de "dificuldades" para pagar, mas parece que nosso amigo empresário só descobriu isso agora?
      Pq vende para entes públicos?
      Servidor público é tudo isso e mais um pouco. Os fornecedores do Estado não recebem em dia, mas se sujeitam pq prestam um péssimo serviço ao contratante.
      Aconselho o senhor a entrar na justiça.
      Boa sorte

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  2. Que tragédia hein deputado

    http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/01/os-herdeiros-bhelder-barbalho-e-rodrigo-jucab-nas-eleicoes-de-2014.html

    "No ano passado, o Ministério Público do Pará o denunciou à Justiça por ter deixado de passar R$ 1,8 milhão ao fundo de pensão dos funcionários da prefeitura. Hélder ampliou o número de funcionários contratados sem concurso, parte deles por indicação política. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2009 e 2012 o número de comissionados cresceu 38% – subiu de 2.939 para 4.056."

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    1. A tragédia é nacional: a matéria, como quis tratar apenas de dois pré - candidatos, sonegou que 98% das prefeituras do Brasil têm débito com o INSS e o MPF, não se sabe por qual critério, escolhe alguns ex-prefeitos para acionar judicialmente. A matéria, idem, esqueceu de esclarecer que, em abril de 2013, um decreto presidencial parcelou os débitos previdenciários de todos os municípios do Brasil, o que suspende os processos judiciais.
      É fato, ainda, e a postagem trata exatamente disso, que os comissionados, em todas as esferas da Federação, são um enorme trem sem freios.
      Há 20 anos o Pará tinha 120 comissionados, hoje eles passam de 4 mil apenas no governo do estado.
      Aliás, o MPF investiga 7 estados que aplicaram, temerariamente, recursos previdenciários no BNB, recentemente liquidado pelo Banco Central, e o Pará é um deles, que pode ter sofrido prejuízo previdenciário de cerca de R$100 milhões, na atual gestão.
      O Pará, de fato, está cheio de tragédias, mas a imprensa, claro, só pública as tragédias pelas quais recebe para publicar.
      O pior é que tanto pra lá quanto pra cá, a conta é paga pela torcida e não pelos jogadores ou patrocinadores do jogo. Portanto, torçamos nós.

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  3. Loenardo Soares25/01/2014, 13:38

    É por tudo isso e mais coisas.... o estrangeiro ver o BRASIL assim:

    O estrangeiro não sabe que idioma se fala no Brasil. Não conhece suas principais cidades e não sabe que a capital não é o Rio de Janeiro.
    Estrangeiro tem dificuldade em acreditar que no Brasil topless é tabu, que 50% da população não gosta do carnaval e que não somos todos negros.
    Estrangeiro acha que toda brasileira é puta, pois o Brasil insiste em passar essa imagem para o mundo. Aqui na Europa até enterro de brasileiro tem mulata sambando. O cúmulo foi em Weggis aqui na Suíça com mulatas sambando de fio dental com 11 graus.
    Estrangeiro não conhece a culinária brasileira que no exterior se resume a feijoada e churrasco.
    Estrangeiro não sabe que o Brasil tem colônias de alemães, suíços, italianos, ucranianos, árabes, japoneses... Estrangeiros não sabem absolutamente nada sobre o Brasil e não têm interesse em aprender, pois o Brasil tem importância zero no mundo.
    O Brasil não produz nenhum tipo de produto globalizado que não seja farelo, jogador de futebol e prostituta. O Brasil não produz tecnologia, cultura relevante no mundo. O Brasil ao contrário do que tentam pintar aí, não é um "global player". Ninguém leva o Brasil a sério.

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    1. Meu caro Leonardo, permita-me discordar quanto à posição do Brasil a nível global. O Brasil, a cada ano conquista espaço global e não é, e nem pode ser, dentre as 10 primeiras economias do mundo, hegemonia incontestável no cone Sul e um dos 10 maiores mercados consumidores do mundo, um ator global desrespeitado.
      Obviamente, e nisso concordo, teríamos mais importância se corrigissimos com mais expediência as nossas distorções domésticas. Mas isso é uma questão de tempo e não tenho dúvidas, e nem o mundo tem, de que o Brasil tem posição global diferenciada.

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